Em primeiro lugar, os cristãos são seres históricos e, como tais, comprometidos com ordenanças históricas da Escritura. Ler a Bíblia, orar, congregar, passar pelo batismo, participar da santa ceia, pregar e viver o Evangelho, são práticas milenares, próprias de uma igreja verdadeira que milita e persevera na história, e não há cristão genuíno que não as pratique e as ensine à próxima geração.
Tais práticas são, sobretudo, vivenciadas como vontade pessoal de Deus para o crente. Elas encaminham os eleitos ao conhecimento de Deus e de si mesmos. A Reforma foi um movimento histórico importantíssimo pró-restauração deste sentido da vida cristã, e por isto deve ser comemorada.
Em segundo lugar, os princípios que sempre nortearam o sentido real e bíblico da fé evangélica – a salvação, providenciada pela graça divina, recebida exclusivamente pela fé em Cristo; a Escritura, definida como a revelação especial do Deus triúno, para redenção do ser humano e para obediência, como única regra de fé; o sacerdócio universal e efetivo de cada eleito, percebido pela revelação de que os eleitos são herança (clero) de Deus e, ao mesmo tempo, seu povo (laico); a liberdade e a responsabilidade pessoais de interpretar a Escritura – são os fundamentos sobre os quais os cristãos sinceros de muitas denominações descansam sua fé, sem conhecer e valorizar o preço pago. A comemoração da Reforma, de forma ampla, certamente conduziria muitos desses cristãos a uma enorme gratidão a Deus, pela luta mantida pelos reformadores.
Há um terceiro motivo. A Reforma colaborou, dentro de sua esfera de influência, para o desenvolvimento da religião, da ciência, da arte e da educação, e assim valorizou o indivíduo. Os reformadores perceberam a necessidade de capacitar pessoas para a leitura das Escrituras e para a vida. Abriram-se escolas; a Escritura ganhou traduções para os idiomas das pessoas; doutrinas bíblicas foram revisitadas e revalorizadas; um desejo libertário em relação ao jugo teológico dominante ganhou força. Assim se abriram os horizontes dos cristãos para o estudo da revelação especial e da revelação geral de Deus – a natureza. A Reforma deve ser comemorada por trazer à luz tais convicções.
Finalmente, a Reforma precisa ser comemorada por ser um período de grande produção da era do Cristianismo. Acatando as decisões de vários Concílios dos primeiros séculos da era cristã, em que vários pontos comuns da doutrina cristã evangélica foram definidos, os reformadores foram instrumentos para a formulação teológica que auxiliou no surgimento das confissões de fé reformadas. Em um mundo tão turbulento e relativo como o atual, a perseverança na fé bíblica e na doutrina reformada são motivos de segurança para os cristãos e sustento para a perseverança. O exame sincero dessas confissões, sempre na dependência do Espírito e da Escritura, fortalece a convicção, aumenta a confiança e a esperança, produz coragem e obediência a Deus.
Graças a Deus pela Reforma! E que todos saibam de seu valor para a fé cristã!
Fonte: Rev. Wilson do Amaral Filho no site da Igreja Presbiteriana
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Tais práticas são, sobretudo, vivenciadas como vontade pessoal de Deus para o crente. Elas encaminham os eleitos ao conhecimento de Deus e de si mesmos. A Reforma foi um movimento histórico importantíssimo pró-restauração deste sentido da vida cristã, e por isto deve ser comemorada.
Em segundo lugar, os princípios que sempre nortearam o sentido real e bíblico da fé evangélica – a salvação, providenciada pela graça divina, recebida exclusivamente pela fé em Cristo; a Escritura, definida como a revelação especial do Deus triúno, para redenção do ser humano e para obediência, como única regra de fé; o sacerdócio universal e efetivo de cada eleito, percebido pela revelação de que os eleitos são herança (clero) de Deus e, ao mesmo tempo, seu povo (laico); a liberdade e a responsabilidade pessoais de interpretar a Escritura – são os fundamentos sobre os quais os cristãos sinceros de muitas denominações descansam sua fé, sem conhecer e valorizar o preço pago. A comemoração da Reforma, de forma ampla, certamente conduziria muitos desses cristãos a uma enorme gratidão a Deus, pela luta mantida pelos reformadores.
Há um terceiro motivo. A Reforma colaborou, dentro de sua esfera de influência, para o desenvolvimento da religião, da ciência, da arte e da educação, e assim valorizou o indivíduo. Os reformadores perceberam a necessidade de capacitar pessoas para a leitura das Escrituras e para a vida. Abriram-se escolas; a Escritura ganhou traduções para os idiomas das pessoas; doutrinas bíblicas foram revisitadas e revalorizadas; um desejo libertário em relação ao jugo teológico dominante ganhou força. Assim se abriram os horizontes dos cristãos para o estudo da revelação especial e da revelação geral de Deus – a natureza. A Reforma deve ser comemorada por trazer à luz tais convicções.
Finalmente, a Reforma precisa ser comemorada por ser um período de grande produção da era do Cristianismo. Acatando as decisões de vários Concílios dos primeiros séculos da era cristã, em que vários pontos comuns da doutrina cristã evangélica foram definidos, os reformadores foram instrumentos para a formulação teológica que auxiliou no surgimento das confissões de fé reformadas. Em um mundo tão turbulento e relativo como o atual, a perseverança na fé bíblica e na doutrina reformada são motivos de segurança para os cristãos e sustento para a perseverança. O exame sincero dessas confissões, sempre na dependência do Espírito e da Escritura, fortalece a convicção, aumenta a confiança e a esperança, produz coragem e obediência a Deus.
Graças a Deus pela Reforma! E que todos saibam de seu valor para a fé cristã!
Fonte: Rev. Wilson do Amaral Filho no site da Igreja Presbiteriana
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