quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Debate sobre o livro A Cabana

Ocorreu na IBAB (Igreja Batista de Água Branca) um debate sobre o livro A Cabana de Willian P. Young. Ed René Kivitz atuou como mediador entre o pastor Ariovaldo Ramos e Ricardo Gouvêa, atual pastor da Igreja Presbiteriana do Limão. O debate faz parte do fórum de reflexão teológica que atualmente esta com o tema Deus no banco dos réus.

De minha parte sou suspeito a dizer sobre os debatedores, principalmente de Ricardo Gouvêa, que me auxiliou muito em uma fase difícil minha com a igreja, em 2005 participei com ele da Comunidade do Sumaré praticamente todos os domingos pela manhã, ouvindo e conversando com ele sobre igreja, espiritualidade, e amizade. Nosso último encontro faz uns dois anos e fiquei muito contente em rever ele e também de sua participação no debate ao lado de Ed René e Ariovaldo. Fiz algumas fotos que compartilho com todos neste post também.

Polêmico e instigador como sempre, Ricardo Gouvêa iniciou sua fala dizendo que o livro A Cabana do ponto de vista literário é uma obra medíocre demais. Que o livro nunca será um clássico da literatura cristã como foi, por exemplo, O Peregrino de John Bunyan. Gouvêa afirmou que William P. Young não é um homem das artes literárias, mas simplesmente um teólogo que escreveu uma obra de ficção apresentando conceitos sobre Deus. A responder uma pergunta de Ed René sobre o que o livro diz sobre o sofrimento, Gouvêa diz que o problema do sofrimento não tem solução e que o evangelho não tem obrigação de dar esta resposta e que devemos reconhecer que o sofrimento faz parte da raça humana e que o autor do livro mostra que Deus sofre conosco, sendo que o maior sofrimento foi feito com seu filho Jesus na cruz. Gouveia afirma, entretanto que o livro apesar de polêmico, é bastante conservador em sua teologia, pois falando sobre pecado original, trindade e soberania divina, apresenta os conceitos clássicos da teologia. É a velha história da salvação recontada de uma nova forma e roupagem. Gouvêa também diz que não gostou do final do livro “Happy End” em que tudo dá certo no final e o criminoso é preso. Gouvêa termina sua fala citando um trecho do livro na página 176 – “A fé não cresce na casa da certeza”.
Mesa do debate sobre o livro A Cabana formada por Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz e Ricardo Quadros Gouvêa

Ariovaldo Ramos disse não querer analisar o livro como obra literária, mas sim como um livro que apresenta uma visão sobre Deus e o sofrimento, pois no quando Deus é questionado em relação ao que faria a respeito do sofrimento humano, a resposta é que Deus já fez através de Cristo na cruz. Ariovaldo explica que por ser de origem anglo-saxão, o autor é influenciado a terminar o livro com um final feliz. Ariovaldo afirmou que gostou da interpretação dada pelo autor em relação à trindade, pois ali esta o conceito de paternidade, maternidade e filiação.