1) Deus não é obrigado a abençoar dizimista que é mentiroso, adúltero, espancador de esposa ou tenha qualquer afinidade com o pecado. Se fosse assim ele teria poupado Jerusalém de ser destruída pelos romanos, pois os fariseus davam o dízimo de tudo, até do cominho, da hortelã e do endro. Isso não evitou que o castigo viesse sobre os judeus cuja maior desobediência foi rejeitar a mensagem da salvação. Se dissermos que a lei da semeadura e da colheita financeira se processa segundo um sistema automático de dar e receber, sem nenhuma dependência com a vida espiritual da pessoa, então somos obrigados a dizer que Deus é obrigado a abençoar financeiramente um dizimista que gosta de ver material de pedofilia e de zoofilia na internet e que utiliza parte de seu dinheiro para transar com prostitutas em bordéis, o que seria uma afirmação completamente absurda. Nesse caso Deus abençoaria até a Hitler se ele fosse dizimista. É certo que toda a maldição de Deus recai sobre um ser depravado como esse. Deus não tem compromisso de qualquer tipo para com quem vive deliberadamente na prática do pecado.
2) Qualquer oferta para Deus, é acima de tudo, uma manifestação de agradecimento pelas bençãos que já foram concedidas e não uma forma de negociar com o Todo-Poderoso, como se Ele fosse obrigado a retribuir financeiramente o que foi dado, com juros e correção monetária. O homem sempre deverá a Deus e não o contrário.
3) O que se faz com o dinheiro do dízimo não é um problema só do pastor. Também é um problema do dizimista que, ao invés de se eximir, dizendo que já cumpriu o seu dever junto a Deus, deve assumir a sua obrigação de fiscalizar a destinação que é dada ao dinheiro dos fiéis. Legalmente a igreja é uma associação, uma organização religiosa, regulamentada por um Estatuto. Isso significa que deve haver uma prestação de contas adequada a todos os seus associados. Deve-se perguntar àquele que discorda dessa afirmação se ele, como dizimista, gostaria de frequentar uma igreja com bancos sempre quebrados, com gotejamentos intensos em dias de chuva, com banheiros fétidos, cujo pastor fosse visto passeando pra lá e pra cá no seu carro, novinho em folha.
4) Agem de má-fé aqueles que tentam incutir na mente do povo de Deus que dar o dízimo é o mandamento supremo que não pode ser descumprido nunca, seja qual for o pretexto. Com certeza há mandamentos maiores do que o dízimo. Qual filho não sacrificaria o dinheiro do seu dízimo para comprar remédios para a sua mãe que esteja à beira da morte? Jesus disse "Misericórdia quero e não sacrifícios". Paulo também disse que honrar o pai e a mãe é o primeiro mandamento com promessa. (Efésios 6)
5) Aqueles que vivem discutindo se o dízimo deve ser calculado sobre o bruto ou sobre o líquido recaem no mesmo erro dos fariseus que adotaram um estilo rigoroso de vida através da observação de preceitos rígidos e detalhados com origem unicamente humana. Se o dízimo sobre o salário bruto tivesse de ser levado ao pé da letra, por exemplo, o crente teria de dar o dízimo até mesmo do valor referente ao fundo de garantia que o patrão deposita na sua conta vinculada, todo mês. Cada contra-cheque tem as suas particularidades, dependendo da área de atuação profissional do cristão. Alguns descontos são reembolsados depois, outros não. Discutir se o dízimo é sobre o líquido ou sobre o bruto teria soluções infinitas assim como são infinitos ou tipos de contra-cheques. Que seja encaminhada à consciência do próprio crente a decisão de quanto ele dará a título de dízimo. Deus não está preocupado com essas minúcias.
6) Deus não é um carrasco que deixa um devorador de plantão à porta de nossa casa espiando se vamos dar o dízimo naquele mês ou não com o intuito de castigar-nos com a miséria caso esqueçamos de cumprir esse compromisso financeiro. Acordem! Deus não é esse monstro. Deus é nosso Pai. Ao crente pertence a benção de Abraão. (Gálatas 3:10-13) Não é qualquer situação episódica que tirará o cristão desse estado de bem-aventurança. A benção de Deus não é um bem hipotecado que nos é tirado se não temos dinheiro para pagar.
7) Dar o dízimo não impede que tragédias venham a suceder na vida do crente. Será que alguém já parou para pensar que milhares de dizimistas perderam suas casas ou vidas nessa terrível tragédia que assolou os estados do Nordeste, causada pelas chuvas? Quantos dizimistas haviam dentro das torres gêmeas do World Trade Center, quando elas caíram? Porventura os dizimistas foram poupados da mortandade causada pelo terrível terremoto no Chile? Dar dízimo teria evitado a morte de milhões de cristãos durante a Inquisição da Idade Média, levada a efeito pela Igreja Católica?
Fonte: Blog do Cristiano Santana
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