sábado, 3 de novembro de 2012

Invertendo o sexo egoísta

DE CARA PODEMOS DIZER que a sexualidade não é egoísta e nem individualista e que ela é correta e é mais prazerosa dentro de um contexto de aliança, amor, completude, amizade e responsabilidade.

Mas como posso escrever isso? É uma conclusão inevitável de Gn 2:18-25.

Deus não criou o homem para viver sozinho, mas para dividir a sua vida com alguém que seja muito especial, que lhe auxilie e lhe corresponda na missão especial que Deus lhe deu (v.18). A solteirice, portanto, não é a norma, mas uma exceção. E a pessoa com a qual devemos nos relacionar não pode ser uma pessoa qualquer, porque cada homem tem uma missão nesse mundo e Deus o cobrará por isso, amigo.

Com a criação do homem e da mulher, automática e planejadamente Deus criou a sexualidade (v. 21). E ficamos sabendo que o Criador criou essa dádiva para UM HOMEM E UMA MULHER. Não para dois homens. Não para duas mulheres. Isso fica ainda mais claro com o verso 22, o qual descaradamente declara que essa idéia é de Deus, o Criador. Não foi uma idéia de religiosos fanáticos. Não mesmo! Essa idéia, maravilhosa idéia, veio daquele que cria as coisas do jeito que Ele quer. Ele definiu assim. E assim deve ser.

Sendo mais claro ainda: sexo e sexualidade foram projetados para um homem e uma mulher em um profundo e exclusivo relacionamento de amor, amizade e completude por toda essa vida.

Adão, completamente nu no Édem, esperava algo assim. Quando Deus fez Eva com curvas e uma pele perfeita, ele simplesmente enlouqueceu (no bom sentido, claro). Adão, obviamente, falou por todos nós. E Deus sendo muito esperto (e por ter planejado isso há muito tempo), e por ser conhecedor muito perspicaz de todo mundo e sabendo que o pecado contaminaria a raça humana, deu-nos o verso 24.

O verso 24 começa com a frase “por essa razão”. Ou seja, por Deus ter visto que o homem não devia ficar só (possivelmente porque o mundo ia ficar uma tremenda bagunça e sem brilho), pela criação fantástica da mulher, pela idéia de relacionamento entre um homem e uma mulher, por essa completude e a sexualidade em si, por causa de tudo isso, as coisas deveriam acontecer dessa maneira:

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”.

Consigo perceber quatro verdades nesse verso graças a John Stott.

1. Publicamente reconhecida – deixará pai e mãe.
2. Permanente – unirá à sua mulher
3. Exclusiva – homem… e sua mulher (e já vimos que não pode ser com qualquer pessoa).
4. Profudamente íntima – tornarão uma só carne

O verso 25 mostra claramente que “o homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha”. A sexualidade não é baseada em um sentimento de vergonha.

Gn 2:18-25 está falando para nós o seguinte:

O sexo só deve rolar depois dessas seguintes diretrizes: um homem encontra uma mulher, mas não uma mulher qualquer; uma mulher especial, que o auxiliará e o corresponderá na missão que Deus lhe deu. Corresponder é no texto significa corresponder em um sentido espiritual, físico, relacional. Depois começa uma caminhada, na qual os pais reconhecerão que esse relacionamento é algo bom, vindo de Deus. Então, o casal formará uma nova família independente emocional, espiritual e financeiramente da família de origem e assim, nesse laço de amor e completa devoção um ao outro, tornarão uma só carne. Ou seja, farão sexo!

Em pleno século 21, precisamos ficar de olhos abertos para a deificação do sexo, o que é um grande erro. Gn 2:18-25 mostra-nos que o sexo é importante, mas ele tem um lugar simples para ficar. Antes, a passagem exalta o relacionamento entre um homem e uma mulher, marcado por várias dádivas, inclusive o sexo.

Esse é, portanto, o problema da masturbação e pornografia. Não existe sexualidade egoísta e individual. Não existe auto-prazer. O que existe é uma sexualidade que só encontra razão de existir em um profundo relacionamento de um homem e uma mulher. Ir contra isso, é ir contra o que Deus criou.

Concluindo:

A SEXUALIDADE NÃO É EGOÍSTA E INDIVIDUALISTA. ANTES ELA É ALGO PARTILHADO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER EM UM PROFUNDO RELACIONAMENTO, QUE TEVE O RECONHECIMENTO DOS PAIS. É ALGO MAIS PRAZEROSO, PORQUE O SEXO É SÓ MAIS UMA ENGRENAGEM DE UMA PEÇA MAIOR. É MAIS PRAZEROSO, PORQUE SE FUNCIONAR COMO DEUS PLANEJOU PARA SER, NÃO HÁ NADA QUE SE COMPARE.

Deus nos deu Gn 2:18-25 não somente para dizer o que aconteceu com Adão e Eva, mas para ser uma passagem maravilhosa para nos guiar em nossa sexualidade.

Adão e Eva fizeram sexo como Deus planejou. É verdade que depois eles estragaram muitas coisas e nós estamos colhendo as consequências até hoje. No entanto, Deus ordena que voltemos ao princípio e aprendamos essa lição e vivamos dessa maneira.
Foi assim com o primeiro casal. Tem que ser assim com todos nós. Faça essa inversão!



Fonte: Evangelho Urbano
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