quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Uma contradição chamada Narguilé

Por Pr. Edmilson Mendes

O simples fato de termos em São Paulo uma lei estadual que limita o consumo de cigarros a locais determinados, com o objetivo claro de defender a saúde de quem não fuma, deveria também limitar a venda e uso do narguilé.

Caso você não saiba, narguilé é um cachimbo de água usado geralmente de maneira coletiva, onde várias pessoas fumam. E muito. Tipo uma roda onde se aprecia as delícias e os prazeres do Fondue. A diferença é que na roda do narguilé se aprecia o fumo.

No clássico Alice no País das Maravilhas, quem assistiu deve se lembrar, tem uma cena com uma estranha lagarta utilizando um narguilé para fumar. Ou seja, embora ser novidade por aqui, é bastante antigo. É de origem árabe. Algumas versões dizem que ele teria sido inventado no século XVII pelo médico Hakim Abul Fath, como um instrumento para retirar as impurezas da fumaça. Até hoje, pelo fato da fumaça passar pela água até chegar ao fumante, seus usuários acreditam nessa “lenda”, divulgando que o fumo fica mais leve. Puro engano.

A Universidade de Brasília, em testes recentes, mostra que cada duas horas de uso do aparelho equivale o mesmo que o consumo de 200 cigarros para cada um dos usuários. Já em 2006, a Organização Mundial de Saúde, chamava atenção para o perigo de uma sessão entre amigos, mostrando que de 20 minutos à uma hora seria suficiente para cada um dos fumantes engolir até 50 litros de fumaça.

O problema piora quando se encontra com uma letal característica dos jovens consumidores: a sede insaciável por novidades. Quando o narguilé fica comum, muitos substituem a água por vodka ou outra bebida alcoólica. Depois que esta opção também fica comum, muitos substituem o danoso fumo por substâncias ainda mais danosas: crack e maconha. E por aí vai.

Por que cada vez mais jovens estão se colocando nas rodas de narguilé? Pelos velhos motivos de sempre. Pressão da turma, aceitação na turma, excitação pelo novo, o status que a rebeldia confere, o símbolo de modernidade e lamentavelmente, entre tantos outros motivos, a famigerada e inconseqüente atitude de querer estar na moda. Não importa qual moda, desde que seja moda, o que vale é se atualizar, prejuízos e conseqüências não contam.

É proibido vender cigarro para menor, diz a lei. É proibido permitir que um menor fume em qualquer lugar . É proibido fumar em lugares fechados e públicos, diz a lei. Então o narguilé precisa de proibições também, ao contrário, continuará se aproveitando da contradição entre prática e discurso social.

Agora é com você, garoto e garota que ama os átrios e os altares na casa do Pai, que adora como um levita ou com os levitas, que ora e se emociona, que brada bem alto “eu sou de Jesus!”. Diga não para a sedução chamada narguilé, trata-se de uma arapuca bem armada para te apanhar. Esta arapuca só é desarmada quando seu caçador tem certeza que você não pode mais fugir.

Ainda dá tempo. Existem rodas bem melhores para você estar, aquelas nas quais se medita na lei do Senhor dia e noite. Venha para a luz da presença transformadora de Cristo. Águas, só a do Espírito. Fumaça, só a da Glória do Santo dos Santos. Abra o coração e deixe-se transformar pela renovação do seu entendimento.

Não espere a lei mandar, antes, na influência da graça de Cristo, dedique sua vida e seu corpo para O louvar.

Paz!

Fonte: www.guiame.com.br