Por Marcos Botelho
Não precisamos ir longe no tempo para lembrar da época em que os adolescentes (e isso me inclui), disfarçadamente iam até uma banca de jornal e fingiam que estavam vendo uma revista de carro ou de notícia e ficavam olhando de lado as revistas eróticas da banca.
Lembro-me de negociar a preços absurdos revista de mulher pelada com amigos de escola para levar apenas por um dia para a casa e devolver no dia seguinte.
A curiosidade e a vontade quase irresistível de ver mulher pelada para mim, um adolescente na época, fazia eu deixar de lado os princípios que meus pais tinham me passado. Era muito tempo correndo atrás de uma revista, ou muito tempo esperando algum peitinho na TV para poucos segundos de prazer.
A masturbação estava muito mais no campo da fantasia, do que ouvíamos falar do que no campo visual, pois não era fácil adquirir um material erótico ou pornográfico.
Mas hoje não precisa mais correr atrás de nada, não precisa procurar algo na mídia para depois se masturbar, pois ela já faz isso para nós.
Somos bombardeados com tanto erotismo e pornografia da mídia, que a nossa mente já está sendo masturbada até mesmo de tarde, em novelas ou filmes. Esses dias peguei um ônibus interestadual e fiquei envergonhado com o filme que estava passando. Sem contar a internet, pois não passo um dia sem receber uns 15 e-mails sobre sites eróticos e Viagra. Não sou um cara legalista e fundamentalista, mas hoje nem precisa ser cristão para saber que a mídia já passou dos limites há muito tempo.
Hoje não é mais o adolescente que vai procurar algo na mídia para se masturbar, é a mídia que faz isso para ele. Ele só chega em casa e descarrega o que já fizeram na escola com conversas e capas de cadernos, outdoors, na internet e em casa na TV. A mídia sabe que se colocar mulheres seminuas dançando nos programas de TV, ou nos comerciais, aumenta a audiência.
Sempre achei a luta contra a masturbação difícil para os adolescentes, mas hoje ficou quase impossível, pois ele não precisa mais correr atrás, está cada vez mais difícil encontrar um lugar não erotizado pelos meios de comunicação.
Por isso não acredito que continuar apenas colocando pressão no indivíduo vai dar resultados, temos que agir coletivamente também. Não podemos apenas apagar o fogo, mas agir preventivamente antes que ele receba uma lavagem cerebral sexual.
Precisamos lutar contra o abuso da exibição sexual em nossas escolas, outdoors, TV, internet, revistas, sem cair no moralismo legalista, mas através de um movimento que mostre que o erotismo é importante, mas tem seu lugar: entre adultos no relacionamento a dois (casamento).
Por isso lutamos, o sexxxchuch, as missões como Jovens da Verdade, entre outras contra a banalização do sexo e da sexualidade humana.
Marcos Botelho - pós-graduado em Teologia Urbana, Missionário do Jovens da Verdade, SEPAL. Professor da FLAM - Faculdade Latino Americana de Missões e responsável pelo Terra dos Palhaços Brasil
Fonte: Guia-me
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