quinta-feira, 9 de junho de 2011

O que não é o Evangelho

“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” - esta foi a ordem deixada pelo Senhor Jesus no momento de sua partida. Desde então, muitos discípulos de Cristo tem saído pelo mundo afora e falado a toda criatura. Mas será que todos estão, de fato, pregando corretamente o evangelho?

Não basta ir e falar qualquer coisa em nome de Jesus - é preciso dizer a mensagem correta. Falhar nesse ponto é mais do que prestar um desserviço ao reino de Deus - é trazer um prejuízo de conseqüências eternas, tanto para o mensageiro, quanto para os que recebem a mensagem.

Esse é um assunto tão grave, que Paulo, em sua carta aos Gálatas, considera anátema (amaldiçoado) aquele que perverter a mensagem do evangelho (Gl 1:6-9). Logo em seguida, o apóstolo questiona: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.” Com isso, subentende-se que alguns estavam pregando um evangelho agradável aos homens, ou centrado no próprio homem e não em Cristo.

Apesar de evangelho significar “boas novas”, ou “alegres notícias”, isso não quer dizer que pregar o evangelho seja alegrar os pecadores. A finalidade do evangelho não é, de forma alguma, massagear o ego das pessoas. Antes, pelo contrário, a verdadeira mensagem do evangelho faz oposição ao sistema deste mundo e “acaba com a festa” daqueles que vivem como se Deus não existisse.

No entanto, muitos pregadores da atualidade pregam justamente aquilo que as pessoas querem ouvir, a fim de agradá-las, e não o que precisam ouvir para salvá-las. A triste realidade é que Cristo tem sido anunciado mais como a “solução” de problemas do que como o Salvador de nossas vidas. Com isso, reduzem nosso amado Jesus a um “garoto propaganda” e o evangelho a um produto de mercado, que serve para mil e uma utilidades.

“E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar.” (1 João 2:25-26)

Promessas de saúde, riqueza, fama e poder
tem sido anunciadas como se isso fosse o evangelho. “Aceite Jesus e você terá direito a essas bênçãos” - esse é o falso evangelho que tem sido anunciado para se atrair um número cada vez maior de pessoas egoístas, materialistas e interesseiras. Como não faltam pessoas assim no mundo, as igrejas que prometem essas coisas enchem mais rapidamente, atraindo um público que não está nem um pouco disposto a renúncias, mas muito interessado em conquistas.

E é justamente a pregação desse falso evangelho, que não converte vidas, a razão pela qual a igreja não tem mais incomodado o mundo. Exemplo disso é o número cada vez maior de cantores evangélicos convidados para cantar em programas mundanos, ou o fato de cruzadas evangelísticas ganharem cobertura em canais de TV que anteriormente perseguiam os cristãos. E a maioria dos crentes está tão cega que considera esse aplauso do mundo uma conquista, quando na verdade é o sintoma de que algo não vai nada bem com a igreja.

“Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.” (Lucas 6:26)

Portanto, o verdadeiro evangelho
não trás alegria para o perdido e nem recebe os aplausos do mundo, mas trás o perdido para a verdadeira alegria e o liberta das paixões desse mundo.

O falso evangelho pode até alegrar as pessoas por um tempo, com suas expectativas temporais, mas não lhes concede a verdadeira e eterna felicidade, que está em desfrutarmos da plena comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo, no qual há verdadeira e eterna vida.

Mas, se o próprio Deus é o bem maior do evangelho, o que é o evangelho? Que mensagem devemos pregar? Minha tentativa de responder biblicamente a essa pergunta encontra-se no próximo artigo, intitulado “O que é o evangelho”.


Fonte: Alan Capriles em seu blog
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