segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crise econômica aumenta casos de depressão e suicídio na Grécia

Em abril, o dono de uma loja de carpetes no resort grego de Arachova foi encontrado enforcado com uma corda em uma ponte numa estrada para o sítio histórico de Delphi.

"Não procure por outras razões. A crise econômica me levou a isso. Tenho dívidas com o seguro social, meus fornecedores e a proprietária do imóvel", disse em uma nota o pai de família de 64 anos.

Atos públicos como esse podem ser raros na Grécia, mas as autoridades dizem que os problemas fiscais estão levando o país para a depressão, elevando de forma drástica os índices de suicídio.

"Nossa época é dominada pela depressão e mesmo pelo luto pela perda de tudo o que as pessoas conquistaram durante a vida", disse o psicólogo Aris Violatzis, que trabalha num serviço emergencial privado anti-suicídio de Klimaka.

"O suicídio sempre se deve a uma combinação de diversos motivos, mas a crise econômica está se tornando um fator importante", acrescentou ele.

Nos últimos dois anos, o governo grego impôs duras medidas de austeridade para lidar com a enorme dívida, enquanto a Grécia afundou na mais profunda recessão em 40 anos.

Os negócios estão sendo fechados, o setor público encolhe e o desemprego deve subir para 17 por cento este ano. Apenas na região de Atenas, mais de 20 por cento das lojas fecharam depois de 2010, de acordo com a Associação de Varejistas da Grécia.

Em um caso que chocou os atenienses, um empresário pulou do quarto andar de um hotel de luxo na Praça Syndagma em maio. Em sua nota de suicídio, disse que a crise financeira o deixara sem nada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a Grécia tradicionalmente estava no fim da lista global, mas os números aumentam rapidamente.

O ministro da Saúde disse ao Parlamento que houve um aumento de 40 por cento nos últimos dois anos no país de 11 milhões de habitantes.


Fonte: Reuters
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