sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Perigo crescente para as missionárias no Egito

A embaixada dos Estados Unidos tem advertido em sua página na internet do perigo crescente de que se produzam ataques para mulheres missionárias no Egito. 

Em comunicado difundido neste sábado, a embaixada adverte que “tem informação segura sobre o interesse de grupos terroristas de atacar as missionárias estadunidenses no Egito”.

“Em consequência, os cidadãos estadunidenses devem permanecer atentos, tomando as precauções necessárias para manter sua segurança pessoal”, diz o comunicado.

Na sexta-feira um congressista republicano congelou a solicitação da administração de doar 450 milhões de dólares para o governo egípcio, dizendo que precisava de uma nova análise para valorizar as condições do apoio de Estados Unidos ao governo do Cairo.

No início deste mês, o presidente Barack Obama disse que o Egito não era nem amigo nem inimigo. 

 Medo nas famílias coptas

Faz alguns dias soube-se que nove famílias de Rafah tinham deixado temporariamente seus lares fugindo das ameaças de morte contra eles, se refugiando temporariamente em casas de familiares no Arish. Na segunda-feira seis destas famílias decidiram regressar a seus lares na fronteira da cisjordana depois da promessa dos governantes de fortalecer sua segurança.

A fuga produziu-se depois de um ataque com metralhadora a um comércio gerenciado por uma família copta, sem vítimas mortais, que se produziu pouco depois de que se repartissem cartazes e panfletos em que se ameaçava aos cristãos, exigindo que deixassem suas casas ou, em caso contrário, seriam assassinados.

 O sacerdote Rafail Antwan, de Arish, disse que “a gente tem medo de voltar a Rafah e de enviar a seus filhos ao colégio”. 

Em seu encontro com as famílias que regressaram, o Governador do Norte de Sinaí, o general Abdel Fattah Harhour, lhes assegurou que se preocuparia por sua segurança. “Todas as instituições estatais estão preocupadas pelo tema dos cristãos de Rafah”, disse Harhour. “Não vão permitir que ninguém vinga para perto deles”.

Harhour comprometeu-se a estabilizar a situação de segurança em Rafah durante os próximos dias. Reuniu-se também com vários líderes do Segundo Exército, chefes de tribos beduinas, e líderes salafistas no norte de Sinaí para discutir a maneira de proteger aos coptos de Rafah. Também na segunda-feira a polícia militar chegou à cidade com seis veículos blindados com o fim de proporcionar reforços para proteger aos coptos da cidade.

 Situação indefesa

Os cristãos locais, que levam vivendo no Sinaí já dois mil anos, perceberam estas ameaças como uma reação ao filme Inocência dos muçulmanos que tem causado uma grande revolução no meio árabe.

O novo presidente de Egipto, Mohamed Morsi, comprometeu-se a trabalhar pela proteção de todos os egípcios sem importar seu credo, ainda que por enquanto se mostrou débil diante dos ataques multitudinários e se reconhece que sua autoridade não atinge com a mesma força a todos os cantos do país.

Depois da derrota de Hosni Mubarak a situação voltou-se mais perigosa para os coptos. Registraram-se vários ataques contra os templos, incêndios de igrejas e homicídios de cristãos. Ao redor de 10% da população de Egipto é copta, isto é, de 8 a 9 milhões de pessoas.



Fonte: Protestante Digital
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