O pastor evangélico da "Igreja Kharisma", Leonel Ferreira, começa, amanhã, a ser julgado no Tribunal de Gaia por crimes relativos a tráfico de um explosivo nuclear (urânio) e ao uso de dinheiros da obra de caridade "Os Samaritanos".
Em causa estão indícios de Leonel Ferreira ter usado dinheiro doado à instituição - da qual agora não faz, pelo menos formalmente, parte dos órgãos dirigentes - em proveito próprio, designadamente negócio de tráfico de Urânio 235 enriquecido, eventualmente destinado a bombas.
Além disso, como já noticiou o JN, Leonel Ferreira foi também acusado pelo Ministério Público (MP) por peculato, por suspeitas de enriquecimento pessoal à custa dos cofres dos Samaritanos, através de negócios em que interveio em dupla qualidade: como presidente da instituição e prestador de serviços ou senhorio. De 2000 a 2002, duas empresas de Leonel facturaram 1,168 milhões de euros e trabalhavam exclusivamente para aquela instituição.
Familiares do pastor evangélico também foram classificados como suspeitos na investigação da Polícia Judiciária (PJ) do Porto, mas o MP arquivou o processo quanto a eles, por entender ser Leonel o controlador dos negócios.
As suspeitas sobre o pastor da Igreja Kharisma nasceram na sequênia de uma investigação em França, onde foram detidos três indivíduos (um francês e dois naturais dos Camarões), supostos colaboradores de Leonel Ferreira no mercado negro do Urânio 235. A detenção ocorreu quando o grupo procurava clientes para a substância. A amostra proveio da Roménia e terá tido origem na Rússia.
Como provas de ligação de Leonel aos dois camaroneses e ao francês há faxes enviados das instalações dos Samaritanos, em Gaia, em que é descrita a possibilidade de ganhos de milhões de dólares; escutas telefónicas com nomes de código - "hubert" para urânio e "maurice" para mercúrio - e facturação telefónica com chamadas para a Roménia e os detidos, em França.
A investigação detectou, ainda, faxes enviados desde Os Samaritanos para França em que são descritas as fórmulas químicas do Urânio 235 e do mercúrio.
Há também provas de transferências bancárias para um dos envolvidos. Entre Janeiro e Agosto de 2001 foram enviados 21500 euros para um dos camaroneses. Entre Março de 1999 e Julho de 2001 foram transferidos, pela tesoureira dos Samaritanos, cerca de 25 mil euros para indivíduos estrangeiros.
Neste contexto, existe uma vigilância da PJ que dá conta de um encontro, em Portugal, em 2001, de Leonel Ferreira com o advogado de um dos detidos. Nele, terão sido entregues 30 mil euros em notas previamente levantados no BPN pelo pastor evangélico.
Na viagem de regresso a Paris, este jurista foi interceptado com o dinheiro no aeroporto do Porto. Depois disso, a PJ apreendeu um manuscrito em que Leonel refere que o camaronês vai dizer exactamente o que ele quer.
Fonte: Jornal de Notícias
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Em causa estão indícios de Leonel Ferreira ter usado dinheiro doado à instituição - da qual agora não faz, pelo menos formalmente, parte dos órgãos dirigentes - em proveito próprio, designadamente negócio de tráfico de Urânio 235 enriquecido, eventualmente destinado a bombas.
Além disso, como já noticiou o JN, Leonel Ferreira foi também acusado pelo Ministério Público (MP) por peculato, por suspeitas de enriquecimento pessoal à custa dos cofres dos Samaritanos, através de negócios em que interveio em dupla qualidade: como presidente da instituição e prestador de serviços ou senhorio. De 2000 a 2002, duas empresas de Leonel facturaram 1,168 milhões de euros e trabalhavam exclusivamente para aquela instituição.
Familiares do pastor evangélico também foram classificados como suspeitos na investigação da Polícia Judiciária (PJ) do Porto, mas o MP arquivou o processo quanto a eles, por entender ser Leonel o controlador dos negócios.
As suspeitas sobre o pastor da Igreja Kharisma nasceram na sequênia de uma investigação em França, onde foram detidos três indivíduos (um francês e dois naturais dos Camarões), supostos colaboradores de Leonel Ferreira no mercado negro do Urânio 235. A detenção ocorreu quando o grupo procurava clientes para a substância. A amostra proveio da Roménia e terá tido origem na Rússia.
Como provas de ligação de Leonel aos dois camaroneses e ao francês há faxes enviados das instalações dos Samaritanos, em Gaia, em que é descrita a possibilidade de ganhos de milhões de dólares; escutas telefónicas com nomes de código - "hubert" para urânio e "maurice" para mercúrio - e facturação telefónica com chamadas para a Roménia e os detidos, em França.
A investigação detectou, ainda, faxes enviados desde Os Samaritanos para França em que são descritas as fórmulas químicas do Urânio 235 e do mercúrio.
Há também provas de transferências bancárias para um dos envolvidos. Entre Janeiro e Agosto de 2001 foram enviados 21500 euros para um dos camaroneses. Entre Março de 1999 e Julho de 2001 foram transferidos, pela tesoureira dos Samaritanos, cerca de 25 mil euros para indivíduos estrangeiros.
Neste contexto, existe uma vigilância da PJ que dá conta de um encontro, em Portugal, em 2001, de Leonel Ferreira com o advogado de um dos detidos. Nele, terão sido entregues 30 mil euros em notas previamente levantados no BPN pelo pastor evangélico.
Na viagem de regresso a Paris, este jurista foi interceptado com o dinheiro no aeroporto do Porto. Depois disso, a PJ apreendeu um manuscrito em que Leonel refere que o camaronês vai dizer exactamente o que ele quer.
Fonte: Jornal de Notícias
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