Havia há alguns anos no Brasil dois tipos clássicos de igrejas protestantes: as tradicionais e as renovadas. Conseqüentemente dois tipos de crentes: o tradicional e o renovado.
O tradicional pertencente às correntes históricas do protestantismo como o anglicanismo, o presbiterianismo, batista ou metodista não cria em certas manifestações do Espírito Santo nos dias de hoje, não tolerava certos instrumentos na igreja e preferia um estilo de culto com hinário e à moda do século XIX ou ainda melhor do XVIII, ou seja, como o próprio nome diz era a tradição protestante que exercia um papel central em sua vida religiosa.
Já o renovado rompia com as tradições, adotando músicas de louvor modernas, permitindo outros instrumentos desde a guitarra e bateria até pandeiros, atabaques, sanfonas e triângulos. Além disso, as palmas, danças e uma pregação mais espontânea entraram na liturgia do domingo. Isso tudo sem falar na ênfase dos dons de línguas, profecias e curas. Assim o renovado era aquele que tinha uma ligação com o movimento pentecostal iniciado há 100 anos nos EUA. Ele pertencia, então, às igrejas Assembléia de Deus, Pentecostal, Comunidades, e uma série de igrejas independentes que surgiram, além daquelas tradicionais que se dividiram acrescentando ao seu nome o termo “renovada”.
Na época de minha conversão, no final dos anos 80, esses eram os dois principais tipos de igreja que percebi existirem no Brasil. Com o passar das décadas vi que duas coisas mudaram: as igrejas e eu mesmo. Assim essa divisão tão marcante pra mim se atenuou ao ponto de quase não mais existir.
Um texto rico de significado e história cristã (Amazing Grace) foi postado por nosso amigo de Juiz de Fora. Ele me fez pensar novamente nessa realidade da graça de Jesus. Concordo plenamente com o Almir quando ele separa disciplina e discipulado. Erroneamente muitos cristãos atribuem todo tipo de sofrimento à atuação do inimigo, e se esquecem que, por exemplo, foi Deus quem enviou a tempestade e o peixão para o profeta Jonas que estava deliberadamente desobedecendo ao Pai.
Esses dias, relendo o livro de Salmos eu fiquei mais uma vez surpreso com o linguajar forte do verso 32 do Salmo 89 “Então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade com açoites”. Sem dúvida é o nosso próprio Pai celestial quem nos faz sofrer, muitas vezes, para que aprendamos definitivamente lições imprescindíveis para o nosso caminhar e salvação.
Se houve uma época em que Deus era visto como um carrasco cruel e todo tipo de desgraça era logo relacionado ao castigo de um Deus severo e sem misericórdia, a sociedade pulou rapidamente de um extremo para outro, onde Deus é um pai tão bonzinho que nunca se zanga, permite tudo, e não encosta se quer um dedo nos seus filhinhos (mimados).
Dois livros que tratam com muita propriedade do assunto graça, nos remetendo para o equilíbrio saudável entre esses dois extremos são “Maravilhosa Graça” e “O Despertar da Graça” escritos respectivamente por Philip Yancey e por Charles Swindoll. Aliás, foram essas leituras que abriram meus olhos para a real e bíblica divisão que existe entre os cristãos: aqueles que vivem a graça e aqueles que são legalistas.
Independente daquilo que entendemos por lei (mosaica, tradicional ou renovada), existem sempre aqueles cristãos que querem impô-la para outros. Desconsiderando a própria consciência do irmão, a competência paterna divina e o senhorio de Jesus, esses cristãos tentam assumir para si mesmos o papel de guardiães da moral. Provavelmente a melhor maneira que fazem isso é escondendo o rebanho de outros pontos de vistas (a famosa cerca legal) ou simplesmente interpretando a Bíblia a seu bel prazer, como Marcos Bontempo escreveu esta semana. E assim forçam a barra, sobre outros crentes, querendo moldá-los à sua própria maneira de entender e vivenciar a fé cristã. Como muitos acabam caindo nessa armadilha, achando que só assim agradam a Deus, cumprindo as regras de uma rigorosa cartilha elaborada por irmãos “super espirituais”, acabam também existindo igrejas inteiras, se não denominações, que vivem de forma legalista, longe da graça divina. Esse é o primeiro tipo de igreja.
Por outro lado existem aqueles que preferem, ainda que sob o risco de serem mal interpretados, do abuso da graça e da má fé de alguns pregarem simplesmente a graça. Esses vêem muitas vezes que esses abusos são severamente punidos pelo Pai, e por isso mesmo não se calam e alertam para a seriedade que envolve o seguir a Cristo. Todavia, somente esse cristão, que vive o verdadeiro evangelho da graça experimenta a verdadeira alegria e a segurança que ele traz, pois eles são selados com o Espírito Santo (Ef 1.13). Estes conseguem viver melhor em comunidade e desfrutar de relacionamentos sadios dentro e fora da igreja. O conjunto desses indivíduos forma o segundo tipo de igreja que, na verdade, na verdade, é o único que existe independente de serem tradicionais ou renovados.
Fonte: Rogério Brandão Ferreira na Revista Ultimato
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O tradicional pertencente às correntes históricas do protestantismo como o anglicanismo, o presbiterianismo, batista ou metodista não cria em certas manifestações do Espírito Santo nos dias de hoje, não tolerava certos instrumentos na igreja e preferia um estilo de culto com hinário e à moda do século XIX ou ainda melhor do XVIII, ou seja, como o próprio nome diz era a tradição protestante que exercia um papel central em sua vida religiosa.
Já o renovado rompia com as tradições, adotando músicas de louvor modernas, permitindo outros instrumentos desde a guitarra e bateria até pandeiros, atabaques, sanfonas e triângulos. Além disso, as palmas, danças e uma pregação mais espontânea entraram na liturgia do domingo. Isso tudo sem falar na ênfase dos dons de línguas, profecias e curas. Assim o renovado era aquele que tinha uma ligação com o movimento pentecostal iniciado há 100 anos nos EUA. Ele pertencia, então, às igrejas Assembléia de Deus, Pentecostal, Comunidades, e uma série de igrejas independentes que surgiram, além daquelas tradicionais que se dividiram acrescentando ao seu nome o termo “renovada”.
Na época de minha conversão, no final dos anos 80, esses eram os dois principais tipos de igreja que percebi existirem no Brasil. Com o passar das décadas vi que duas coisas mudaram: as igrejas e eu mesmo. Assim essa divisão tão marcante pra mim se atenuou ao ponto de quase não mais existir.
Um texto rico de significado e história cristã (Amazing Grace) foi postado por nosso amigo de Juiz de Fora. Ele me fez pensar novamente nessa realidade da graça de Jesus. Concordo plenamente com o Almir quando ele separa disciplina e discipulado. Erroneamente muitos cristãos atribuem todo tipo de sofrimento à atuação do inimigo, e se esquecem que, por exemplo, foi Deus quem enviou a tempestade e o peixão para o profeta Jonas que estava deliberadamente desobedecendo ao Pai.
Esses dias, relendo o livro de Salmos eu fiquei mais uma vez surpreso com o linguajar forte do verso 32 do Salmo 89 “Então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade com açoites”. Sem dúvida é o nosso próprio Pai celestial quem nos faz sofrer, muitas vezes, para que aprendamos definitivamente lições imprescindíveis para o nosso caminhar e salvação.
Se houve uma época em que Deus era visto como um carrasco cruel e todo tipo de desgraça era logo relacionado ao castigo de um Deus severo e sem misericórdia, a sociedade pulou rapidamente de um extremo para outro, onde Deus é um pai tão bonzinho que nunca se zanga, permite tudo, e não encosta se quer um dedo nos seus filhinhos (mimados).
Dois livros que tratam com muita propriedade do assunto graça, nos remetendo para o equilíbrio saudável entre esses dois extremos são “Maravilhosa Graça” e “O Despertar da Graça” escritos respectivamente por Philip Yancey e por Charles Swindoll. Aliás, foram essas leituras que abriram meus olhos para a real e bíblica divisão que existe entre os cristãos: aqueles que vivem a graça e aqueles que são legalistas.
Independente daquilo que entendemos por lei (mosaica, tradicional ou renovada), existem sempre aqueles cristãos que querem impô-la para outros. Desconsiderando a própria consciência do irmão, a competência paterna divina e o senhorio de Jesus, esses cristãos tentam assumir para si mesmos o papel de guardiães da moral. Provavelmente a melhor maneira que fazem isso é escondendo o rebanho de outros pontos de vistas (a famosa cerca legal) ou simplesmente interpretando a Bíblia a seu bel prazer, como Marcos Bontempo escreveu esta semana. E assim forçam a barra, sobre outros crentes, querendo moldá-los à sua própria maneira de entender e vivenciar a fé cristã. Como muitos acabam caindo nessa armadilha, achando que só assim agradam a Deus, cumprindo as regras de uma rigorosa cartilha elaborada por irmãos “super espirituais”, acabam também existindo igrejas inteiras, se não denominações, que vivem de forma legalista, longe da graça divina. Esse é o primeiro tipo de igreja.
Por outro lado existem aqueles que preferem, ainda que sob o risco de serem mal interpretados, do abuso da graça e da má fé de alguns pregarem simplesmente a graça. Esses vêem muitas vezes que esses abusos são severamente punidos pelo Pai, e por isso mesmo não se calam e alertam para a seriedade que envolve o seguir a Cristo. Todavia, somente esse cristão, que vive o verdadeiro evangelho da graça experimenta a verdadeira alegria e a segurança que ele traz, pois eles são selados com o Espírito Santo (Ef 1.13). Estes conseguem viver melhor em comunidade e desfrutar de relacionamentos sadios dentro e fora da igreja. O conjunto desses indivíduos forma o segundo tipo de igreja que, na verdade, na verdade, é o único que existe independente de serem tradicionais ou renovados.
Fonte: Rogério Brandão Ferreira na Revista Ultimato
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