Depois de dez horas de sessão, o juiz da 1ª Vara de Infância e Juventude de Arapiraca (120 km de Maceió), João Luiz Azevedo Lessa, suspendeu, na noite desta sexta-feira (9), o julgamento de três padres acusados de abusarem sexualmente de ex-coroinhas. A suspensão ocorreu devido à falta de uma testemunha de acusação, que não compareceu à audiência por estar viajando a trabalho. O julgamento deve ser retomado no próximo dia 22.
Em abril de 2010, o trio foi acusado de pedofilia por três ex-coroinhas: Anderson Farias, 22, Fabiano Ferreira, 22, e Cícero Flávio, 23. Eles denunciaram que, quando trabalhavam nas paróquias onde os padres atuavam, foram abusados e iniciados sexualmente. Um vídeo divulgado na época mostra um dos padres praticando sexo na casa paroquial –as imagens chocaram a comunidade católica alagoana. A denúncia teve repercussão internacional e levou o Vaticano a se pronunciar e anunciar o afastamento dos padres.
Nesta sexta, sete pessoas –quatro testemunhas de acusação e as três vítimas– foram ouvidas pela Justiça. Segundo o Ministério Público (MP), a testemunha que faltou hoje, um caminhoneiro, é peça-chave na acusação de pedofilia.
Os padres Edilson Duarte, 43, Luiz Marques Barbosa, 84, e Raimundo Gomes, 50, permaneceram o tempo todo numa das salas da Vara da Infância, acompanhando os demais depoimentos.
Segundo o advogado Edson Maia Neto, que faz a defesa de Luiz Marques e Raimundo Gomes, os acusados só irão se pronunciar no final do processo. “Não ocorreu nenhum fato novo. O conteúdo dos depoimentos já era esperado por nós, sem nenhuma referência de que as testemunhas presenciaram algum abuso”, disse, reforçando que a defesa continua com a tese de inocência dos padres. “A prova que tem é um vídeo no qual uma das supostas vítimas já era maior de idade.”
Depoimentos
As vítimas dos padres, Anderson Farias, 22, Fabiano Ferreira, 22, e Cícero Flávio, 23, prestaram depoimento pela manhã e no início da tarde. Ao juiz, o trio ratificou as denúncias de pedofilia.
O primeiro a depor foi o ex-coroinha Fabiano Ferreira, que abriu o julgamento confirmando que foi abusado sexualmente por Raimundo e Luiz Marques desde os 14 anos, e que os religiosos faziam ameaças. “Esses homens não podem continuar suas atividades na igreja, usando do poderio sacerdotal e coagir menores para aliciá-los. Éramos crianças e estávamos sempre recebendo pressão com ameaças de mortes”, disse.
Segundo a depor, Anderson Farias reclamou que a Igreja Católica, em nenhum momento, ofereceu a ele “auxílio espiritual”.
O jovem Cícero Flávio foi o último a depor e alegou que foi vítima de abusos sexuais dos três padres desde o 12 anos. Ele se mostrou o mais revoltado dos três ex-coroinhas.
“Estou confiante na Justiça, mas tenho minhas dúvidas se o Vaticano vai dar a resposta que estamos esperando. Esses padres nem deveriam ser chamados de padres pela falta de respeito que eles tiveram com os fiéis e a Igreja Católica”, disse.
Vaticano acompanha
Dois representantes do Vaticano acompanharam o julgamento. Além do processo judicial, os três padres enfrentam um processo canônico, baseado nas normas do Direito Eclesiástico, que decidirá se eles serão expulsos das atividades religiosas. Os agora padres Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes já perderam o título de monsenhor.
Responsáveis pelo processo canônico dos três religiosos, os padres Daniel do Nascimento e João Neto, da Diocese de Penedo, dizem que estão representando o Vaticano e acompanharam toda a sessão. Nascimento explicou que todas as provas já foram enviadas para Roma desde o início do ano e que o “processo canônico ainda está correndo na Santa Sé.”
Segundo ele, o Vaticano deverá divulgar o resultado do julgamento em até seis meses, independentemente do veredito da Justiça. Nascimento explicou que os padres poderão ser absolvidos na Justiça e condenados pelo Vaticano ou vice-versa.
Fonte: UOL
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Em abril de 2010, o trio foi acusado de pedofilia por três ex-coroinhas: Anderson Farias, 22, Fabiano Ferreira, 22, e Cícero Flávio, 23. Eles denunciaram que, quando trabalhavam nas paróquias onde os padres atuavam, foram abusados e iniciados sexualmente. Um vídeo divulgado na época mostra um dos padres praticando sexo na casa paroquial –as imagens chocaram a comunidade católica alagoana. A denúncia teve repercussão internacional e levou o Vaticano a se pronunciar e anunciar o afastamento dos padres.
Nesta sexta, sete pessoas –quatro testemunhas de acusação e as três vítimas– foram ouvidas pela Justiça. Segundo o Ministério Público (MP), a testemunha que faltou hoje, um caminhoneiro, é peça-chave na acusação de pedofilia.
Os padres Edilson Duarte, 43, Luiz Marques Barbosa, 84, e Raimundo Gomes, 50, permaneceram o tempo todo numa das salas da Vara da Infância, acompanhando os demais depoimentos.
Segundo o advogado Edson Maia Neto, que faz a defesa de Luiz Marques e Raimundo Gomes, os acusados só irão se pronunciar no final do processo. “Não ocorreu nenhum fato novo. O conteúdo dos depoimentos já era esperado por nós, sem nenhuma referência de que as testemunhas presenciaram algum abuso”, disse, reforçando que a defesa continua com a tese de inocência dos padres. “A prova que tem é um vídeo no qual uma das supostas vítimas já era maior de idade.”
Depoimentos
As vítimas dos padres, Anderson Farias, 22, Fabiano Ferreira, 22, e Cícero Flávio, 23, prestaram depoimento pela manhã e no início da tarde. Ao juiz, o trio ratificou as denúncias de pedofilia.
O primeiro a depor foi o ex-coroinha Fabiano Ferreira, que abriu o julgamento confirmando que foi abusado sexualmente por Raimundo e Luiz Marques desde os 14 anos, e que os religiosos faziam ameaças. “Esses homens não podem continuar suas atividades na igreja, usando do poderio sacerdotal e coagir menores para aliciá-los. Éramos crianças e estávamos sempre recebendo pressão com ameaças de mortes”, disse.
Segundo a depor, Anderson Farias reclamou que a Igreja Católica, em nenhum momento, ofereceu a ele “auxílio espiritual”.
O jovem Cícero Flávio foi o último a depor e alegou que foi vítima de abusos sexuais dos três padres desde o 12 anos. Ele se mostrou o mais revoltado dos três ex-coroinhas.
“Estou confiante na Justiça, mas tenho minhas dúvidas se o Vaticano vai dar a resposta que estamos esperando. Esses padres nem deveriam ser chamados de padres pela falta de respeito que eles tiveram com os fiéis e a Igreja Católica”, disse.
Vaticano acompanha
Dois representantes do Vaticano acompanharam o julgamento. Além do processo judicial, os três padres enfrentam um processo canônico, baseado nas normas do Direito Eclesiástico, que decidirá se eles serão expulsos das atividades religiosas. Os agora padres Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes já perderam o título de monsenhor.
Responsáveis pelo processo canônico dos três religiosos, os padres Daniel do Nascimento e João Neto, da Diocese de Penedo, dizem que estão representando o Vaticano e acompanharam toda a sessão. Nascimento explicou que todas as provas já foram enviadas para Roma desde o início do ano e que o “processo canônico ainda está correndo na Santa Sé.”
Segundo ele, o Vaticano deverá divulgar o resultado do julgamento em até seis meses, independentemente do veredito da Justiça. Nascimento explicou que os padres poderão ser absolvidos na Justiça e condenados pelo Vaticano ou vice-versa.
Fonte: UOL
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