domingo, 6 de novembro de 2011

Papa reconhece passado violento do cristianismo

Poucas vezes um papa se desculpou pelo passado; declaração foi feita em encontro ecumênico

O papa Bento 16 reconheceu ontem "com grande vergonha" que foram cometidos atos de violência em nome da fé na história do cristianismo, mas disse que a violência religiosa não deve mais ter lugar no mundo contemporâneo.

Essa foi uma das raras vezes em que um papa se desculpou por eventos como as Cruzadas ou o uso da força para difundir a fé no Novo Mundo. Em 2000, o papa João Paulo 2º se desculpou pelas falhas históricas do cristianismo.

"Como cristão, gostaria de dizer neste momento: sim, é verdade, ao longo da história a força foi usada em nome da fé cristã", afirmou. "Reconhecemos isso com grande vergonha. Mas está muito claro que isso foi um abuso da fé cristã, algo que evidentemente contradiz sua verdadeira natureza." O papa também condenou o terrorismo. "Sabemos que às vezes o terrorismo tem motivação religiosa e precisamente o caráter religioso dos ataques serve de justificativa para a crueldade implacável, que acredita poder relegar as regras do direito a favor do objetivo buscado." Diante disso, o papa garantiu que "a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência e da sua tarefa pela paz no mundo".

Encontro Ecumênico

As declarações do papa foram feitas durante um evento ecumênico pela paz em Assis, cidade natal de São Francisco, na Itália.

O encontro recebeu cerca de 300 líderes religiosos do mundo - entre cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, taoístas, xintoístas e budistas. Um representante ateu também participou.


Fonte: Destak Jornal
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