sábado, 26 de maio de 2012

Mãe mata filha de 6 anos em ritual com bíblia e orações em “idioma estranho”

Criança foi asfixiada com ajuda de vizinha. Bíblia e cinto ao lado do corpo indicam motivação religiosa

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu nesta segunda-feira Elza Nunes Gusmão, de 37 anos, suspeita de assassinar a filha de 6 anos durante um ritual religioso em outubro de 2010. Sirleide Filgueira Duraes, de 30 anos, vizinha de Elza, também teria participado do crime e está foragida.

Sarah Nunes Gusmão foi encontrada nua, sem marcas de violência, na casa onde morava com os pais, no Parque Cocaia, Zona Sul. Em volta do corpo, havia uma Bíblia e um cinto aberto. No mesmo quarto, Elza e Sirleide rezavam em voz alta.

Segundo a delegada Cíntia Tucunduva, responsável pela investigação, as mulheres oravam em um “idioma estranho” e o que diziam era ininteligível. A gritaria continuou na delegacia e as duas foram liberadas até que a causa da morte de Sarah fosse revelada pelos laudos.

Em seu primeiro depoimento, Elza tentou explicar a morte da filha com um suposto sopro no coração constatado pelo pediatra meses antes.

A farsa foi desmantelada com o resultado dos exames feitos no IML (Instituto Médico Legal). Os laudos apontaram asfixia como causa da morte e havia fios de cabelo nas mãos de Sarah.

Fanatismo

O depoimento do pai foi mais uma evidência do fanatismo religioso de Elza. Na noite da morte da menina, ele exigiu que a criança fosse tirada do quarto onde ela e a vizinha rezavam. Autônomo, ele teve de trabalhar na madrugada e encontrou a filha morta quando voltou. Uma vizinha diz ter ouvido Sarah gritar: “Mãe, não faz isso e chama o pai”.

A delegada afirma que a Bíblia e o cinto fazem parte de um ritual, simbolizando a libertação da vida material. Elza e Sirleide sempre negaram o crime e alegam não lembrar o que aconteceu naquela noite.

A mãe de Sarah está presa provisoriamente. Elza é considerada foragida e a polícia acredita que ela se escondeu na casa de parentes em algum bairro da periferia da Zona Sul.



Fonte: Diário de São Paulo
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