quarta-feira, 15 de junho de 2011

Por que há tanta competição na vida?

Desde cedo nos deparamos com um mundo competitivo: queremos ser representante de turma na escola ou presidentes do grêmio escolar. Na empresa, lutamos para ser o funcionário do mês, com direito à quadro com foto sorridente por trinta dias. Na igreja, brigamos por cargos de destaque, de preferência que nos ponham lá na frente a cada domingo, quem sabe até para cantar (mesmo que não saibamos a diferença entre um lá e um si; só damos dó…).

Puxamos sem dó nem piedade o tapete do nosso próximo, a quem devíamos amar. Invejamos o carro novo do nosso amigo, a casa linda do vizinho, o iPod que a gente não pode comprar. Nos endividamos até o pescoço para comprar uma TV tão magra quanto nosso salário, só para dizermos as pessoas que nós já temos uma…

Engraçado, que nesse país supostamente cristão não haja o mesmo interesse em ajudar o colega de escola que tem dificuldade no aprendizado, não se lute para que o local de trabalho torne-se uma segunda família, onde haja respeito, amor e ajuda. Não há empenho para que o irmão que canta como um rouxinol substitua o desafinado no louvor da igreja, para alívio de todos, nem se desenvolvam corações gratos que fiquem felizes com o sucesso e aquisições dos semelhantes.

No desenho da Disney, “Mogli, o Menino Lobo“, o urso Balu canta uma canção que concorreu ao Oscar de melhor canção original, “Somente o necessário“:

Eu uso o necessário,
Somente o necessário;
O extraordinário é demais.
Eu digo o necessário,
Somente o necessário;
Por isso é que essa vida eu vivo em paz.

Precisamos aprender esta lição. Quando os discípulos de João começaram a se preocupar com o crescimento do ministério de Jesus em detrimentos do ministério de João, a resposta de João foi sábia e santa: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30).

Jesus, o Filho de Deus e Nosso Senhor, descartou essas idéias tolas de fama, poder e sucesso, colocando-se na posição de um escravo, ao lavar os pés de Seus discípulos, e ainda disse para eles:

“Ora, seu eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (João 13:14-17).

É preciso que abandonemos a velha tentação de querer sempre o primeiro lugar. Na sepultura, onde todos acabaremos, não há maior nem melhor. No céu, onde pretendemos chegar, só há um trono, e os que o ambicionarem, farão companhia a um velho anjo caído num lugar um pouco, digamos, mais aquecido.


Fonte: Ebeneser Nogueira, na Revista Rumo
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