A escolha da fé: Escolas que promovem aulas de ensino religioso buscam trabalhar a questão sem pressionar alunos
Um professor capaz de abordar aspectos de todas as religiões, sem privilegiar nenhuma delas: este deve ser, de acordo com os especialistas em educação, o perfil do profissional responsável pelas aulas de ensino religioso, cuja oferta é obrigatória nas escolas públicas de ensino fundamental do país - e que hoje somam 425 mil professores.
No Rio de Janeiro, o ensino religioso é oferecido apenas em 470 das 1.454 unidades de ensino. Já nas unidades municipais ainda não foi implantada disciplina, mas há um projeto de lei em tramitação que prevê a oferta em cerca de mil escolas da rede, mas com frequência facultativa.
Ao contrário de outras disciplinas, não há diretrizes nacionais ou parâmetros curriculares que definam o conteúdo a ser abordado nas aulas de ensino religioso. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, definiu que cada estado deve criar normas para a oferta da matéria, o que abriu espaço para uma variedade de modelos adotados em cada rede de ensino.
E o município de Volta Redonda não foge à regra: aqui, o ensino religioso é oferecido em algumas escolas estaduais de forma facultativa e nas instituições particulares de formação religiosa.
O pastor Francisco Ernane Silva Reis, diretor administrativo do Instituto Presbiteriano de Educação, localizado no bairro Voldac, acredita que o ensino religioso em uma escola dá um diferencial em relação a questões sociais. Uma criança desobediente que é instruída na palavra de Deus, de acordo com ele, se torna mais obediente e responsável durante a sua formação escolar e quando adulta.
- Em nossa escola trabalhamos junto aos alunos os princípios bíblicos desde a creche, e a partir do maternal II já existe uma disciplina sobre religião que vai acompanhando o aluno até o nono ano do ensino fundamental - afirmou. - Temos alunos de outras denominações religiosas que interagem normalmente em sala de aula, portanto não condenamos ou discriminamos as outras religiões, apenas abordamos o conteúdo bíblico para, com isso, direcionar o estudante em todas as áreas da vida. Como a Bíblia é o manual que Deus deixou para as pessoas, se a criança cresce com esses princípios ela vai ser uma pessoa melhor, mais feliz, independente da religião que ela seguir.
Francisco saliente que em momento algum é feito qualquer tipo de pressão para obrigar o aluno a se tornar evangélico.
- Nós não abordamos a história da religião evangélica em nenhum momento, nosso objetivo é que ele conheça a Deus. A disciplina de religião é dada uma vez por semana aos alunos e, além disso, realizamos uma assembleia mensal com todas as turmas, onde é realizado um culto com músicas de adoração e uma palavra bíblica direcionada aos estudantes - conclui.
No colégio Rosário
No Colégio Nossa Senhora do Rosário, o ensino religioso começa a fazer parte do currículo escolar desde o maternal até o ensino médio (3º série).
De acordo com a Irmã Bia Leal, professora de religião da educação infantil, a instituição procura trabalhar os valores evangélicos,
não abordando a questão da doutrina religiosa em momento algum.
Pelo fato de a escola ter alunos de outras religiões além da católica, a instituição busca divulgar mais os valores cristãos e a formação humana integral do estudante. Por este motivo as atividades católicas são feitas em horários extras, ficando a critério do aluno e da família a sua participação.
Ela diz que o Rosário aborda a cronologia e a história das religiões desde o maternal.
Segundo a Irmã Bia, os professores de educação religiosa tanto podem ser leigos ou religiosos, apesar de na escola residirem seis irmãs da Congregação Escrava do Divino Coração.
- Nós temos uma pedagogia própria, mas dentro dos documentos da Igreja e dos parâmetros curriculares nacionais. Com isso, abordamos nas aulas de educação religiosa temas como a sexualidade, as drogas e a questão do ser, mas sempre aplicando os saberes cristãos, e em cada período existe uma temática própria para aquela faixa etária - finaliza.
Escolas desenvolvem projeto pedagógico-religioso em Volta Redonda
A secretária de Educação de Volta Redonda, Therezinha Gonçalves, afirmou que algumas unidades escolares tem desenvolvido atividade extracurricular ligada à religião, através de projetos político-pedagógicos de cada escola.
- Acho muito importante o ensino religioso, mas temos que ter cuidado na forma de como abordar este assunto devido à grande variedade de crenças dentro das escolas da rede municipal de ensino - disse ela.
A Escola Municipal São Francisco de Assis, no Retiro, desenvolve há dez anos o projeto Semeando Luz e Paz. De acordo com a diretora Cláudia Cristina Gomes, a cada mês é feito um trabalho em cima de valores bíblicos.
- Todo mês destacamos um valor dentro dos princípios bíblicos e, apesar das turmas se dividirem entre católicos e evangélicos, todos trabalham em conjunto durante as atividades. Em nenhum momento priorizamos uma determinada religião, o que faz com que a participação deles seja expressiva e, às vezes, até os pais participam das atividades. Além do projeto, também realizamos dois cultos ecumênicos junto aos alunos e familiares, um no início e outro no final do ano letivo - afirmou, lembrando que durantes estes eventos existe a participação de padres católicos e pastores de algumas denominações evangélicas.
Fonte: Diário do Vale
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Um professor capaz de abordar aspectos de todas as religiões, sem privilegiar nenhuma delas: este deve ser, de acordo com os especialistas em educação, o perfil do profissional responsável pelas aulas de ensino religioso, cuja oferta é obrigatória nas escolas públicas de ensino fundamental do país - e que hoje somam 425 mil professores.
No Rio de Janeiro, o ensino religioso é oferecido apenas em 470 das 1.454 unidades de ensino. Já nas unidades municipais ainda não foi implantada disciplina, mas há um projeto de lei em tramitação que prevê a oferta em cerca de mil escolas da rede, mas com frequência facultativa.
Ao contrário de outras disciplinas, não há diretrizes nacionais ou parâmetros curriculares que definam o conteúdo a ser abordado nas aulas de ensino religioso. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, definiu que cada estado deve criar normas para a oferta da matéria, o que abriu espaço para uma variedade de modelos adotados em cada rede de ensino.
E o município de Volta Redonda não foge à regra: aqui, o ensino religioso é oferecido em algumas escolas estaduais de forma facultativa e nas instituições particulares de formação religiosa.
O pastor Francisco Ernane Silva Reis, diretor administrativo do Instituto Presbiteriano de Educação, localizado no bairro Voldac, acredita que o ensino religioso em uma escola dá um diferencial em relação a questões sociais. Uma criança desobediente que é instruída na palavra de Deus, de acordo com ele, se torna mais obediente e responsável durante a sua formação escolar e quando adulta.
- Em nossa escola trabalhamos junto aos alunos os princípios bíblicos desde a creche, e a partir do maternal II já existe uma disciplina sobre religião que vai acompanhando o aluno até o nono ano do ensino fundamental - afirmou. - Temos alunos de outras denominações religiosas que interagem normalmente em sala de aula, portanto não condenamos ou discriminamos as outras religiões, apenas abordamos o conteúdo bíblico para, com isso, direcionar o estudante em todas as áreas da vida. Como a Bíblia é o manual que Deus deixou para as pessoas, se a criança cresce com esses princípios ela vai ser uma pessoa melhor, mais feliz, independente da religião que ela seguir.
Francisco saliente que em momento algum é feito qualquer tipo de pressão para obrigar o aluno a se tornar evangélico.
- Nós não abordamos a história da religião evangélica em nenhum momento, nosso objetivo é que ele conheça a Deus. A disciplina de religião é dada uma vez por semana aos alunos e, além disso, realizamos uma assembleia mensal com todas as turmas, onde é realizado um culto com músicas de adoração e uma palavra bíblica direcionada aos estudantes - conclui.
No colégio Rosário
No Colégio Nossa Senhora do Rosário, o ensino religioso começa a fazer parte do currículo escolar desde o maternal até o ensino médio (3º série).
De acordo com a Irmã Bia Leal, professora de religião da educação infantil, a instituição procura trabalhar os valores evangélicos,
não abordando a questão da doutrina religiosa em momento algum.
Pelo fato de a escola ter alunos de outras religiões além da católica, a instituição busca divulgar mais os valores cristãos e a formação humana integral do estudante. Por este motivo as atividades católicas são feitas em horários extras, ficando a critério do aluno e da família a sua participação.
Ela diz que o Rosário aborda a cronologia e a história das religiões desde o maternal.
Segundo a Irmã Bia, os professores de educação religiosa tanto podem ser leigos ou religiosos, apesar de na escola residirem seis irmãs da Congregação Escrava do Divino Coração.
- Nós temos uma pedagogia própria, mas dentro dos documentos da Igreja e dos parâmetros curriculares nacionais. Com isso, abordamos nas aulas de educação religiosa temas como a sexualidade, as drogas e a questão do ser, mas sempre aplicando os saberes cristãos, e em cada período existe uma temática própria para aquela faixa etária - finaliza.
Escolas desenvolvem projeto pedagógico-religioso em Volta Redonda
A secretária de Educação de Volta Redonda, Therezinha Gonçalves, afirmou que algumas unidades escolares tem desenvolvido atividade extracurricular ligada à religião, através de projetos político-pedagógicos de cada escola.
- Acho muito importante o ensino religioso, mas temos que ter cuidado na forma de como abordar este assunto devido à grande variedade de crenças dentro das escolas da rede municipal de ensino - disse ela.
A Escola Municipal São Francisco de Assis, no Retiro, desenvolve há dez anos o projeto Semeando Luz e Paz. De acordo com a diretora Cláudia Cristina Gomes, a cada mês é feito um trabalho em cima de valores bíblicos.
- Todo mês destacamos um valor dentro dos princípios bíblicos e, apesar das turmas se dividirem entre católicos e evangélicos, todos trabalham em conjunto durante as atividades. Em nenhum momento priorizamos uma determinada religião, o que faz com que a participação deles seja expressiva e, às vezes, até os pais participam das atividades. Além do projeto, também realizamos dois cultos ecumênicos junto aos alunos e familiares, um no início e outro no final do ano letivo - afirmou, lembrando que durantes estes eventos existe a participação de padres católicos e pastores de algumas denominações evangélicas.
Fonte: Diário do Vale
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