quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sede de revista francesa é incendiada após publicar charges de profeta muçulmano

Autoridades francesas repudiaram o ataque à sede da revista Charlie Hebdo, na última quarta-feira (2), após ter publicado charges do profeta Maomé em uma edição especial sobre a Sharia, conjunto de leis muçulmanas, informa o jornal The Guardian.

Na madrugada de ontem, foram relatados ataques de um tipo de explosivo que causou incêndio nas dependências da revista. O site também sofreu ataques de hackers.

O ataque ocorreu pouco antes da edição especial "Sharia Hebdo" ir às bancas. A publicação aborda as leis islâmicas com sátira. Na capa, havia uma chamada para o profeta Maomé como "editor convidado" e um cartoon que dizia "100 chibatadas para aqueles que não morrerem de rir".

Políticos franceses repudiaram os ataques e afirmaram que a liberdade de imprensa é "sagrada". "Liberdade de expressão é um valor inalienável da democracia e qualquer incursão contra a liberdade de imprensa deve ser condenada com a maior força. Nenhuma causa justifica ações violentas", afirmou o primeiro-ministro François Fillon.

O candidato à presidência pelo partido socialista, François Hollande, disse ao Le Monde que o incidente demonstrava que a "liberdade de imprensa e respeito às opiniões" eram uma batalha permanente. "O fundamentalismo deve ser erradicado em todas as suas formas".

O Conselho Muçulmano Francês, maior órgão representativo da religião no país, condenou os ataques, mas afirmou que os desenhos são considerados ofensivos, segundo a religião. "O Conselho repudia profundamente o tom satírico do jornal com relação aos muçulmanos e seus profetas, mas reafirma com sua força total a oposição a qualquer ato de violência".


Fonte: Portal Imprensa
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