Jim Swilley decidiu assumir sua condição de homossexual em frente a toda a congregação. Disse que já havia conversado com a família, que o apóia, e que Debbie, sua ex-esposa e também pastora da igreja, sempre soube disso. Swilley afirma que sabe que é gay desde a infância e tentou esconder o quanto pôde. Porém, precisava ser sincero com o que ele está vivendo, que a mensagem que prega é “Deus o ama como você é”. Afirma ainda que se a maioria dos membros da igreja saírem, ele começará tudo de novo.
Ele tomou esta decisão depois de ouvir as histórias dos jovens gays americanos que cometeram suicídio recentemente. Swilley assegurou aos fiéis da sua igreja que ser gay não é uma escolha, mas uma condição. Depois, em entrevista à TV WS de Atlanta, declarou: “Sendo pai, penso no que significa ver seu filho de 16, 17 anos se matando. Pensei que deveria dizer algo. Sei de todas as coisas odiosas que estão escrevendo sobre mim, mas não importa. Pensar que pude salvar um adolescente, sim, vou arriscar minha reputação por isso”. Sua expectativa é que assumir publicamente sua condição ajude a diminuir o preconceito contra os homossexuais dentro da igreja.
Recentemente, outro pastor de uma megaigreja também no Estado da Geórgia, Eddie Long, foi acusado por três rapazes de sua igreja: Anthony Flagg (21 anos), Maurice Robinsosn (20) e Jamal Parris (23), de terem sido coagidos por eles a ter relações sexuais.
Long está à frente da igreja New Birth Missionary desde que era uma congregação de cerca de 300 pessoas, em 1987. Atualmente, conta com mais de 25.000 membros. Ele nega os relatos de que teria usado a autoridade para coagi-los quando eram adolescentes. Agora, eles pedem indenização, mas ainda não foram especificados os valores. O processo ainda está em andamento. Na primeira audiência ele rejeitou todas as acusações e que os presentes que deu aos jovens e as viagens faziam parte de um projeto de mentoreamento da igreja. O fato de eles terem dormido no mesmo quarto nessas viagens nunca foi um problema.
“Long desmente veementemente as acusações, afirmando que não têm sentido”, disse seu porta-voz Art Franklin à rede de TV CNN. “Eu nunca em minha vida disse que era um homem perfeito. Mas eu não sou o homem que estão descrevendo na televisão,” disse ele à sua congregação. “Esse não sou eu”.
No mês passado, vazaram na internet fotos do pastor Long em poses consideradas “comprometedoras”, tiradas com seu próprio celular (abaixo) em frente ao espelho, o que reacendeu a discussão. De maneira especial porque o pastor Long ficou conhecido por seus discursos na TV pró-família e de combate ao homossexualismo.
Os casos de Jim Swilley e Eddie Long acendem o antigo debate sobre a relação da igreja com seus membros, e agora também sacerdotes, homossexuais. Uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisas da Religião Pública e do Instituto de Notícias Religiosas indicou que, entre os americanos entrevistados em outubro:
-44% acreditam que o relacionamento homossexual é errado
-40% acreditam que a mensagem da igreja da igreja sobre os homossexuais é negativa
-40% acreditam que essa mensagem contribui “muito” para uma percepção negativa dos homossexuais
-1/3 acredita que, em parte, a mensagem da igreja contribuiu “muito” para a onda de suicídios de adolescentes gays
-1/3 acredita que, em parte, a mensagem da igreja contribuiu “um pouco” para a onda de suicídios de adolescentes gays
-20% acham que a mensagem da igreja não contribuiu “em nada”
-28% acreditam que sua igreja lida bem com a questão gay
-5% acreditam que a igreja em geral lida bem com a questão gay
Considerando que historicamente a posição da igreja cristã sempre foi contrária a essa prática e a imagem negativa que isso tem gerado, resta saber como a questão continuará sendo debatida.
Fonte: Gospel+
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