quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Origem da Teologia da Prosperidade

A Teologia da Prosperidade também conhecida como “Movimento da Fé” ou “Palavra da Fé”, “Confissão Positiva” e “Evangelho da Saúde e da Riqueza“ teve sua origem na década de 40 nos Estados Unidos, no meio pentecostal, mas a efetiva introdução no meio evangélico se deu na década de 70. Entre os principais nomes da Teologia da Prosperidade com influência no Brasil, podemos citar: Kenneth Hagin, Benny Hinn, T. L. Osborn, Essek William Kenyon, Paul (David) Yonggi Cho, e muitos outros.

O ensino da teologia da prosperidade adicionou um forte cunho de auto-ajuda e valorização do indivíduo, agregando crenças sobre cura, prosperidade e poder da fé através da confissão da "Palavra" em voz alta e "No Nome de Jesus" para recebimento das bênçãos almejadas.

Na busca da bênção, o fiel deve determinar, decretar, reivindicar e exigir de Deus que Ele cumpra sua parte no acordo; ao fiel compete dar dízimos e ofertas. A Deus cabe abençoar. Ao estabelecer esta relação de reciprocidade com Deus, o que ocorre é que Ele, Deus, fica na obrigação de cumprir todas as promessas contidas na Bíblia na vida do fiel. Torna-se cativo de sua própria Palavra.

No Brasil a primeira e principal igreja seguidora dessa doutrina é a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977 por Edir Macedo. Em vez de ouvir num sermão que "é mais fácil um camelo atravessar um buraco de agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus", agora a novidade reside na possibilidade de desfrutar de bens e riquezas, sem constrangimento e com a aquiescência de Deus.

Para os pobres e desafortunados de uma em maneira geral, o direito de possuir as bênçãos como filho de Deus traz alívio e esperança na solução de todos os seus problemas. Além da Igreja Universal temos as Igrejas Renascer em Cristo, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Nova Vida, Bíblica da Paz, Cristo Salva, Cristo Vive, Verbo da Vida, Nacional do Senhor Jesus Cristo e pelas organizações Adhonep, Missão Shekinah e Internacional da Graça de Deus e tantas outras que surgem a cada dia.

A teologia da prosperidade, ensina que o cristão deve estar livre das doenças e sofrimentos físicos nesta vida, uma vez que, através do sacrifício de Cristo, Ele já levou nossas enfermidades na cruz do calvário, basta para isto ter fé e obedecer aos mandamentos do Senhor que a prosperidade financeira e a ausência de problemas de saúde e de quaisquer sofrimentos, serão a marca dos verdadeiros filhos de Deus. O sofrimento não é admissível na vida de um verdadeiro filho de Deus. No entanto, se estes ensinamentos são verdadeiros, o que dizer de dezenas de crentes que conhecemos, que possuem algum tipo de doença ou ficam enfermos? Todos podem tomar posse da cura? Toda doença é do diabo?

O que a Teologia da Prosperidade diz sobre as doenças:

*Toda doença é do diabo, nenhuma doença vem de Deus, os crentes enfermos estão oprimidos.
*Todo crente tem direito a gozar saúde plena, se adoece é por não conhecer seus direitos.
*Se um crente não é curado, é porque está em pecado ou não tem fé suficiente para ser curado.
*Médicos e remédios ficam para os descrentes e para os crentes incrédulos.
*Nunca devemos empregar um pronome possessivo para uma doença, como por exemplo: “minha dor de cabeça”, pois isto impede a cura.
*Devemos confessar a cura, mesmo persistindo os sintomas contrários.

O que a Bíblia diz sobre as doenças e a cura:

*Há doenças que procedem de Deus e outras nos sobrevêm naturalmente (Dt 24.9; 32.39; 2Sm 12.15; 2Cr 26.20; 2Re 13.14; 1Co 11.30,32).
*Não existe este “direito” assegurado na Bíblia. Onde está escrito que temos este direito? O texto de Is 53.4 não afirma que Jesus levou nossas enfermidades “na cruz” e que por esta razão os crentes não adoecem mais, o cumprimento desta profecia messiânica se deu bem antes da cruz (Mt 8.14-17).
*Os filhos de Deus também adoecem, independente de pecado ou falta de fé, este é o testemunho das Escrituras Sagradas (2Co 4.16-18).

Alguns dos pregadores da prosperidade ensinam que Jesus era rico materialmente e que todo cristão tem direito a prosperidade material ,porém uma leitura mesmo superficial dos evangelhos, mostra a total despreocupação de Jesus pelos bens materiais. Mesmo o seu reino, não era desse mundo. A Quem quisesse segui-lo aconselhava a vender seus bens e dá-los aos pobres. Disse que a riqueza dificultava a entrada no reino de Deus. Aos pobres, famintos e sofredores recomendou paciência. É evidente que essa doutrina é diametralmente oposta à teologia da prosperidade. Isso não significa que a riqueza, a saúde e o bem estar devam ser repudiados pelo cristão pois que são necessárias, mas não pode fazer disso a razão principal da sua vida. Buscai, em primeiro lugar, construir o reino de Deus dentro de vós!

Fonte: http://www.ebdweb.com.br/ http://www.espirito.org.br