quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Líderes evangélicos e católicos dos EUA perguntam: Por que adiar o casamento e convidar o pecado sexual e a solidão?

Os jovens que, sob a agitação de hormônios intensos, não conseguem deixar de fazer sexo deveriam simplesmente se casar, diz alguns líderes evangélicos dos EUA. Um artigo na Christianity Today, a principal revista do mundo protestante dos EUA, foi intitulada “Defendendo Casamentos Precoces” diz que mais “treinamento de castidade” não funcionará para impedir os jovens de fazer sexo antes do casamento.

Mark Regnerus, professor de sociologia da Universidade do Texas e autor do livro “Forbidden Fruit: Sex & Religion in the Lives of American Teenagers” (Fruto Proibido: Sexo & Religião nas Vidas dos Adolescentes Americanos), escreveu que embora mais de 90 por cento dos americanos façam sexo antes do casamento, apesar de um forte entusiasmo oficial pela castidade e virgindade na subcultura, uma maioria — aproximadamente 80 por cento dos cristãos conservadores dos EUA — não aguarda até o casamento.

Regnerus afirma que a ênfase em “desestimular” e “adiar” o casamento entre os americanos, inclusive evangélicos, prejudicou a instituição do casamento. Ele diz que os evangélicos precisam voltar a incentivar os jovens a se casar, uma pretensão assustadora, diz ele, considerando a hostilidade que a mera sugestão disso recebe no meio do público em geral.

“Valorizar o casamento na esfera pública hoje é falar um língua estrangeira: você está atraindo para si mesmo aborrecimentos e confusão, ou ambos”, escreveu ele. Mas, apesar de que os cristãos estão dando “importância exagerada ao sexo, eles estão se tornando “lentos e negligentes” acerca do casamento.

Num artigo em abril no jornal Washington Post, Regnerus culpou os pais dos jovens de hoje, que focalizaram apenas no sucesso acadêmico e profissional, adiando o casamento para alguma data futura.

“Muitos de nós obtivemos nossos diplomas de administração de empresas, advocacia, medicina e filosofia. Agora aconselhamos nossos filhos a completar sua educação antes mesmo de eles pensarem em se casar, para lançar suas carreiras e se tornarem financeiramente independentes”, escreveu ele.

As estatísticas sobre a família no século 20 têm sido um dos assuntos mais registrados e menos tratados em conversas. Em 1930, a idade média para os homens se casarem era 24,3 anos; para as mulheres era 21,3. Isso foi mais elevado do que as idades entre 1950 e 1960 quando os homens se casavam aos 22,8 e as mulheres aos 20,3 anos. Desde 1960, porém, a idade subiu de forma constante para 27,7 para homens e 26 para mulheres em 2007.

Esperar que os jovens aguardem grande parte de seus anos reprodutivos para ter sexo é irreal e um caso de “lutar contra os propósitos reprodutivos de nosso Criador”.
O programa de TV Fox News entrevistou muitos evangélicos e citou um jovem compositor e guitarrista, Jay Mkrtschjan, que havia planejado se casar com sua namorada, Megan, aos 20, mas adiou por um ano por causa das pressões de seus pais. Ele disse: “Casar cedo e namorar por um curto período de tempo deixa menos espaço para pecar sexualmente”. “Para mim, foi realmente uma questão de confiança”, disse Megan. “Casar logo após a faculdade mostrou para nossos amigos que estávamos confiando nossas vidas a Deus”.

Na Igreja Católica, outrora era comum o clero e os pais incentivarem seus filhos a se casar. Mas a cultura do feminismo e carreirismo fez avanços entre os católicos. O Pe. Michael P. Orsi, capelão e membro do conselho de direito e religião na Faculdade de Direito Ave Maria em Michigan, sustenta que a tendência de adiar o casamento “ou ficar sem casar tem sido a causa de grande parte da deterioração de nossa sociedade”.
“Embora muitos estejam sentados torcendo as próprias mãos acerca do fim do casamento como instituição e o colapso concomitante da ética sexual, ninguém está disposto a declarar a razão mais óbvia — é adiar por muito tempo”. O Pe. Orsi escreveu em seu artigo de 2001 “Defendendo Casamentos Precoces”, Orsi aponta para a elevada incidência de sexo antes do casamento, índices crescentes de infertilidade e o crescimento da indústria do aborto, o crescimento da atividade homossexual, o uso generalizado do controle da natalidade artificial como sintomas da tendência.

Um artigo na edição de 4 de novembro de 2005 da Revista de Medicina da Nova Inglaterra constatou uma mudança nas estatísticas de gravidez. Os americanos que adiam o casamento estão também tendo menos filhos e mais tarde. O número de primeiros nascimentos por 1.000 mulheres de 35 e 39 anos de idade aumentou 36 por cento entre 1991 e 2001, e o índice entre mulheres de 40 a 44 aumentou em 70 por cento. Isso enquanto a maioria dos especialistas de fertilidade concorda que a idade ideal para a gravidez permanece no começo da idade de 20 anos.
Com a idade do casamento ficando continuamente mais elevada, a idade em que os jovens têm a primeira relação sexual é bem baixa. De acordo com a Pesquisa Nacional de Crescimento da Família e a Pesquisa Nacional de Adolescentes, a idade média da primeira relação sexual é 16,9 para meninos e 17,4 para meninas.

Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/