"O esquema atraiu cerca de uma mil pessoas em Goiás, outras 72 mil pessoas em sete Estados no País e tem ramificações entre brasileiros que moram nos Estados Unidos", afirmou o delegado, que preside o inquérito. Segundo ele, a Polícia Federal e a Interpol foram acionadas, na semana passada. Segundo ele, a Elite, empresa que supostamente administra a pirâmide, tem sede em Austin (Texas). Soares garante que todos os religiosos a serem ouvidos no inquérito, podem ser indiciados por formação de quadrilha, estelionato e crime contra a economia popular.
Até agora, de acordo com a polícia, o grupo de pessoas supostamente lesadas estaria concentrado em Goiânia. Consta no inquérito que o suposto esquema usa a Bíblia para tentar enganar as pessoas. No site em português www.eliteactivity.com.br, os organizadores do "Elite Activity" garantem que o sistema de doação não é uma pirâmide, mas "uma crença nascida da tentativa de partilhar". Isso significa, segundo a Elite, o direito do indivíduo de dar e receber doações.
O direito à abundância da Elite resultou, na semana passada, na prisão em flagrante de um pastor, Elias Pereira de Deus, e um diácono, Geraldo Alves de Carvalho, no 22º DP. Eles atuavam, segundo a polícia, num dos bairros mais pobres de Goiânia, o Jardim Primavera, e teriam convencido mais de 300 pessoas para aderir ao esquema. Pelo sistema de "doações" de R$ 200 em dinheiro, cada participante deveria convidar mais duas pessoas que, por sua vez, chamariam outras duas. Na multiplicação da base, cada cabeça receberia oito vezes o valor investido graças ao "círculo de abundância".
O sistema, em ciclos, também possibilita a cada "membro" mudanças de ciclos de doações, num total de sete, com valores variando entre R$ 100 a R$ 500. "Para cada uma das sete doações há oito doações a receber", indica o site. "A promessa é que, no final de cada ciclo, o participante receberia até R$ 568 mil", disse o delegado.