terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Vida no Deserto: Solidão

Quantas vezes o provocaram no deserto, e o entristeceram na solidão?

Nossas histórias de relacionamento talvez sejam o campo mais rico para nos ensinar sobre a vida e sobre nós mesmos. Quaisquer assuntos não resolvidos que tenhamos escondido nos porões emocionais virão à superfície – não apenas aqueles relacionados a um caso de amor, mas também aqueles relacionados a figuras de autoridade. Nesse campo, a existência puxa e detém a nossa atenção. Ela usa essas situações para nos forçar a enfrentar partes de nós mesmos que podem ser amedrontadoras ou dolorosas. Mesmo que tenhamos idéias de como nossa vida e nossos casos de amor devam ser ou de quem nós somos e como devemos ser, frequentemente as coisas não correm de acordo com o plano. Mas é precisamente nas dificuldades que podemos aprender muito sobre nós mesmos.

Eu descobri que todos os nossos conflitos, frustrações e dificuldades em nossos relacionamentos se referem a três pontos básicos na área emocional e espiritual. Cada um deles tem sua origem em um trauma de um tipo ou outro em nossa infância, mas o processo de se trabalhar com ele e de resolvê-lo assinala um ponto marcante na jornada de nossa alma.

O primeiro é a vergonha – um senso de deficiência profundamente assentado em nós.
O segundo é o choque – nossa resposta celular aos traumas de nossa infância.
E o terceiro é o abandono, a privação e o nosso senso profundo de solidão interna.

Na realidade não temos muita escolha naquilo que a vida nos apresenta. As coisas simplesmente acontecem. Ao invés de acusarmos, reclamarmos ou nos sentirmos tristes por nós mesmos, podemos desfrutar a viagem não importa como ela seja. Às vezes ela é alegre, outras vezes é dolorosa, mas raramente é enfadonha.

A solidão nos torna vulneráveis e nos leva a relacionamentos egoístas e distorcidos. Quando estamos sós, nos sentimos excluídos. Não recebemos cuidado nem carinho. Quando estamos sós, precisamos de um amigo. Jesus sabia o que era solidão. Enquanto lutava em oração no Getsêmani, seus discípulos dormiam. Com tristeza, Ele perguntou: "Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?" (Mateus 26.40).

Jesus sabe tudo a respeito das nossas fraquezas e o que significa ser humano, pois Ele "passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado" (Hebreus 4.15). Então, o que devemos fazer quando estamos nos sentindo sós, desamparados? Procurar Jesus e construir com Ele uma relação de confiança e amor. Ele nos entende e promete nunca nos deixar sozinhos. Devemos também buscar amizades duráveis e sinceras, pois há "amigos" que apenas nos causam mais solidão.

Há aqui um panorama muito escuro e trágico. Estamos sós neste mundo, sem nada e sem ninguém em que possamos confiar, em que venha a nos ajudar. Espere aí? Existe uma esperança, há alguém que quer oferecer-se a nós, oferecer sua amizade sincera, desinteressada, fiel. Esta pessoa é Jesus Cristo. Ele quer ser nosso amigo, meu amigo, seu amigo.

Jesus Cristo está aqui, está a porta e lhe chama: "se hoje ouvirdes a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei contigo" (Ap. 3:30). Jesus quer ser teu amigo e conselheiro, e você não está só. Neste mesmo instante Ele está a porta, na porta de seu coração esperando que você o deixe entrar.

"Estar a sós" e "sentir-se só" são expressões diferentes. Ficamos algum tempo a sós, é importante e necessário para que possamos refletir e descansar das pressões da vida, porque é uma oportunidade de construir relacionamentos conosco mesmo. Compreendemos que a solidão não é o objeto de Deus para nós. Deus fez com que o solitário viva em família, em comunidade, em sociedade.

A vida é uma solidão? Claro que não, porque no final de todas as coisas você compreenderá que a solidão é uma estratégia da própria vida para que possamos ter comunhão mais íntima, sólida e profunda com Deus e amor ao próximo como a nós mesmos.
"Não estamos sós"

PENSE: Que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira; Deuteronômio 8:15

ORE: Senhor! A minha grande certeza é saber que Tu estás sempre presente na minha vida. Tu és a maior de todas as presenças. Na Tua presença há plenitude de alegria. Em nome de Jesus, amém!


Fonte: Rev. Ashbell Simonton Rédua em Artigonal
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