quarta-feira, 10 de junho de 2009

O Caráter de Jesus



Enquanto Jesus disse que não aceitava a glória dos homens nós cantamos, pregamos, lideramos e até limpamos o chão da igreja desejando receber elogios, aplausos e reconhecimentos por nossas obras.

Enquanto Jesus lavou os pés dos discípulos colocando-se na posição serviçal de escravo, nós queremos ser tratados como senhores e nos consideramos ultrajados quando nos pedem para ajudar a arrastar um simples banco de igreja.

Enquanto Jesus andava na companhia dos pobres e marginalizados nós buscamos estar ao lado de pessoas célebres que possam nos oferecer algum tipo de vantagem.

Enquanto Jesus disse que devemos amar e abençoar os nossos inimigos, nós entregamos nossos desafetos nas mãos de Deus, na esperança de que alguma desgraça venha a lhes acontecer.

Enquanto Jesus chorava pelos que se perdiam nós utilizamos o púlpito da igreja para louvar alegremente e engrandecer ao Senhor por Ele ter matado de câncer alguém que nos maltratou.

Enquanto Jesus aceitou, no Getsêmane, o cálice de sofrimento que Deus tinha lhe preparado, nós não aceitamos nenhuma situação de tribulação em nossas vidas, pelo fato de dizerem, por aí, que a vida do crente é só de vitória.

Enquanto Jesus chorou abundamente pelos pecados de Jerusalém e pela morte de Lázaro, nós choramos somente quando assistimos a cenas românticas de novela, manifestando total indiferença para com as desgraças alheias e as misérias que assolam este mundo pecaminoso.

Enquanto Jesus dizia que o reino dele não era deste mundo, nós sonhamos em construir impérios neste planeta, esquecendo que a nossa pátria é celestial.

Enquanto Jesus ensinou que os últimos serão os primeiros e que o maior deverá ser o menor, nós sonhamos sempre com as primeiras posições, estando dispostos a passar por cima de todo aquele que se coloque à nossa frente.

Enquanto Jesus disse para perdoarmos setenta vezes sete, nós achamos que a única coisa que o nosso ofensor merece é a vingança.

Enquanto Jesus perdoou a Pedro, dando-lhe uma nova chance, embora o tenha negado três vezes, nós costumamos ser duros e inflexíveis com aqueles que erram conosco.

Enquanto Jesus corajosamente perguntou aos seus discípulos se eles queriam também seguir as pessoas que se retiravam, escandalizadas com a sua dura palavra, nós procuramos agradar a multidão com o doce e suave evangelho do comodismo.

Enquanto Jesus chamava de bem-aventurados os que choram e sofrem perseguições, nós reputamos como amaldiçoados de Deus qualquer um que esteja passando por tribulações.