Há alguns anos, fui convidado por um pastor, e participei de um evento para jovens e adolescentes em uma igreja evangélica aqui de minha cidade. O objetivo do presbitério da instituição era ensinar a sã doutrina conforme a Palavra, sem nenhuma idéia humana ali embutida. Ora, isso era o mesmo que pensavam ser possível os historiadores da Escola Metódica ou Positivista, eles morreram acreditando serem totalmente imparciais, isso porque não leram seus próprios textos 50 anos depois. Ora, quem pode ser totalmente imparcial? Se você é a favor da pena de morte não será um discurso que lhe fará mudar de opinião, pessoalmente, acredito que apenas uma transformação gerado no Espírito Santo te fará pensar de outra forma. O mesmo digo dos “idolatradores” da Teologia da Prosperidade, só o Espírito Santo para fazer uma obra na vida deles e os transformar, ou alguém acredita que por tanto gritar eles vão acordar? Somente quem tem ouvidos ouve.
Pois bem, alguns pastores e líderes sentados no meio de um grupo de aproximadamente 50 jovens e adolescentes, ávidos por questionarem tudo aquilo que desejam fazer mas têm medo de que sejam disciplinados por tal atitude, ainda que a tal denominação, como tantas outras, diga não ter doutrinas senão as bíblicas.
Entre as primeiras perguntas, escritas em um papel, afinal ninguém quer mostrar a cara quando se tem 16 anos e não é filho de pastor ou levita, veio a seguinte: “Jesus era tatuado, posso fazer uma tatuagem?”
A gente já sabe de onde o rapaz ou moça tirou a idéia de que Jesus é tatuado (Ap 19.16), e não vou entrar aqui no detalhe se Jesus é ou não tatuado, eu tenho tatuagem e fiz depois de muitos anos de convertido, mas não aconselharia ninguém a fazer uma, você pode se arrepender mais tarde, então, mantenha a pele limpa até ter certeza de alguma coisa... mas voltando ao Jesus tatuado e se eu posso ou não fazer a resposta dos pastores foi, entre outras coisas: “tatuagem tem um simbolismo perverso, é usada por pessoas de gangues e promiscuas, não por alguém que já teve um encontro com Deus etc...” por fim a mesma bobagem de sempre: “a Bíblia diz que não se deve marcar o corpo”.
Também sabemos de onde vem essa pérola, e aqueles que lêem a Palavra sabem que ela está incompleta. A Palavra diz em Lv 19.28, que “não golpeareis o corpo nem o marcareis pelos mortos”... hum mudou muito... mas não quero parar aqui, não quero me deter nas coisas pequenas, quero ir para o macro, para ver se assim, os legalistas conseguem abrir seus olhos. Neste mesmo capítulo de Levítico, a lei mosaica também proíbe o consumo de sangue animal, o corte arredondado do cabelo, o se vestir com roupas de diferentes malhas (ex: algodão e lã), manda guardar o sábado e por fim intruí quanto à prática do sacrifício de carneiros.
O que aconteceu que apenas um pedaço da lei foi mantido e o restante foi “detonado”? Moisés não ouviu direito o que Deus lhe disse e escreveu coisas além do necessário? Não servem mais?
Pergunta vai, resposta vem, surge o piercing... Ah o piercing... a resposta foi das melhores, vai bem a calhar com o fim da novela das 8 da Globo. “Essa é uma prática indiana em homenagem a ídolos, representa sensualidade e é demoníaca. Um cristão não pode ficar copiando esse tipo de coisa”. Aí resolvi participar, apesar de ser convidado. Fiz então a seguinte colocação e pergunta:
“Pastor, mas quando Eliezer encontra Rebecca ele lhe põe um pendente no nariz. Se lermos em Êxodo, vamos ver que as mulheres hebréias doaram seus pendentes de nariz para os utensílios do templo. Não poderíamos nós então pensar no “significado” do pendente para os judeus e não para os indianos?”
Antes da resposta ouvi: “De que igreja você é mesmo?” Depois de responder ouvi um solene: “Porque motivo seguiríamos a lei? Haviam outros povos andando com os judeus no deserto, certamente era desses outros povos, que não eram de Deus, os pendentes”.
Contraditório? Não, absurdamente insano, mundano e perverso esse tipo de pensamento. Um pensamento que só deseja cativar de forma violenta pessoas que vão ali em busca de água, e o que recebem para beber? Vinagre?
O mesmo aconteceu comigo aí já em outro lugar quando questionei uma festa à fantasia organizada por membros da minha igreja há vários anos atrás. Até porque essas mesmas idéias de “significados” rolam por lá. Discuti o fato de festas à fantasia estarem na origem das festas carnavalescas, nas orgias e outros tipos de eventos profanos desde a Antigüidade, e falo com a propriedade de um professor de História com estudos na área de História Antiga Clássica, e encontramos tanto na literatura tradicional como na hoje disposta na internet, uma vasta bibliografia à respeito.
O que ouvi foi: “Não podemos levar tudo tão à sério assim não”.
Ora, que tipo de cristianismo estamos vivendo? Um cristianismo arbitrário que escolhe aquilo que é bom e aquilo que é ruim conforme a moda, que diz não ao incenso mas diz sim ao mantra “gospelizado”, que diz não a música secular mas sim aos filmes seculares que usam essas mesmas músicas como tema? Aí quando queremos incorporar uma nova mania espiritualizamos tudo e dizemos: “Vamos resgatar o que o diabo nos tomou, e agora vamos fazer isso ou aquilo”.
A hipocrisia já atingiu faz muito tempo o ápice dentro da igreja instituição. Que a cada momento “resgata” alguma coisa das mãos do diabo. “Resgataram” o rock e o tornaram espiritual, “resgataram” a dança e a tornaram profética, “resgataram” a guitarra e a tornaram ungida, “resgataram” as festas à fantasia e tornaram momento de comunhão... só esqueceram de resgatar o homem e dar-lhe a chance de ser chamado, Filho de Deus.
Fonte: Daniel Clós César no Bereianos
---------------------------------------
Pois bem, alguns pastores e líderes sentados no meio de um grupo de aproximadamente 50 jovens e adolescentes, ávidos por questionarem tudo aquilo que desejam fazer mas têm medo de que sejam disciplinados por tal atitude, ainda que a tal denominação, como tantas outras, diga não ter doutrinas senão as bíblicas.
Entre as primeiras perguntas, escritas em um papel, afinal ninguém quer mostrar a cara quando se tem 16 anos e não é filho de pastor ou levita, veio a seguinte: “Jesus era tatuado, posso fazer uma tatuagem?”
A gente já sabe de onde o rapaz ou moça tirou a idéia de que Jesus é tatuado (Ap 19.16), e não vou entrar aqui no detalhe se Jesus é ou não tatuado, eu tenho tatuagem e fiz depois de muitos anos de convertido, mas não aconselharia ninguém a fazer uma, você pode se arrepender mais tarde, então, mantenha a pele limpa até ter certeza de alguma coisa... mas voltando ao Jesus tatuado e se eu posso ou não fazer a resposta dos pastores foi, entre outras coisas: “tatuagem tem um simbolismo perverso, é usada por pessoas de gangues e promiscuas, não por alguém que já teve um encontro com Deus etc...” por fim a mesma bobagem de sempre: “a Bíblia diz que não se deve marcar o corpo”.
Também sabemos de onde vem essa pérola, e aqueles que lêem a Palavra sabem que ela está incompleta. A Palavra diz em Lv 19.28, que “não golpeareis o corpo nem o marcareis pelos mortos”... hum mudou muito... mas não quero parar aqui, não quero me deter nas coisas pequenas, quero ir para o macro, para ver se assim, os legalistas conseguem abrir seus olhos. Neste mesmo capítulo de Levítico, a lei mosaica também proíbe o consumo de sangue animal, o corte arredondado do cabelo, o se vestir com roupas de diferentes malhas (ex: algodão e lã), manda guardar o sábado e por fim intruí quanto à prática do sacrifício de carneiros.
O que aconteceu que apenas um pedaço da lei foi mantido e o restante foi “detonado”? Moisés não ouviu direito o que Deus lhe disse e escreveu coisas além do necessário? Não servem mais?
Pergunta vai, resposta vem, surge o piercing... Ah o piercing... a resposta foi das melhores, vai bem a calhar com o fim da novela das 8 da Globo. “Essa é uma prática indiana em homenagem a ídolos, representa sensualidade e é demoníaca. Um cristão não pode ficar copiando esse tipo de coisa”. Aí resolvi participar, apesar de ser convidado. Fiz então a seguinte colocação e pergunta:
“Pastor, mas quando Eliezer encontra Rebecca ele lhe põe um pendente no nariz. Se lermos em Êxodo, vamos ver que as mulheres hebréias doaram seus pendentes de nariz para os utensílios do templo. Não poderíamos nós então pensar no “significado” do pendente para os judeus e não para os indianos?”
Antes da resposta ouvi: “De que igreja você é mesmo?” Depois de responder ouvi um solene: “Porque motivo seguiríamos a lei? Haviam outros povos andando com os judeus no deserto, certamente era desses outros povos, que não eram de Deus, os pendentes”.
Contraditório? Não, absurdamente insano, mundano e perverso esse tipo de pensamento. Um pensamento que só deseja cativar de forma violenta pessoas que vão ali em busca de água, e o que recebem para beber? Vinagre?
O mesmo aconteceu comigo aí já em outro lugar quando questionei uma festa à fantasia organizada por membros da minha igreja há vários anos atrás. Até porque essas mesmas idéias de “significados” rolam por lá. Discuti o fato de festas à fantasia estarem na origem das festas carnavalescas, nas orgias e outros tipos de eventos profanos desde a Antigüidade, e falo com a propriedade de um professor de História com estudos na área de História Antiga Clássica, e encontramos tanto na literatura tradicional como na hoje disposta na internet, uma vasta bibliografia à respeito.
O que ouvi foi: “Não podemos levar tudo tão à sério assim não”.
Ora, que tipo de cristianismo estamos vivendo? Um cristianismo arbitrário que escolhe aquilo que é bom e aquilo que é ruim conforme a moda, que diz não ao incenso mas diz sim ao mantra “gospelizado”, que diz não a música secular mas sim aos filmes seculares que usam essas mesmas músicas como tema? Aí quando queremos incorporar uma nova mania espiritualizamos tudo e dizemos: “Vamos resgatar o que o diabo nos tomou, e agora vamos fazer isso ou aquilo”.
A hipocrisia já atingiu faz muito tempo o ápice dentro da igreja instituição. Que a cada momento “resgata” alguma coisa das mãos do diabo. “Resgataram” o rock e o tornaram espiritual, “resgataram” a dança e a tornaram profética, “resgataram” a guitarra e a tornaram ungida, “resgataram” as festas à fantasia e tornaram momento de comunhão... só esqueceram de resgatar o homem e dar-lhe a chance de ser chamado, Filho de Deus.
Fonte: Daniel Clós César no Bereianos
---------------------------------------