sábado, 21 de maio de 2011

Por que muitos estão decepcionados com a igreja?

Tenho encontrado muitas pessoas que estão afastadas da igreja a qual pertenceram e não estão planejando procurar nenhuma outra. Também conheço alguns que nunca freqüentaram igreja alguma e não pretendem fazê-lo por nada nesse mundo.

O que nos preocupa é que, quando as pessoas se fecham para as igrejas, tendem a se fechar para Deus. Mágoas e decepções com a igreja – instituição humana e falha- são muitas vezes transferidas para Deus, Pessoa divina e infalível.

Qual a razão do crescente número de pessoas “vacinadas” contra as igrejas?

Tenho a impressão que as igrejas estão se tornando cada vez mais um “clube dos santos”, onde aparentemente só há espaço para vencedores, pessoas bem-sucedidas e de sorrisos permanentes estampados na cara. Deve-se ter bênçãos inéditas para compartilhar, ou então ficar quieto, colocar sua máscara para não deixar o clube de baixo astral… Canta-se canções enigmáticas e abraça-se pessoas estranhas declarando que as ama sem ao menos saber seus nomes.

As pessoas não querem fazer parte de mais uma organização, elas estão em busca de relacionamentos profundos. Já estão cansadas de superficialidade para gastarem tempo brincando de ser crente e usando máscaras religiosas.

Charles Swindoll defendendo o papel relacional da igreja, afirmou que “o bar da vizinhança é possivelmente a melhor falsificação da comunhão que Cristo quer dar à Sua igreja. É uma imitação, receitando bebidas alcoólicas em vez da graça, fuga em lugar da realidade, mas é uma comunhão permissiva, acolhedora e abrangente. É impossível escandalizá-la. Ela é democrática. Você pode contar segredos às pessoas e elas geralmente não passam adiante e nem querem passar. O bar prospera não porque as pessoas sejam alcoólatras, mas porque Deus colocou no coração humano o desejo de conhecer e ser conhecido, de amar e ser amado”.

As pessoas estão decepcionadas com a igreja porque estão encontrando lá dentro o mesmo tipo de coisa que encontram fora dela: falsidade, competição, preconceito, inveja e outros males. Elas estão decepcionadas com a igreja porque não estão encontrando lá dentro o que elas mais precisam: perdão, apoio, compreensão, empatia, profundidade, amor, lealdade e respeito.

Não estou querendo defender a idéia utópica de se ter uma igreja perfeita na terra. Concordo com Kelsey que a igreja é um hospital para pecadores. No entanto, não devemos permitir que ela assuma a forma de um clube farisaico. O chamado da igreja não é para excluir pecadores e catalogar pecados, e sim incluir outros pecadores e perdoar os pecados. É ser promotora da cura e da reconciliação.

A igreja primitiva caiu na simpatia do povo porque se dispôs a repartir o pão, abrir as casas; compartilhar da vida em comum. Talvez o pecado da igreja hoje seja comportar-se mais como empresa da fé do que como família da fé. Ao invés de apresentar Cristo ao pecador, está mais interessada em divulgar seus produtos e vender suas bênçãos e indulgências pós-modernas.

A importância dada aos visitantes e a maneira que são tratados diferencia a Igreja de Cristo dos demais clubes religiosos. Cristo nunca rejeitaria ou trataria com indiferença um pecador, nem esboçaria a menor reação de preconceito a quem quer que fosse. As crianças eram abençoadas uma a uma em seu colo amoroso, pecadores despedidos em paz sem lições de moral, famintos alimentados, oprimidos libertos e todos, sem exceção, amados.

Não se conforme apenas em ser membro de alguma igreja. Deus te convida para ser igreja e fazer diferença!


Fonte: Ebeneser Nogueira em Pedra de Ajuda
--------------------------------