quinta-feira, 4 de março de 2010

Medida que pode permitir união civil entre gays em igrejas é aprovada na Grã-Bretanha

A Câmara dos Lordes (a câmara alta do Parlamento britânico) aprovou, nesta quarta-feira, uma emenda em um projeto de lei que suspende a proibição da realização de cerimônias de união civil entre homossexuais em igrejas.

A emenda na chamada Equality Bill, que está sendo discutida pelos parlamentares britânicos, permitiria, mas não obrigaria organizações religiosas a realizarem esse tipo de cerimônia.

A emenda, que não foi apoiada pelo governo, ainda precisa da aprovação da Câmara dos Comuns (a câmara baixa), onde é pouco provável que o texto sofra alterações significativas.

A aprovação foi comemorada por ativistas dos direitos dos homossexuais.

“Existem muitos casais de gays e lésbicas que querem celebrar suas uniões civis com as congregações que eles participam e são devotos”, disse o lorde Alli, que propôs a medida.

Segundo ele, se trata de uma questão de “liberdade religiosa”.

“A liberdade religiosa requer que deixamos os outros fazerem coisas que nós não faríamos. Essa liberdade não pode começar ou terminar com o desejo de apenas uma religião”, afirmou.

Críticas

Apesar do apoio, alguns membros da Câmara se manifestaram contra a emenda e decidiram não votar sobre a medida.

Segundo o bispo de Bradford, o reverendo David James, que votou contra a proposta, a medida tem “conseqüências despropositais”.

“Quando consideramos mudanças na lei, precisamos ser claros sobre o que queremos atingir com elas e o que, na prática, elas atingem”, afirmou.

Segundo ele, a dificuldade fundamental que muitas igrejas e doutrinas enfrentarão, caso a medida seja aprovada, é que “nós, como o governo e os tribunais, fomos claros desde quando as uniões civis foram introduzidas, que elas não representavam o mesmo que o casamento”.

As uniões civis entre casais do mesmo sexo foram aprovadas na Grã-Bretanha em 2004. A lei entrou em vigor no ano seguinte.

Apesar das discussões entre membros da Câmara dos Lordes, o diretor executivo da ONG Stonewall, que defende os direitos dos homossexuais, Bem Summerskill, comemorou a aprovação inicial da medida.

“Estamos absolutamente satisfeitos com esse voto pela liberdade de religião”, disse.

Fonte: BBC Brasil
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