Depois de uma briga “daquelas” entre o pastor e sua esposa, ela sentou na cama e disparou:
- “Prá mim chega, vamos procurar um advogado!”
Ele gelou, e numa fração de segundos, seus 15 anos de casamento passaram rapidamente em sua mente como um trayler de um filme, e deduziu que seu casamento havia acabado ali.
- “Sou mais um pastor divorciado”, pensou!
Mas respirou fundo, ainda meio paralisado sob o impacto do clima que pairava no quarto naquele momento, ainda conseguiu conversar com ela e decidiram procurar ajuda externa de amigos e profissionais habilitados, para tentar solucionar a crise. Esse procedimento os levou a entender que uma boa relação familiar precisa de manutenção constante, pois casamentos são como obras do governo: construções inacabadas.
No ano 2000 foram feitos no Brasil, “121.417 pedidos de divórcios”. Cerca de 332,64 por dia. Nesses divórcios estão muitos pastores e esposas que não conseguiram ficar casados, mesmo fazendo tentativas: “eu fiz tudo o que podia ser feito”, me disse um colega recentemente. O tempo dos descartáveis tem transformado relações humanas em relações objetais, facilitando assim as separações. O divórcio não era permitido no Brasil até dezembro de 1977, hoje pode acontecer em apenas 45 minutos. Logo a tendência natural é que cresça o número de divórcios no Brasil, o que aumentará o divórcio entre pastores e esposas.
Serão consideradas aqui três questões relativas ao divórcio de pastores: Os porquês do mesmo, o que fazer ante os sinais do mesmo, e o procedimento quando ele for uma realidade. Não há a pretensão de ser a última palavra nem de cobrir completamente o tema. O propósito é refletir sobre o assunto que assusta e entristece qualquer cristão sincero, e sugerir contribuições para a diminuição das separações de pastores. Se uma só for melhorada, haverá grande satisfação.
Por que pastores e esposas se separam?
Nenhum casal que se ama, deseja separar, mas infelizmente isso acontece entre muitos pastores e suas esposas. Vejamos algumas causas:
a) Nem todos os casamentos são uniões de Deus – Ingenuamente pensamos que toda união com papel passado, cerimônia religiosa e recepção cheia de guloseimas é feita por Deus. Mas, se formos sinceros, temos que admitir que há matrimônios que Deus uniu, e que têm tudo para dar certo e que há casamentos que o homem uniu. Um casamento pode acontecer apenas por atração física, por dinheiro ou outros interesses. Há pastores que casam com uma mulher que lhe seja útil no ministério. Este é um casamento utilitarista, e uma relação entre duas pessoas deve existir por amor e compromisso, e não pelos benefícios que ela possa trazer a uma das partes, mesmo que seja o ministério pastoral. Dalmiro Bustos (2001), diz que há três coisas que sustentam uma relação conjugal: O afeto, o sexo e os projetos comuns. Quando o afeto acaba o sexo segura o casamento, quando o afeto e o sexo se acabam os projetos comuns como os filhos ou bens adquiridos, mantêm o casal unido, mesmo que superficialmente.
b) São seres humanos caídos – Mesmo um casal seja unido por Deus, comete erros e não consegue manter a relação. Jesus interrogado pelos fariseus sobre a legalidade do divórcio, respondeu que eles acontecem “por causa da dureza do... coração...; entretanto, não foi assim desde o princípio” . Pastores e esposas têm alegrias e crises conjugais semelhantes a qualquer casal, e seus corações também se endurecem. Alguns alegam que depois do casamento o outro muda, não é mais o mesmo que conheceu nos tempos de namoro e noivado. O fato é que uma mulher nunca conhecerá completamente o seu marido e vice versa. Paulo diz que o casamento “é um mistério profundo” . Segundo Paul Tournier o ser humano é composto de uma pessoa e de um personagem. A pessoa é a parte interna, escondida e o personagem é aquele que aparece, o visível. Sempre casamos com o personagem que traz dentro de si uma pessoa desconhecida. Se o personagem for generoso e doador irá correr os riscos de se revelar vagarosamente e se dar a conhecer ao outro. Mas se esconder a pessoa que há dentro dele, a relação se tornará superficial, e essas duas maravilhosas pessoas escondidas, nunca se conhecerão profundamente, o que tornará o casamento uma encenação de personagens e não uma união de pessoas. Portanto a coragem de se revelar ao outro, e despir-se completamente como no jardim do Éden , é o que vai fortalecer o relacionamento conjugal entre dois seres humanos caídos.
c) Pessoas de Deus às vezes fracassam – Quando Martin Buber tinha seis anos de idade seus pais se separaram. Sofrendo, aquela criança fez uma pergunta que norteou sua vida até a morte com 86 anos: “Por que pessoas de excelente qualidade humana não conseguem dialogar; não chegam a um diálogo em profundidade?” . Sim, por quê? Esta pergunta sempre estará ecoando em alguns casos de divórcio. Por que pessoas amáveis, inteligentes e eficientes em muitas outras áreas da vida, não conseguem administrar sua relação conjugal? Por que homens de destaque na história bíblica como Davi, Salomão e Sansão não conseguiram se contentar com uma só esposa? E porque falharam no casamento alguns líderes cristãos que influenciaram gerações inteiras com seus pensamentos e atitudes. Paul Tilich, que com o consentimento de sua esposa “tinha uma amante” , Martin Luther King Jr., que foi chamado de “mulherengo” ? Isso sem citar líderes de expressão nacional que abalaram o Brasil evangélico com seus divórcios.
A relação entre um homem e uma mulher é uma das coisas mais misteriosas da vida. O sábio Salomão, que teve muitas complicações nesta área disse que “são maravilhosas demais... não entendo” . Não é possível compreender completamente porque certas pessoas são realizadas em algumas áreas da vida e infelizes no casamento. Não deve ser assim, mas é importante entendermos que os estes erros não invalidam os feitos que realizaram antes.
No caso do pastor, sua função o faz responsável por três tipos de famílias: a sua, as famílias individuais da igreja, e a igreja como uma grande família, o que é uma grande responsabilidade. Isso faz com que, muitas vezes, sua família seja menos assistida. As igrejas precisam refletir sobre isso, e apoiar o pastor e sua esposa, para que a família deles resista a este avalanche de separações.
O divórcio avisa?
Nada acontece da noite pro dia, a não ser chuva de verão. John Gottman chama os avisos do divórcio dos ”quatro cavaleiros do apocalipse” , que são: a crítica, o desrespeito, a defensividade e o muro de pedra. Normalmente um vem após o outro.
A crítica é o primeiro, e se instala quando os cônjuges começam a se acusar mutuamente com expressões como: “você sempre faz isso”.
O desrespeito vem em seguida com os insultos, zombarias e gestos corporais irônicos como revirar dos olhos, torcer os lábios, e ainda dizer: “Claro que você gosta muito de mim”.
A defensividade segue o desrespeito quando nasce o sentimento de vítima um do outro, e surgem acusações como: “Você nunca me leva a lugar nenhum”, ou “Você nunca tira o prato da mesa, eu tenho que fazer tudo sozinha nessa casa”.
Finalmente chega o cavaleiro muro de pedra. É ele quem faz os corações endurecerem e instala a frieza na relação conjugal. “Você nunca diz nada, só fica aí sentado. É como falar com um muro de pedras”. Jesus falou sobre ele, quando disse que são os corações endurecidos o motivo maior para os divórcios. Quando a relação chega aí, não há mais sentimento. Alguém já disse que o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. Enquanto há ódio há sentimento, há briga, há diálogo mesmo que rancoroso, mas quando se instala a indiferença, é como se o outro tivesse morrido. “A grande política do casamento é cada um ceder um pouco, para que nenhum dos dois tenha que ceder tudo”.
Ante os sinais do apocalipse do casamento, o casal deve respirar fundo, beber um copo com água e contar até dez. A oração a dois é um poderoso recurso e alguns filmes podem ser úteis. Kramer x Kramer, Diário de Uma Paixão, Um Amor para Recordar, Quando um Homem Ama uma Mulher, Como se Fosse a Primeira Vez, e Click. Se o casal não conseguir administrar a situação, deve buscar ajuda pastoral confiável, e se ainda assim, não melhorar, buscar terapia de casal, com um terapeuta de confiança dos dois.
E se não houver jeito?
O divórcio é um grande sofrimento. Periodicamente acompanho casos e nunca vi bolo e refrigerante para a assinatura de papéis. Logo, quando não for possível manter viva a relação, o casal deve se esforçar para desfazê-la da forma menos dolorida possível, especialmente para preservar uma boa relação com os filhos, que não sendo responsáveis, sofrem muito. O que não deve acontecer é o cinismo. O casal não se suporta mais, não deseja buscar qualquer ajuda, mas por motivos egoístas, continua a viver junto, dormindo em camas e quartos separados. Tal relação é mais nociva que o divórcio.
Para os que já se divorciaram é importante refletir sobre os motivos que causaram a separação, para não repeti-los num possível segundo casamento.
Já aos que acompanham divorciados, que sejamos apoio. Críticas e acusações não ajudam a recuperar pessoas que estão com suas almas rasgadas. Portanto quando algum divorciado solicitar ajuda, sejamos uma mão amiga. Como disse o filósofo: “O preço de se dar mal é se dar mal”. A dor já é muito grande.
No caso de pastores, no passado os que se separavam eram considerados fracassados numa área vital do ministério, a família; alguns foram abandonados por instituições e comunidades a quem serviram por anos. Hoje, dependendo da forma como ocorre a separação, são acolhidos e tratados por suas comunidades, permanecendo no exercício do ministério, reconstruindo a vida. Seu casamento acabou, mas sua vida e ministério não terminaram.
Não há qualquer garantia que um casamento dure até a morte de um dos cônjuges, se a graça do Senhor não estiver sobre o casal, quebrantando os corações; e os mesmos com humildade buscarem ajuda em oração, e os outros recursos disponíveis como amigos dispostos a ajudar, aconselhamento pastoral, encontros para casais e terapia de casal, para administrar as crises.
Nossa esperança é que a graça de Deus fortaleça os casamentos que ele uniu e transforme pelo poder do Evangelho, os que foram feitos por motivos errados.
Fonte: Sepal
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- “Prá mim chega, vamos procurar um advogado!”
Ele gelou, e numa fração de segundos, seus 15 anos de casamento passaram rapidamente em sua mente como um trayler de um filme, e deduziu que seu casamento havia acabado ali.
- “Sou mais um pastor divorciado”, pensou!
Mas respirou fundo, ainda meio paralisado sob o impacto do clima que pairava no quarto naquele momento, ainda conseguiu conversar com ela e decidiram procurar ajuda externa de amigos e profissionais habilitados, para tentar solucionar a crise. Esse procedimento os levou a entender que uma boa relação familiar precisa de manutenção constante, pois casamentos são como obras do governo: construções inacabadas.
No ano 2000 foram feitos no Brasil, “121.417 pedidos de divórcios”. Cerca de 332,64 por dia. Nesses divórcios estão muitos pastores e esposas que não conseguiram ficar casados, mesmo fazendo tentativas: “eu fiz tudo o que podia ser feito”, me disse um colega recentemente. O tempo dos descartáveis tem transformado relações humanas em relações objetais, facilitando assim as separações. O divórcio não era permitido no Brasil até dezembro de 1977, hoje pode acontecer em apenas 45 minutos. Logo a tendência natural é que cresça o número de divórcios no Brasil, o que aumentará o divórcio entre pastores e esposas.
Serão consideradas aqui três questões relativas ao divórcio de pastores: Os porquês do mesmo, o que fazer ante os sinais do mesmo, e o procedimento quando ele for uma realidade. Não há a pretensão de ser a última palavra nem de cobrir completamente o tema. O propósito é refletir sobre o assunto que assusta e entristece qualquer cristão sincero, e sugerir contribuições para a diminuição das separações de pastores. Se uma só for melhorada, haverá grande satisfação.
Por que pastores e esposas se separam?
Nenhum casal que se ama, deseja separar, mas infelizmente isso acontece entre muitos pastores e suas esposas. Vejamos algumas causas:
a) Nem todos os casamentos são uniões de Deus – Ingenuamente pensamos que toda união com papel passado, cerimônia religiosa e recepção cheia de guloseimas é feita por Deus. Mas, se formos sinceros, temos que admitir que há matrimônios que Deus uniu, e que têm tudo para dar certo e que há casamentos que o homem uniu. Um casamento pode acontecer apenas por atração física, por dinheiro ou outros interesses. Há pastores que casam com uma mulher que lhe seja útil no ministério. Este é um casamento utilitarista, e uma relação entre duas pessoas deve existir por amor e compromisso, e não pelos benefícios que ela possa trazer a uma das partes, mesmo que seja o ministério pastoral. Dalmiro Bustos (2001), diz que há três coisas que sustentam uma relação conjugal: O afeto, o sexo e os projetos comuns. Quando o afeto acaba o sexo segura o casamento, quando o afeto e o sexo se acabam os projetos comuns como os filhos ou bens adquiridos, mantêm o casal unido, mesmo que superficialmente.
b) São seres humanos caídos – Mesmo um casal seja unido por Deus, comete erros e não consegue manter a relação. Jesus interrogado pelos fariseus sobre a legalidade do divórcio, respondeu que eles acontecem “por causa da dureza do... coração...; entretanto, não foi assim desde o princípio” . Pastores e esposas têm alegrias e crises conjugais semelhantes a qualquer casal, e seus corações também se endurecem. Alguns alegam que depois do casamento o outro muda, não é mais o mesmo que conheceu nos tempos de namoro e noivado. O fato é que uma mulher nunca conhecerá completamente o seu marido e vice versa. Paulo diz que o casamento “é um mistério profundo” . Segundo Paul Tournier o ser humano é composto de uma pessoa e de um personagem. A pessoa é a parte interna, escondida e o personagem é aquele que aparece, o visível. Sempre casamos com o personagem que traz dentro de si uma pessoa desconhecida. Se o personagem for generoso e doador irá correr os riscos de se revelar vagarosamente e se dar a conhecer ao outro. Mas se esconder a pessoa que há dentro dele, a relação se tornará superficial, e essas duas maravilhosas pessoas escondidas, nunca se conhecerão profundamente, o que tornará o casamento uma encenação de personagens e não uma união de pessoas. Portanto a coragem de se revelar ao outro, e despir-se completamente como no jardim do Éden , é o que vai fortalecer o relacionamento conjugal entre dois seres humanos caídos.
c) Pessoas de Deus às vezes fracassam – Quando Martin Buber tinha seis anos de idade seus pais se separaram. Sofrendo, aquela criança fez uma pergunta que norteou sua vida até a morte com 86 anos: “Por que pessoas de excelente qualidade humana não conseguem dialogar; não chegam a um diálogo em profundidade?” . Sim, por quê? Esta pergunta sempre estará ecoando em alguns casos de divórcio. Por que pessoas amáveis, inteligentes e eficientes em muitas outras áreas da vida, não conseguem administrar sua relação conjugal? Por que homens de destaque na história bíblica como Davi, Salomão e Sansão não conseguiram se contentar com uma só esposa? E porque falharam no casamento alguns líderes cristãos que influenciaram gerações inteiras com seus pensamentos e atitudes. Paul Tilich, que com o consentimento de sua esposa “tinha uma amante” , Martin Luther King Jr., que foi chamado de “mulherengo” ? Isso sem citar líderes de expressão nacional que abalaram o Brasil evangélico com seus divórcios.
A relação entre um homem e uma mulher é uma das coisas mais misteriosas da vida. O sábio Salomão, que teve muitas complicações nesta área disse que “são maravilhosas demais... não entendo” . Não é possível compreender completamente porque certas pessoas são realizadas em algumas áreas da vida e infelizes no casamento. Não deve ser assim, mas é importante entendermos que os estes erros não invalidam os feitos que realizaram antes.
No caso do pastor, sua função o faz responsável por três tipos de famílias: a sua, as famílias individuais da igreja, e a igreja como uma grande família, o que é uma grande responsabilidade. Isso faz com que, muitas vezes, sua família seja menos assistida. As igrejas precisam refletir sobre isso, e apoiar o pastor e sua esposa, para que a família deles resista a este avalanche de separações.
O divórcio avisa?
Nada acontece da noite pro dia, a não ser chuva de verão. John Gottman chama os avisos do divórcio dos ”quatro cavaleiros do apocalipse” , que são: a crítica, o desrespeito, a defensividade e o muro de pedra. Normalmente um vem após o outro.
A crítica é o primeiro, e se instala quando os cônjuges começam a se acusar mutuamente com expressões como: “você sempre faz isso”.
O desrespeito vem em seguida com os insultos, zombarias e gestos corporais irônicos como revirar dos olhos, torcer os lábios, e ainda dizer: “Claro que você gosta muito de mim”.
A defensividade segue o desrespeito quando nasce o sentimento de vítima um do outro, e surgem acusações como: “Você nunca me leva a lugar nenhum”, ou “Você nunca tira o prato da mesa, eu tenho que fazer tudo sozinha nessa casa”.
Finalmente chega o cavaleiro muro de pedra. É ele quem faz os corações endurecerem e instala a frieza na relação conjugal. “Você nunca diz nada, só fica aí sentado. É como falar com um muro de pedras”. Jesus falou sobre ele, quando disse que são os corações endurecidos o motivo maior para os divórcios. Quando a relação chega aí, não há mais sentimento. Alguém já disse que o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. Enquanto há ódio há sentimento, há briga, há diálogo mesmo que rancoroso, mas quando se instala a indiferença, é como se o outro tivesse morrido. “A grande política do casamento é cada um ceder um pouco, para que nenhum dos dois tenha que ceder tudo”.
Ante os sinais do apocalipse do casamento, o casal deve respirar fundo, beber um copo com água e contar até dez. A oração a dois é um poderoso recurso e alguns filmes podem ser úteis. Kramer x Kramer, Diário de Uma Paixão, Um Amor para Recordar, Quando um Homem Ama uma Mulher, Como se Fosse a Primeira Vez, e Click. Se o casal não conseguir administrar a situação, deve buscar ajuda pastoral confiável, e se ainda assim, não melhorar, buscar terapia de casal, com um terapeuta de confiança dos dois.
E se não houver jeito?
O divórcio é um grande sofrimento. Periodicamente acompanho casos e nunca vi bolo e refrigerante para a assinatura de papéis. Logo, quando não for possível manter viva a relação, o casal deve se esforçar para desfazê-la da forma menos dolorida possível, especialmente para preservar uma boa relação com os filhos, que não sendo responsáveis, sofrem muito. O que não deve acontecer é o cinismo. O casal não se suporta mais, não deseja buscar qualquer ajuda, mas por motivos egoístas, continua a viver junto, dormindo em camas e quartos separados. Tal relação é mais nociva que o divórcio.
Para os que já se divorciaram é importante refletir sobre os motivos que causaram a separação, para não repeti-los num possível segundo casamento.
Já aos que acompanham divorciados, que sejamos apoio. Críticas e acusações não ajudam a recuperar pessoas que estão com suas almas rasgadas. Portanto quando algum divorciado solicitar ajuda, sejamos uma mão amiga. Como disse o filósofo: “O preço de se dar mal é se dar mal”. A dor já é muito grande.
No caso de pastores, no passado os que se separavam eram considerados fracassados numa área vital do ministério, a família; alguns foram abandonados por instituições e comunidades a quem serviram por anos. Hoje, dependendo da forma como ocorre a separação, são acolhidos e tratados por suas comunidades, permanecendo no exercício do ministério, reconstruindo a vida. Seu casamento acabou, mas sua vida e ministério não terminaram.
Não há qualquer garantia que um casamento dure até a morte de um dos cônjuges, se a graça do Senhor não estiver sobre o casal, quebrantando os corações; e os mesmos com humildade buscarem ajuda em oração, e os outros recursos disponíveis como amigos dispostos a ajudar, aconselhamento pastoral, encontros para casais e terapia de casal, para administrar as crises.
Nossa esperança é que a graça de Deus fortaleça os casamentos que ele uniu e transforme pelo poder do Evangelho, os que foram feitos por motivos errados.
Fonte: Sepal
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