Certa igreja estava às voltas com a escolha de um pastor. Como o rebanho era "muito exigente", o Conselho resolveu coordenar as várias opiniões a respeito do pastor ideal, distribuindo aos prováveis interessados as condições que deviam reunir para candidatar-se.
O rol das exigências foi feito. Queremos um pastor que:
- Conheça, um por um, todos os membros da igreja;
- Visite todos os membros do seu rebanho e procure conhecer as dificuldades de cada um deles;
- Ajude-nos a evitar o mal, antes que ele aconteça;
- Administre bem a igreja e seus ministérios;
- Não tenha preferência por este ou aquele membro;
- Fale ao nosso entendimento e ao nosso coração.
- Não seja grosseiro em suas palavras e atos;
- Não abuse da autoridade que tem;
- Estude bem os sermões e fale somente o necessário;
- Seja um homem de oração e ore com suas ovelhas;
- Condene o pecado, sem medo, venha de onde vier;
- Seja antes de tudo, um pastor de almas.Reunida a assembléia para a escolha do pastor que melhor atendesse a essas exigências, seria escolhido aquele que respondesse da melhor maneira.
Enquanto a assembléia ia tomando conhecimento da manifestação dos diversos pretendentes, um dos presbíteros pediu a palavra para ler uma "carta resposta" de que era portador.
Concedida a palavra, o presbítero leu a carta escrita nos seguintes termos:
"Tomando conhecimento de que o seu púlpito está vago, gostaria de me candidatar a essa posição. Tenho sido um pregador de algum sucesso e também tenho tido algum êxito como escritor. Há quem afirme que sou bom organizador, pois tenho sido líder em muitos lugares que estive. Tenho mais de 50 anos, nunca preguei num mesmo lugar por mais de 3 anos. Em alguns lugares, deixei de pregar porque meu trabalho provocou levantes e distúrbios. Tenho de admitir que já estive preso em 3 ou 4 oportunidades, apesar de não ter sido por mau comportamento de minha parte. Minha saúde não é muito boa, embora eu ainda consiga realizar muitas coisas, tenho pregado em igrejas pequenas, localizadas em grandes cidades, não tenho me dado bem com os líderes religiosos de tais cidades, de fato, alguns me ameaçaram e até me agrediram fisicamente, não sou bom pra fazer registros, pois esqueci-me do número de pessoas que batizei. Todavia, se quiserem me aceitar, farei o que for possível no trabalho do SENHOR.
Aceito o convite e as exigências da igreja, desde que:
- Cada membro procure conhecer, respeitar e ajudar o pastor;
- Cada membro que eu visitar me receba com rosto alegre, desligue a TV e me fale de suas dificuldades, com absoluta sinceridade;
- Cada membro se disponha em ouvir-me com humildade quando eu o advertir, a fim de evitar quedas;
- Cada membro não se julgue o tal, com seus talentos e habilidades, e aceite minha orientação pastoral;
- Cada membro se alegre com o que o SENHOR estiver fazendo por meio de outros irmãos, e não reaja com ciúmes e acusações de preferências e favoritismos;
- Cada membro procure entender e praticar o que eu pregar com autoridade divina;
- Cada membro evite tratar-me como seu empreiteiro espiritual;
- Cada membro não abuse de sua liberdade em CRISTO;
- Cada membro examine as Escrituras todos os dias, e procure entender e praticar seus ensinos;
- Cada membro ore pelo pastor, para que me seja dada ao abrir da minha boca, a Palavra para, com intrepidez, fazer conhecido o Mistério do Evangelho;
- Cada membro entenda, aceite e se arrependa, quando eu condenar seu pecado;
- Cada membro seja, antes de tudo, uma ovelha verdadeira do aprisco do Supremo Pastor de nossas almas, JESUS CRISTO".
Imediatamente após a leitura, alguns presentes quiseram saber o nome do pastor que tivera o desplante de remeter tal proposta, principalmente tratando-se de um ex-presidiário, criador de distúrbios, de pastorado transitório e não duradouro, portador de saúde debilitada, velho o bastante para o "mercado de trabalho", pregador de pequenas igrejas, etc...
O presbítero atendeu ao pedido do irmão, anunciando o nome de quem subscrevera a carta, dizendo pausadamente: "Apóstolo Paulo".
Houve silêncio na assembléia, por alguns instantes, levando alguns às lágrimas e outros à meditação.
O texto acima é de autor desconhecido e sofreu pequenas adaptações. Foi encaminhado ao Jornal "O Estandarte", pelo Presb. Lázaro Monteiro de Oliveira da 1ª IPI de Osasco/SP e, a meu ver, serve de profunda reflexão às nossas opiniões sobre pastores e rebanhos.
Sobretudo, o que deve permanecer em nosso coração com essa leitura é saber que: muito mais que a escolha de um pastor – ou de um rebanho –, toda resposta vem do SENHOR. Ele designa quem deve estar, onde deve estar e porque deve estar em determinado lugar.Por isso, antes de escolhermos o nosso "pastor ideal" devemos ter muito bem memorizado os seguintes versículos bíblicos:
“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação”. Romanos 13: 1-2.
“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. Atos 20: 28.
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. Efésios 4: 11-12.
“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram... Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. Hb 13. 7,13.
Fonte: Teologia e Piedade
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