Por João Neto
Altas ondas, relacionamento saudável com a natureza e evangelismo. Estes são alguns dos principais valores dos Surfistas de Cristo. Caracterizada como uma missão interdenominacional, ela busca vencer barreiras, não somente doutrinárias, mas também territoriais e levar o evangelho para fora das igrejas de uma maneira bem peculiar: pela prática do próprio surfe.
Em entrevista exclusiva ao Guia-me, o pastor e embaixador da Missão em Fortaleza (CE), Marquito Santos falou mais sobre as os objetivos dos Surfistas de Cristo e as experiências por ele vivenciadas em mais de 10 de anos de trabalho ministerial, atuando na bairro do Serviluz - região mais conhecida como ''Titanzinho''. Bem estar social, preconceito, edificação de vidas e ecologia foram alguns dos temas abordados pelo surfista em seu depoimento.
Confira a entrevista, na íntegra:
Guia-me: Em seus artigos, você sempre busca relacionar o cristianismo com a rotina de um surfista. Já aconteceu de pessoas que não praticam o surfe se identificarem com as mensagens pregadas por você ou pela Missão?
Marquito Santos: Sim, muitas pessoas têm dado seu feedback, elas têm compartilhado sobre suas vidas e de como as mensagens tem acrescentado e edificado suas vidas. Fico muito feliz por isso e sigo nesse caminho, não só eu mas toda a equipe da MSC no Brasil e no mundo tem buscado transmitir a mensagem salvadora do Santo Evangelho de forma simples e clara aos surfistas e não surfistas nas praias de todo planeta.
Guia-me: A Missão Surfistas de Cristo se refere a Deus, em alguns momentos, como o ''criador das ondas''. Você acredita que esta paixão dos surfistas pelo mar possa ser um bom elo para falar sobre quem o criou?
Marquito Santos: Sim, creio que uma das formas com que o Senhor fala aos nossos corações seja através de sua criação. Como o apóstolo Paulo afirma: ''Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;''. Rm 1.20 Falar do Senhor para a tribo do Surf ilustrando com a própria natureza é uma combinação perfeita e a galera recebe muito bem a Palavra.
Guia-me: Entre os três valores principais que vocês propõem em seu site oficial, na ótica do relacionamento, está a consciência ambiental. Como essa questão é trabalhada biblicamente entre os surfistas? E ela pode se estender a outros perfis de pessoas?
Marquito Santos: Todos nós temos uma responsabilidade grande em relação à natureza. Todo ser humano deve preservar a criação, creia ele ou não no criacionísmo e na Bíblia. É uma questão de sobrevivência das espécies e das próximas gerações. Nós surfistas e, especialmente os surfistas de Cristo, devemos ter sempre em mente essa responsabílidade pelo relacionamento íntimo que temos com a natureza e por conhecermos e amarmos o criador.
Guia-me: Na citação de seus valores centrais, vocês expõem que são ''um movimento de baixo para cima'', fortalecendo e capacitando os ministérios locais. Fale mais sobre a caracterização desse movimento.
Marquito Santos: Cremos que Deus é de fato o Senhor dessa missão. Cremos na multiforme graça de Deus manifesta nas mais variadas denominações sobre a terra e cremos que o mundo conhecerá o amor de Cristo quando estivermos unidos levantando a bandeira do nome do Senhor e não da igreja local A, B ou C. Contamos com apoio de nossas igrejas. Mas na MSC somos interdenominacionais, por isso, muito embora sejamos oriundos de várias denominações diferentes somos um em Cristo. A (CSI) Christian Surfers International ou MSC) Missão Surfistas de Cristo do Brasil representa o ponto de interceção entre nós surfistas cristãos. Oferecemos as ferramentas para ajudar na capacitação desses surfistas missionários no trabalho de resgate de toda tribo do surf local.
Guia-me: A Missão não tem a intenção de levar junto a si o nome de uma denominação específica, mas aceita o apoio de inúmeras denominações. Em algum momento isso gerou algum tipo de preconceito / dificuldade de aceitação por parte de alguma igreja?
Marquito Santos: Infelizmente sim! Algumas raras comunidades preferem ter seu próprio ministério com surfistas e fazem isso paralelamente ao nosso trabalho. Digo infelizmente pois não é agradável vermos grupos surgindo com essa visão. Mesmo assim seguimos adiante contando com a simpatia e apoio de inúmeras igrejas locais que nos apoiam e que já colhem os frutos dessa ação do Senhor nas praias.
Guia-me: Entre os objetivos da Missão é citada busca por levar o surfe à sociedade como ferramenta de integração e bem estar. Como isso é feito?
Marquito Santos: Mostramos os benefícios da prática esportiva e já contemplamos famílias inteiras compartilhando juntos dessa agradável e saudável curtição. Algumas escolas de surf contam com instrutores que são surfistas de Cristo, aliando assim Palavra de Deus e Esporte, combatendo o uso de drogas e outras práticas negativas. Tenho dado algumas aulas, é sempre muito divertido e gratificante ver novos surfistas surgindo.
Guia-me: A Missão prega bastante a importância de um bom relacionamento entre as pessoas. Em quais pontos o evangelho é beneficiado com esse relacionamento?
Marquito Santos: Deus é o principal interessado em ver-nos unidos, numa estrutura familiar saudável. O evangelho nos conecta ao Senhor Jesus Cristo, nos revela seu amor infinito e real. Sendo assim, a base para lutarmos em preservar essa unidade está em 1 João 3:16 que diz: ''Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos''.
Guia-me: Quando você trouxe a Missão para o Ceará, enfrentou algum tipo de dificuldade? Se sim, fale mais sobre os principais.
Marquito Santos: Quando cheguei aqui em Fortaleza no início de 2000, com a intenção de desenvolver esse trabalho, eu morei no Serviluz, mais conhecido como Titanzinho (área portuária/Farol). Cheguei com apenas um mantenedor. Lá passei alguns meses na casa de um grande amigo meu surfista profissional chamado André Silva. Dividíamos o espaço com sua mãe, irmã, irmão e pelas manhãs como muitos outros jovens que chegavam para nosso momento devocional, assim foram surgindo os primeiros frutos. O Senhor me guardou e abençoou a cada dia. O grupo chegou a 30 jovens convertidos. A igreja local, a Presbiteriana Vila Mar, onde eu congregava, acolheu esses frutos. O projeto Social Vila Mar juntamente com a igreja passaram a me dar seu apoio e assim as coisas melhoraram e pude alugar um pequeno quarto e passar mais dois anos servindo ao Senhor aqui em Fortaleza. As drogas, traficantes e prostitutas nas ruas completavam o cenário, era tudo muito novo para mim e em alguns momentos fiquei assustado com algumas abordagens. Mas o tempo foi passando, o meu amor por todos lá foi aumentando e o Senhor operou grandemente nas vidas que ainda hoje estão firmes nEle, para a honra e glória exclusiva dEle, o Senhor da Igreja. A Ele toda honra!
Fonte: Guia-me
Em entrevista exclusiva ao Guia-me, o pastor e embaixador da Missão em Fortaleza (CE), Marquito Santos falou mais sobre as os objetivos dos Surfistas de Cristo e as experiências por ele vivenciadas em mais de 10 de anos de trabalho ministerial, atuando na bairro do Serviluz - região mais conhecida como ''Titanzinho''. Bem estar social, preconceito, edificação de vidas e ecologia foram alguns dos temas abordados pelo surfista em seu depoimento.
Confira a entrevista, na íntegra:
Guia-me: Em seus artigos, você sempre busca relacionar o cristianismo com a rotina de um surfista. Já aconteceu de pessoas que não praticam o surfe se identificarem com as mensagens pregadas por você ou pela Missão?
Marquito Santos: Sim, muitas pessoas têm dado seu feedback, elas têm compartilhado sobre suas vidas e de como as mensagens tem acrescentado e edificado suas vidas. Fico muito feliz por isso e sigo nesse caminho, não só eu mas toda a equipe da MSC no Brasil e no mundo tem buscado transmitir a mensagem salvadora do Santo Evangelho de forma simples e clara aos surfistas e não surfistas nas praias de todo planeta.
Guia-me: A Missão Surfistas de Cristo se refere a Deus, em alguns momentos, como o ''criador das ondas''. Você acredita que esta paixão dos surfistas pelo mar possa ser um bom elo para falar sobre quem o criou?
Marquito Santos: Sim, creio que uma das formas com que o Senhor fala aos nossos corações seja através de sua criação. Como o apóstolo Paulo afirma: ''Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;''. Rm 1.20 Falar do Senhor para a tribo do Surf ilustrando com a própria natureza é uma combinação perfeita e a galera recebe muito bem a Palavra.
Guia-me: Entre os três valores principais que vocês propõem em seu site oficial, na ótica do relacionamento, está a consciência ambiental. Como essa questão é trabalhada biblicamente entre os surfistas? E ela pode se estender a outros perfis de pessoas?
Marquito Santos: Todos nós temos uma responsabilidade grande em relação à natureza. Todo ser humano deve preservar a criação, creia ele ou não no criacionísmo e na Bíblia. É uma questão de sobrevivência das espécies e das próximas gerações. Nós surfistas e, especialmente os surfistas de Cristo, devemos ter sempre em mente essa responsabílidade pelo relacionamento íntimo que temos com a natureza e por conhecermos e amarmos o criador.
Guia-me: Na citação de seus valores centrais, vocês expõem que são ''um movimento de baixo para cima'', fortalecendo e capacitando os ministérios locais. Fale mais sobre a caracterização desse movimento.
Marquito Santos: Cremos que Deus é de fato o Senhor dessa missão. Cremos na multiforme graça de Deus manifesta nas mais variadas denominações sobre a terra e cremos que o mundo conhecerá o amor de Cristo quando estivermos unidos levantando a bandeira do nome do Senhor e não da igreja local A, B ou C. Contamos com apoio de nossas igrejas. Mas na MSC somos interdenominacionais, por isso, muito embora sejamos oriundos de várias denominações diferentes somos um em Cristo. A (CSI) Christian Surfers International ou MSC) Missão Surfistas de Cristo do Brasil representa o ponto de interceção entre nós surfistas cristãos. Oferecemos as ferramentas para ajudar na capacitação desses surfistas missionários no trabalho de resgate de toda tribo do surf local.
Guia-me: A Missão não tem a intenção de levar junto a si o nome de uma denominação específica, mas aceita o apoio de inúmeras denominações. Em algum momento isso gerou algum tipo de preconceito / dificuldade de aceitação por parte de alguma igreja?
Marquito Santos: Infelizmente sim! Algumas raras comunidades preferem ter seu próprio ministério com surfistas e fazem isso paralelamente ao nosso trabalho. Digo infelizmente pois não é agradável vermos grupos surgindo com essa visão. Mesmo assim seguimos adiante contando com a simpatia e apoio de inúmeras igrejas locais que nos apoiam e que já colhem os frutos dessa ação do Senhor nas praias.
Guia-me: Entre os objetivos da Missão é citada busca por levar o surfe à sociedade como ferramenta de integração e bem estar. Como isso é feito?
Marquito Santos: Mostramos os benefícios da prática esportiva e já contemplamos famílias inteiras compartilhando juntos dessa agradável e saudável curtição. Algumas escolas de surf contam com instrutores que são surfistas de Cristo, aliando assim Palavra de Deus e Esporte, combatendo o uso de drogas e outras práticas negativas. Tenho dado algumas aulas, é sempre muito divertido e gratificante ver novos surfistas surgindo.
Guia-me: A Missão prega bastante a importância de um bom relacionamento entre as pessoas. Em quais pontos o evangelho é beneficiado com esse relacionamento?
Marquito Santos: Deus é o principal interessado em ver-nos unidos, numa estrutura familiar saudável. O evangelho nos conecta ao Senhor Jesus Cristo, nos revela seu amor infinito e real. Sendo assim, a base para lutarmos em preservar essa unidade está em 1 João 3:16 que diz: ''Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos''.
Guia-me: Quando você trouxe a Missão para o Ceará, enfrentou algum tipo de dificuldade? Se sim, fale mais sobre os principais.
Marquito Santos: Quando cheguei aqui em Fortaleza no início de 2000, com a intenção de desenvolver esse trabalho, eu morei no Serviluz, mais conhecido como Titanzinho (área portuária/Farol). Cheguei com apenas um mantenedor. Lá passei alguns meses na casa de um grande amigo meu surfista profissional chamado André Silva. Dividíamos o espaço com sua mãe, irmã, irmão e pelas manhãs como muitos outros jovens que chegavam para nosso momento devocional, assim foram surgindo os primeiros frutos. O Senhor me guardou e abençoou a cada dia. O grupo chegou a 30 jovens convertidos. A igreja local, a Presbiteriana Vila Mar, onde eu congregava, acolheu esses frutos. O projeto Social Vila Mar juntamente com a igreja passaram a me dar seu apoio e assim as coisas melhoraram e pude alugar um pequeno quarto e passar mais dois anos servindo ao Senhor aqui em Fortaleza. As drogas, traficantes e prostitutas nas ruas completavam o cenário, era tudo muito novo para mim e em alguns momentos fiquei assustado com algumas abordagens. Mas o tempo foi passando, o meu amor por todos lá foi aumentando e o Senhor operou grandemente nas vidas que ainda hoje estão firmes nEle, para a honra e glória exclusiva dEle, o Senhor da Igreja. A Ele toda honra!
Fonte: Guia-me
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