Natural da Holanda, o Irmão André é mais conhecido como "Contrabandista de Deus" pelo contrabando de bíblias que realizou em 1955 na Rússia na época em que o país era conhecido como cortina de ferro; e a partir desse tempo o Irmão André dedicou sua vida ao alcance de vidas que estão em países não alcançados; sendo o fundador da missão Portas Abertas.
Hoje, Portas Abertas trabalha em cerca de 50 países para fortalecer a Igreja onde o preço da fé é muito alto.
Ao escrever o livro O contrabandista de Deus, Irmão André arriscou sua vida para trazer à luz a perseguição que os cristãos enfrentam no mundo todo. Seu décimo livro, Desafiando os limites da fé, cobre outros 30 anos de seu ministério.
Nos últimos anos, a paixão do Irmão André pelo Oriente Médio tem aumentado devido à diminuição da Igreja lá e da apatia em alcançar os muçulmanos. Suas amizades e o amor de Deus têm levado André a reuniões particulares com Yasser Arafat e com líderes do Hamas e do Hizbollah. Ele está entre os poucos líderes do Ocidente que vai regularmente a esses grupos como embaixador de Cristo.
Atualmente o missionário encontra-se em seus 80 e poucos anos, mas a idade não o impediu de alcançar aquilo que parece inalcançável, e disse que a chave para impactar os muçulmanos com Cristo é a humildade. Recentemente desafiou 3.000 representantes de uma rede missionária na Alemanha a superar a inimizade com a comunidade muçulmana e a amá-los como Cristo os amaria.
"Precisamos ter uma atitude humilde, e o que eu faço, pessoalmente, é ir até os muçulmanos, como no Irã, Líbia e Hamas e pedir perdão a eles porque não os amamos como Jesus nos disse para fazer. Não os amamos o suficiente para ir e compartilhar Cristo com eles. Só os abandonamos na total solidão" diz o missionário.
"Penso que é nossa culpa não estar lá e sinto muito forte que essa é minha convicção pessoal. Então, quando chego até eles, não peço desculpas pelo comportamento ocidental, que é muito ruim, mas não é a questão. É um assunto pessoal. Jesus me mudou. Ele quer mudar vocês também. Somente uma pessoa transformada por Deus vai fazer a diferença nesse mundo e torná-lo melhor, pouco a pouco. Mas vamos começar em nós, e partimos daqui."
Segundo o Irmão André o maior desafio para alcançar os muçulmanos na Europa e em primeiro lugar, amá-los como Jesus amou: "Há uma lacuna cultural, que nós fortalecemos, porque mal os cumprimentamos, e não os aceitamos. Esperamos que eles se integrem, mas devemos aceitá-los com são, tentarmos sermos amigos, ajudá-los com o idioma, com as compras, essas pequenas coisas. Mas ao menos devemos cumprimentá-los na rua. As pessoas na Holanda não fazem isso. Então, devemos aceitá-los antes de integrá-los. Talvez depois possamos apresentar Jesus com nossas palavras, mas antes devemos fazê-lo com nossas atitudes." Declara.
O Irmão André disse que outra chave para alcançar os muçulmanos é encontrá-los em um ponto em comum: "Eu normalmente trato com eles quando estão passando por momentos de muita necessidade, como quando foram deportados, estão em campos de refugiados, hospitais, prisões, onde eles precisam de ajuda. Eu não posso simplesmente dizer ´Aqui estou, e agora vocês vão me ouvir. Eu conheço a verdade.´ Para eles, essa não é a verdade, eles têm a própria. Eles precisam ver meu coração."
Agora, na idade com que muitas pessoas já teriam se aposentado, a ANS perguntou por que o Irmão André continua viajando para todos esses lugares: "Eu não tenho escolha", respondeu ele. "O apóstolo diria: ´O amor de Cristo me constrange´. Sempre me sinto mal se fico em casa. Fico feliz quando estou nesses lugares".
"Minha oração e esperança é para que a próxima geração continue esse trabalho, que é a única razão pela qual estou aqui."
Em 1997, Irmão André recebeu o Prêmio Liberdade Religiosa, da Associação Evangélica Mundial, em reconhecimento ao seu serviço à Igreja Perseguida. Na homenagem, foram destacadas:
• sua coragem em entregar Bíblias,
• sua abnegação em colocar a Igreja Perseguida antes da própria segurança ou conforto,
• seu trabalho em defesa da Igreja,
• seu sucesso em motivar outras pessoas a assumir a causa, e
• seu piedoso exemplo em confiar em Deus para guiá-lo e protegê-lo.
Fonte: Portas Abertas