Grupo apresenta espetáculo na Casa das Rosas com dez espectadores por sessão.
Com referências a Bartleby, o escriturário, de Hermann Melville, e Crime e castigo, de Dostoiévsky, a trama começa quando um pastor fica obcecado pelo texto bíblico Mateus, 10 e deseja formar uma nova doutrina. O deslocamento do público colabora para atmosfera de suspense e realismo.
Depois de ocupar os espaços públicos com Helena Pede Perdão e é Esbofeteada, o grupo Tablado de Arruar explora a arquitetura interna da Casa das Rosas com novoespetáculo Mateus, 10.
Com texto de Alexandre Dal Farra, que divide a direção com João Otávio, a peça estreia dia 1º de junho, sexta-feira, às 20 horas, na edícula da Casa das Rosas, na Avenida Paulista, 37. No elenco, Alexandra Tavares, Alexandre Quintas, Amanda Lyra, Clayton Mariano, Ligia Oliveira e Vitor Vieira.
Com referências a Bartleby, o escriturário, de Hermann Melville, e Crime e castigo, de Dostoiévsky, o espetáculo levanta questões como a culpa, a alienação e a fé, por meio da trajetória de um pastor que leva a sério demais o que ele mesmo prega. Sexto texto de Alexandre Dal Farra, quinto escrito e montado pelo Tablado de Arruar, consolida o projeto de pesquisa do grupo para a criação de uma dramaturgia e interpretação que aliam a pesquisa de linguagem ao pensamento político e social.
A encenação ocupa a edícula da Casa das Rosas e recebe dez pessoas por apresentação. Poucos elementos cênicos valorizam o espaço e a interpretação dos atores. “O espectador se desloca pelos pequenos cômodos onde as cenas se desenrolam. A plateia é colocada dentro da ação, sem que, no entanto, participe dela.
Os quartos pequenos contribuem para um sentimento claustrofóbico e esse jogo com o público colabora para uma atmosfera de suspense”, explica o diretor João Otávio. “Existe uma quarta parede, mas a ação acontece muito perto, como se você estivesse dentro da cena. Apostamos nessa imersão para ressaltar o aspecto de realismo”, completa Alexandre Dal Farra.
Otávio é um pastor em ascensão que entra em crise com sua atividade, quando se apega de forma quase obsessiva a uma passagem da bíblia em que Jesus renega sua família, mãe e irmãos, em função dos seus seguidores e discípulos. A partir de então, Otávio passa a desenvolver e a pregar uma nova doutrina. O desejo obsessivo de negar o conhecido em função do novo, a qualquer custo, o leva à beira da loucura.
Para instaurar uma nova ordem ele precisa de um fato que mude os rumos da sua vida e é a partir dessa atitude que a trama se desenrola. “A peça trata sobre o processo de decisão e da formulação do pensamento e até que ponto o imprevisível pode acontecer”, analisa João Otávio.
No segundo ato da peça, Carlos, marido de Thereza, figura ambígua que invade a vida de Otávio, promove um churrasco em sua casa, onde os fatos virão à tona sem que tomem o rumo esperado pelo pastor. Otávio tenta confessar seu crime, o que não é aceito pelos outros. Ele acaba por ser expulso da igreja, no entanto, nenhuma nova ordem se instaura. “Nada se transforma, não por conta de uma força inexplicável, mas porque simplesmente algumas pessoas não permitem. O novo, seja em um sentido positivo ou negativo, simplesmente não é aceito”, conclui Dal Farra.
Sobre o Tablado de Arruar
O grupo surgiu em 2001 e, inicialmente, tinha o objetivo de trabalhar com teatro de rua, para que pudesse se aproximar do tema que mais interessava aos integrantes: a metrópole e suas contradições. Durante seis anos de trabalho intenso nas ruas, o grupo criou três espetáculos e apresentou-se em diversos espaços e cidades, mas, sobretudo, no centro de São Paulo. A partir da primeira peça "A Farsa do Monumento", que partia de linguagens mais tradicionais do teatro de rua, o grupo investigou diversasmaneiras de tratar a temática central de seu trabalho – a vida urbana e seus conflitos numa megalópole como São Paulo.
Decorrente dessas pesquisas surgiu a necessidade de se dirigir para a sala, no intuito de esmiuçar assuntos que a rua não permitia tratar, pelas suas características próprias, e principalmente para colocar o próprio fazer artístico em questão, num caminho mais autocrítico. Numa colaboração Brasil-Alemanha, Novos Argonautas – Hautaus Gold, de 2010, foi escrita, ensaiada e concebida em conjunto com o diretor Tillman Köhler e sua equipe de trabalho. Quem vem lá, é o resultado de longas pesquisas, iniciadas sob a orientação do dramaturgo Reinaldo Maia em 2007, sobre o texto Hamlet, de Shakespeare, que serviu como pretexto para problematizar o fazer artístico e os limites ao engajamento político de nossa geração – visando também a um acerto de contas com a geração anterior, personificada no espectro do pai. Em 2010, ocupa novamente o espaço público com a peça Helena Pede Perdão e é Esbofeteada, com texto de Alexandre Dal Farra e direção de João Otávio.
O grupo foi contemplado três vezes pela Lei Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e pelos prêmios FUNARTE Myriam Muniz e Caravana Petrobrás-FUNARTE. No âmbito internacional, o grupo já recebeu apoio do Fundo de Cultura Alemão (Kulturstiftung des Bundes). Participaram de importantes festivais nacionais, comoa Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba, FIT de São José do Rio Preto, Tempo Festival-RJ e mostras de relevo; e já foram apresentadas em inúmeras cidades do país e no exterior, em Berlim.
Para serviço:
MATEUS, 10 – Estreia dia 1º de junho, sexta-feira, às 20 horas, na Casa das Rosas.
Com referências a Bartleby, o escriturário, de Hermann Melville, e Crime e castigo, de Dostoiévsky, a trama começa quando um pastor fica obcecado pelo texto bíblico Mateus, 10 e deseja formar uma nova doutrina. O deslocamento do público colabora para atmosfera de suspense e realismo.
Depois de ocupar os espaços públicos com Helena Pede Perdão e é Esbofeteada, o grupo Tablado de Arruar explora a arquitetura interna da Casa das Rosas com novoespetáculo Mateus, 10.
Com texto de Alexandre Dal Farra, que divide a direção com João Otávio, a peça estreia dia 1º de junho, sexta-feira, às 20 horas, na edícula da Casa das Rosas, na Avenida Paulista, 37. No elenco, Alexandra Tavares, Alexandre Quintas, Amanda Lyra, Clayton Mariano, Ligia Oliveira e Vitor Vieira.
Com referências a Bartleby, o escriturário, de Hermann Melville, e Crime e castigo, de Dostoiévsky, o espetáculo levanta questões como a culpa, a alienação e a fé, por meio da trajetória de um pastor que leva a sério demais o que ele mesmo prega. Sexto texto de Alexandre Dal Farra, quinto escrito e montado pelo Tablado de Arruar, consolida o projeto de pesquisa do grupo para a criação de uma dramaturgia e interpretação que aliam a pesquisa de linguagem ao pensamento político e social.
A encenação ocupa a edícula da Casa das Rosas e recebe dez pessoas por apresentação. Poucos elementos cênicos valorizam o espaço e a interpretação dos atores. “O espectador se desloca pelos pequenos cômodos onde as cenas se desenrolam. A plateia é colocada dentro da ação, sem que, no entanto, participe dela.
Os quartos pequenos contribuem para um sentimento claustrofóbico e esse jogo com o público colabora para uma atmosfera de suspense”, explica o diretor João Otávio. “Existe uma quarta parede, mas a ação acontece muito perto, como se você estivesse dentro da cena. Apostamos nessa imersão para ressaltar o aspecto de realismo”, completa Alexandre Dal Farra.
Otávio é um pastor em ascensão que entra em crise com sua atividade, quando se apega de forma quase obsessiva a uma passagem da bíblia em que Jesus renega sua família, mãe e irmãos, em função dos seus seguidores e discípulos. A partir de então, Otávio passa a desenvolver e a pregar uma nova doutrina. O desejo obsessivo de negar o conhecido em função do novo, a qualquer custo, o leva à beira da loucura.
Para instaurar uma nova ordem ele precisa de um fato que mude os rumos da sua vida e é a partir dessa atitude que a trama se desenrola. “A peça trata sobre o processo de decisão e da formulação do pensamento e até que ponto o imprevisível pode acontecer”, analisa João Otávio.
No segundo ato da peça, Carlos, marido de Thereza, figura ambígua que invade a vida de Otávio, promove um churrasco em sua casa, onde os fatos virão à tona sem que tomem o rumo esperado pelo pastor. Otávio tenta confessar seu crime, o que não é aceito pelos outros. Ele acaba por ser expulso da igreja, no entanto, nenhuma nova ordem se instaura. “Nada se transforma, não por conta de uma força inexplicável, mas porque simplesmente algumas pessoas não permitem. O novo, seja em um sentido positivo ou negativo, simplesmente não é aceito”, conclui Dal Farra.
Sobre o Tablado de Arruar
O grupo surgiu em 2001 e, inicialmente, tinha o objetivo de trabalhar com teatro de rua, para que pudesse se aproximar do tema que mais interessava aos integrantes: a metrópole e suas contradições. Durante seis anos de trabalho intenso nas ruas, o grupo criou três espetáculos e apresentou-se em diversos espaços e cidades, mas, sobretudo, no centro de São Paulo. A partir da primeira peça "A Farsa do Monumento", que partia de linguagens mais tradicionais do teatro de rua, o grupo investigou diversasmaneiras de tratar a temática central de seu trabalho – a vida urbana e seus conflitos numa megalópole como São Paulo.
Decorrente dessas pesquisas surgiu a necessidade de se dirigir para a sala, no intuito de esmiuçar assuntos que a rua não permitia tratar, pelas suas características próprias, e principalmente para colocar o próprio fazer artístico em questão, num caminho mais autocrítico. Numa colaboração Brasil-Alemanha, Novos Argonautas – Hautaus Gold, de 2010, foi escrita, ensaiada e concebida em conjunto com o diretor Tillman Köhler e sua equipe de trabalho. Quem vem lá, é o resultado de longas pesquisas, iniciadas sob a orientação do dramaturgo Reinaldo Maia em 2007, sobre o texto Hamlet, de Shakespeare, que serviu como pretexto para problematizar o fazer artístico e os limites ao engajamento político de nossa geração – visando também a um acerto de contas com a geração anterior, personificada no espectro do pai. Em 2010, ocupa novamente o espaço público com a peça Helena Pede Perdão e é Esbofeteada, com texto de Alexandre Dal Farra e direção de João Otávio.
O grupo foi contemplado três vezes pela Lei Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e pelos prêmios FUNARTE Myriam Muniz e Caravana Petrobrás-FUNARTE. No âmbito internacional, o grupo já recebeu apoio do Fundo de Cultura Alemão (Kulturstiftung des Bundes). Participaram de importantes festivais nacionais, comoa Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba, FIT de São José do Rio Preto, Tempo Festival-RJ e mostras de relevo; e já foram apresentadas em inúmeras cidades do país e no exterior, em Berlim.
Para serviço:
MATEUS, 10 – Estreia dia 1º de junho, sexta-feira, às 20 horas, na Casa das Rosas.
Texto - Alexandre Dal Farra.
Direção Geral - Alexandre Dal Farra e João Otávio.
Elenco - Alexandra Tavares, Alexandre Quintas, Amanda Lyra, Clayton Mariano, Ligia Oliveira e Vitor Vieira.
Direção de Atores - João Otávio.
Direção de Arte e Cenografia: Clayton Mariano e Eduardo Climachauska.
Figurinos - Melina Schleder.
Iluminação: Davi de Brito.
Trilha Sonora - Alexandre Dal Farra.
Direção de Produção - Tablado de Arruar.
Produção Executiva - Paulo Arcuri. Fotos - Cris Lyra.
Concepção - Tablado de Arruar.
Temporada – 1 de junho a 22 de julho. De quinta adomingo.
Horários - Quintas, sextas e sábados às 20h e domingos às 15h30.
Duração - 120 minutos. Gratuito. Indicado para maiores de 14 anos.
Capacidade: 10 lugares. Reserva de ingressos e informações - 11 5947 0360.
Obs.: dia 7 de junho, feriado de Corpus Christi, não haverá apresentação.
Casa das Rosas - Av. Paulista, 37. Fone (11) 3285 6986. www.casadasrosas.sp.gov.br
Fonte: Blog Versão Cultural
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