Falamos com nós mesmos todos os dias, mesmo se nos custa confessar. Saber que todos fazem isso nos assegura, nos tira da classe dos anormais e nos coloca ao mesmo nível que outros seres humanos. Entretanto, temos que saber até onde vão os limites.
Mas um louco consciente da sua loucura, já não é louco, mas um ser humano consciente das suas limitações.
Um momento a sós com nós é preciso e benéfico. Pessoas que sentem a necessidade constante de estar em movimento, no barulho, na agitação evitam, muito provavelmente, de pensar nos próprios problemas, seja por medo de enfrentá-los, seja por que não sabem como resolvê-los. O que ignoramos nos faz menos mal. Ao inverso, fechados demais e pensando demais é que algo também não vai bem. A boa medida, sempre e em tudo, traz equilíbrio para nossas vidas.
Em alguns momentos precisamos conversar com nossos botões. Ver, talvez, e rever nossos conceitos da vida, nossas fragilidades, tentar encarar com honestidade nossos sentimentos em relação aos outros, uma forma de nos tornarmos pessoas mais sãs, mais preparadas para contribuir na construção do mundo.
Não podemos consertar o mundo se nós mesmos nos sentimos quebrados. A paz que damos é a que possuímos, então precisamos buscá-la, transformando as pedrinhas que nos machucam em pontes que nos ligarão a outras pessoas.
A solidão é um mal e queremos fugir dela. Mas nós atraímos ou afastamos as pessoas, segundo nossa vida, nossa maneira de enfrentar uma coisa ou outra.
Ninguém é responsável pela nossa vida. Somos grandes. Somos raios de sol e os que querem calor e luz se aproximarão. A nós cabe brilhar. E todos conhecemos a fonte. E para quem ainda não encontrou o caminho, é só procurar.
Autor: Letícia Thompson)
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