Olhar o telefone, ansioso por um chamado, e ele permanecer mudo.
Ouvir uma música e não ter ninguém com quem associá-la.
Querer dormir muito, para não ter consciência de que está só.
Não ter ninguém com quem brindar um acontecimento.
Sentir frio e não ter um abraço para aquecê-lo.
Falar alto em casa, para ter a sensação de estar ouvindo algum ser humano.
Ter apenas um prato na mesa, às refeições.
Não ter alguém para lhe abotoar o vestido ou lhe ajeitar a gravata.
Sair de madrugada, tentando encontrar algum conhecido para poder desabafar.
Perceber que não tem um ombro para chorar.
Ler o jornal, durante as refeições, por não ter com quem conversar.
Verificar que a correspondência se resume a contas e extratos bancários.
Nunca ter a quem dizer bom dia ao acordar.
Não ter quem lhe faça um chá, quando está indisposto.
Não ter a possibilidade de dividir o mesmo desodorante ou a mesma pasta de dentes.
Não ter alguém que lhe impeça o suicidio
Fonte: Roberto Shinyashiki