sábado, 13 de março de 2010

Como vai a sua família Pastor??

"Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar... Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus" (1Tm 3.1, 2, 4, 5b NVI).

O Código de Ética da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil declara que o pastor deve ter como companheira uma mulher em condições de ajudá-lo no ministério. Na verdade, o Criador determinou que a auxiliar do homem fosse alguém de idoneidade (Gn 2.18), além de necessitar aquele que aspira ao episcopado de uma companheira que lhe complete funções (1Tm 3.2). Assim, casado, deve o pastor tratar sua esposa e filhos conforme o padrão da Escritura Sagrada (Ef 5.24-33; 6.4; 1Tm 3.4,5). Diz o Código de Ética que o pastor deve proceder com retidão em relação à família, prover o sustento, educação, inclusive o tempo entre outras tantas provisões (1Tm 3.4,5; 1Pe 3.7; Tt 1.6; Lc 11.11,13).

O pastor deve guardar-se de comentar problemas e frustrações de seu ministério com os filhos (1Co 4.1-4), e, finalmente, deve reconhecer o que a esposa faz junto à família. Pois isso é algo essencial, não a envolvendo em atividades da igreja que a prejudiquem com respeito ao lar (1Pe 3.7).

Como vai a sua esposa?

Uma inestimável bênção ou um delicadíssimo problema na vida do pastor é a sua família. Por esse motivo, vamos começar do começo (assim mesmo: com pleonasmo): o casamento é alvo de prudência e oração. Não se casa só porque ela é bonitinha, recita muito bem, toca piano, teclado ou violão angelicamente, ou tem jeito com as crianças da igreja.

O casamento envolve muita coisa: interesses comuns, convicções firmes e, sobretudo, amadurecimento. Até porque casamento não é só satisfação de instintos: é uma aliança que leva em conta a missão (daí a palavra submissão = "estar debaixo [sub] da mesma missão", cf. Cl 3.18; 1Pe 3.1,5; Ef 5.22,24; 1Pe 1.22; 4.8; Cl 5.13; Rm 15.7).

Necessário é entender que o matrimônio do crente em Jesus Cristo, de modo geral, e do pastor de modo muito particular, é um ministério debaixo do Espírito. Se o Espírito Santo orienta, dirige, governa, tudo fica fácil: o amor se sustenta; a alegria é constante; a paz é verdadeira; a paciência, então, nem se fala; a benignidade (gentileza e cordialidade ungidas) vicejam; a bondade impera; a fidelidade não tem manchas; a mansidão é viva e o domínio próprio, posto em prática, porque esse fato básico: o casamento é um ministério debaixo do Espírito, submisso ao poder e à vontade de Deus.

Isso quer dizer que os papéis do marido, que é pastor, da esposa, que é sua auxiliar à altura, serão orientados, regidos pela submissão sem reservas; sem barreiras, sem condições, sem cobranças. Conhecemos casamento de pastor pobre com moça rica. Não deu certo porque o interesse dele era no sustento que o sogro poderia dar. Ouvimos dizer de casamento de pastor com moça descrente (acreditam?). Já vimos casamento só pelo sexo. Quando o tempo passou e o amor murchou, ele foi atrás de outra(s)?!

O pastor solteiro deve pedir a Deus que abrevie a escolha da mulher com quem vai compartilhar a vida, para não levar a fama de leviano, se namora muito, ou para evitar, até, que o povo fique desconfiado se não namora...

E por falar em dificuldades...

Mas vamos compreender uma coisa: não é fácil, para a coitadinha, ser mulher de pastor. Ela tem dificuldades que as outras senhoras da igreja não têm, nem vão ter jamais (a menos que o seu querido seja chamado para o ministério da Palavra)!

Uma dessas dificuldades é que ela conhece bem (muito bem, aliás) o santo que tem em casa. Na verdade, é em casa que se é realmente, onde se tira a máscara, ou, se preferirem, onde se é ao natural, sem maquilagem. Talvez o pastor seja todo-sorrisos na igreja, mas grosseiro em casa, e talvez seja grosseiro porque está cansado, desapontado, desanimado, com problemas financeiros e pressões sem conta e de toda ordem.

Mulher de pastor não é "pastora", como dizem aparentemente brincando (na psicanálise freudiana, isso se chama chiste). Mas poucas mulheres têm uma carga de responsabilidades tão grande como a de um ministro evangélico. Aliás, pensando elogiar, alguns irmãos estão colocando fardos, tarefas, deveres que não são necessariamente dela. Agora, há coisas que ela vê e ouve, que seu esposo não vê. É a chamada "intuição feminina". Por essa e outras razões de ordem ética, o pastor deve fazer visitas em companhia da esposa.

A esposa do pastor não pode ser ciumenta. 1Coríntios 13 é um excelente programa para a esposa do ministro. Mas ela é intuitiva, e pode alertá-lo dos perigos e tentações. Ouça sua esposa, colega: ela fala com a intuição... e com o coração.

O pastor que demonstra amar a esposa é um bom exemplo para os homens da igreja. Namore sua mulher; dê-lhe tempo, pois tem necessidade de intimidade, não a deixe competir com a igreja pelo tempo do marido.

É bom lembrar que o pastor e a esposa precisam de amigos com quem confidenciar.

Como vão seus filhos Pastor?

Um evangelista americano disse com muita tristeza que durante muitos anos, havia viajado em cruzadas para ganhar as almas dos filhos de outros homens, e havia deixado os filhos à própria sorte. O pastor tem obrigações para com sua família que são inadiáveis. Não é fácil criar filhos, especialmente quando o tempo que se tem é gasto quase todo na igreja e no seu trabalho.

Que não se esqueça o pastor que como marido e pai de família é o cabeça da família. Está na Escritura (Ef 5.23; 1Co 11.3; Gn 3.16b). Se o pastor não for cabeça da família, as conseqüências serão desastrosas, porque todos os membros da família sofrerão: a esposa, os filhos, e mais ainda: a geração seguinte e a seguinte também (cf. Ex 20.5), porque a coisa é sistêmica, e, de quebra, sofre a igreja.

Você é o provedor da sua família, meu irmão. Está, igualmente, na Palavra de Deus. Veja o que diz 1Timóteo 5.8 (cf. Gn 2.15; 3.19). O pastor vai ensinar ao filho o valor do trabalho, e o valor do Dia do Senhor.

Como chefe da família, você, pastor, é pai e mestre. Assim o ensina Provérbios 1.8; 4.1ss; 6.20ss. Ame seu filho, instrua-o e ensine-lhe o valor da disciplina.

Você é também o sacerdote de sua família. Efésios 5.22-33 mostra que o marido está para a esposa como Cristo para a Igreja. Se Cristo é o sumo-sacerdote da família espiritual, o marido (nesse caso, um pastor) é o sacerdote da família terrena. Que bom o pastor poder dizer: "Eu e a minha casa servi(re)mos ao Senhor".

Leve seus filhos à verdade, pois está na Palavra Santa que "os pais aos filhos fará notória a tua fidelidade" (Is 38.19b; cf. Gn 18.19; Dt 6.7), e leve-os à salvação, para cumprir a ordenança divina em Provérbios 22.6: "Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles" (NVI; cf. Dt 6.6,7).

Se seu lar há de ser equilibrado, não tenha medo de corrigir os filhos quando errarem, pois a Bíblia expressa a saúde da família em 1Timóteo 3.4; Tito 1.6; Efésios 6.4. Autoridade com amor, porque disciplina sem equilíbrio é perigosíssima, e amor sem disciplina traz insegurança. O amor, por isso, deve vir com a necessária disciplina na dosagem certa.

Como vai você, Pastor?

Pois é; você é o pastor de sua esposa. E o pastor dos seus filhos. É o pastor que eles conhecem.
Quais as tarefas de um pastor? A primeira é, sem dúvida, falar a palavra de Deus. Assim o estabelece Hebreus 13.7 e 2Timóteo 4.2. Pregar a tempo e fora de tempo; ser um evangelista (2Tm 4.5); ser apto para ensinar (1Tm 3.2).

Guardar as almas que lhe são confiadas como adverte Hebreus 13.17 (cf. Jo 21.15-17; At 20.28). Dentro dessa responsabilidade está o admoestar, o repreender, e o exortar com paciência (2Tm4.2).

Outros deveres são: ser poderoso na doutrina (Tt 1.9; cf. 1Tm 4.16) e dirigir a igreja de Deus (At 20.28; cf. 18.20). E, ainda, servir de exemplo é mais uma responsabilidade (1Pe 5.3; 1Tm 4.12).

Como pastor de sua família, você há de ter três alvos para as questões espirituais:

· Conduzir seus filhos a Cristo;
· Ajudá-los a amadurecer na fé;
· Ensinar-lhes que o serviço cristão ajuda o crente a se renovar e reafirmar suas convicções.

Na família do pastor, há três princípios de direção:

O princípio do amor expresso em Colossenses 3.14 (cf. 1Co 16.14; 1Pe 4.8). O amor da família é chamado pelos gregos de storge. Imagine-o sendo somado ao agape (amor divino) como em Hebreus 13.1 e Efésios 5.25. Billy Sunday, o evangelista, disse que "se você quer que sua mulher seja um anjo, não a trate como o demônio". Pura verdade.

O princípio da lealdade aos valores da família, aos princípios cristãos da família, às pessoas da família. Que não haja, quanto a nós essa acusação: "Salva-nos, Senhor! Já não há quem seja fiel; já não se confia em ninguém entre os homens. Cada um mente ao seu próximo; seus lábios bajuladores falam com segundas intenções" (Sl 12.1, 2 NVI; cf. Pv 20.6). O princípio de lealdade esteve bem presente na idéia hebréia de clã.

O princípio da mutualidade, em que tudo há de ser feito "no Senhor", que é o filtro de nossos relacionamentos:

- Em relação à esposa: "As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido como ao Senhor" (Ef 5.22);

- Com referência ao marido: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela" (v.25);

- Com respeito aos filhos: "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor..."(6.1);

- Referindo-se aos pais: "E vós, pais, não provoqueis vosso filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor"(6.4);

Estando todo o arremate em 5.21: "sujeitando-vos uns aos outros no amor de Cristo".

Como vai sua família, pastor?

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