A busca pelo espiritual acompanhou o ex-beatle por sua trajetória, dentro e fora dos palcos. Para muitos fãs e estudiosos do grupo, o fato de Harrinson aparentar (para os tablóides) um lado discreto, calado, quase tímido, foi o fator decisivo para que o músico desenvolvesse uma faceta mais contemplativa do que o resto de seus pares.
Afinal se Lennon era o líder, McCartney o galã que fazia as vezes de relações-públicas frente a imprensa (ante as besteiras que Lennon dizia), e Ringo o piadista do grupo. Coube a Harrinson o lado contemplativo, espiritual da banda.
Partiu dele a idéia de encontrar na Índia o guru-picareta Mararishi Maheshi, que à época, liderava um séquito de adoradores famosos e endinheirados – além de George & Cia., engrossavam o grupo Mia Farrow (ex-Sinatra, ex-Woody Allen), e mais alguns milionários locais.
Maharishi revelou-se uma fraude e os Fab Four voltaram á Londres com uma sensação de logro, vazio espiritual, na linguagem de Harrinson. Na bagagem levavam alguns segredinhos: cítaras e outros instrumentos musicais, melodias aprendidas/desenvolvidas naquele workshop hindu, além de nova moda a ser seguida pelos tietes: a dos bigodões crescidos.
Começou então, a nova e melhor fase do grupo, com álbuns como Revolver, Sgt.Peppers (que, sozinho, praticamente redefiniu a história do rock) e, claro, The White Álbum.
Quando os Beatles acabaram três anos depois, Harrinson foi o primeiro a estourar nas paradas com o ecumênico My Sweet Lord. Tinha 27 anos.
De lá pra cá, Harrinson não parou mais de crescer (musicalmente falando) gravou um álbum triplo, casou, descasou: a primeira esposa Patty Boyle resolveu dar uma ciscada com Eric Clapton, na época, o melhor amigo do casal. Harrinson, elegantemente, divorciou-se e perdoou o amigo. Veio a nova esposa, Olívia, vieram os filhos, os prêmios. Veio o câncer que o matou.
DESTE LADO DO PARAÍSO
Sérgio Lopez, a frente da Igreja Comunhão Plena, estava em seu gabinete quando recebeu uma ligação de Emerson Fittipaldi. O piloto, amigo do músico desde os anos 70, relatou seu precário estado de saúde, convidando-o para ir a Inglaterra orar pelo ex-beatle.
Lopez afirma que só aceitou o convite após uma semana de jejum e oração, na qual recebeu a seguinte visão: uma senhora loira, de rosto quadrado, óculos quadrados, dizendo a George na idade de nove anos “Jesus te ama”. Quando ele fez 12, ela morreu. Depois disso Lopez tomou o avião rumo a Londres.
Chegando lá, encontrou o caçula dos Beatles, morrendo numa cama, ladeado por Olívia. Durante a conversa entremeada por testemunhos descritos pelo pastor, Harrinson mostrou-se cético. Quando Lopez relatou o conteúdo da visão, uma lágrima escorreu no rosto de George. Foi então que ele quis saber mais.
Cinco meses depois, o cantor morria vitimado pelo câncer. Suas últimas canções (músicas de louvor) foram entregues a seu filho Dhani. As cinzas, a pedido de Harrinson, foram jogadas no Havaí (e não na Índia, conforme o divulgado). A última frase proferida pelo músico foi em tom de ensinamento: “Amem-se uns aos outros”, um ensino do Senhor Jesus. Harrinson tinha 58 anos.
Fonte: Jesussite
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