O reverendo Jay Scott Newman, padre católico que não se importa com o fato de alguns colegas serem casados
No primeiro dia do Ano Novo, o Vaticano anunciou a formação de um ordinariato - uma espécie de diocese sem fronteiras - para que os sacerdotes da Igreja Episcopal e suas congregações pudessem se juntar ao catolicismo romano. A grande novidade não é que alguns episcopais terão rápido acesso ao catolicismo, mas que em breve haverá ainda mais padres casados nos Estados Unidos.
E padres casados criam dúvidas provocadoras sobre os fundamentos da Igreja Católica, cuja escassez de clérigos vem piorando a cada dia.
A maioria dos americanos - talvez a maioria dos católicos americanos - não sabe que a Igreja permite que padres sejam casados. Sempre houve padres casados nos ritos não-latinos, como o catolicismo maronita ou o catolicismo ucraniano. Essas igrejas são totalmente católicas, obedientes ao papa, mas ordenam homens casados, embora eles permitam que padres solteiros se casem após terem assumido o sacerdócio.
Alguns padres do catolicismo romano também foram casados, pelo menos até o Primeiro Concílio de Latrão, em 1123, que proibiu a prática. Padres católicos casados puderam novamente ter esposas em 1980, quando a Igreja disse que os clérigos protestantes que se tornassem padres católicos poderiam permanecer casados.
Existem cerca de 80 padres católicos desse tipo nos Estados Unidos, diz o reverendo Paul D. Sullins, sociólogo da Universidade Católica em Washington. Ele, que foi um padre episcopal, agora ele é um padre católico casado.
Sullins já entrevistou mais de 70 padres casados e muitas de suas esposas para um livro que está escrevendo. Ele diz que a grande maioria dos sacerdotes são ex-episcopais, embora alguns tenham vinco de outras denominações protestantes.
O pequeno grupo de padres casados cria várias dúvidas. Primeiro, eles estão fazendo um trabalho tão bom quanto os outros padres? Se a igreja decidiu que o celibato confere certos dons aos sacerdotes, seria correto dizer que padres casados são menos capacitados para servir suas congregações? Além disso, será que os padres que adotaram o celibato não têm inveja dos padres que podem servir a Deus e também fazer sexo? Por outro lado, se os padres casados estão fazendo um bom trabalho e não provocam esta inveja, por que então manter a regra do celibato para os sacerdotes em geral?
Para responder à primeira pergunta, é importante compreender a razão para a regra do celibato. "O celibato" refere-se a uma vida sem casamento; "continência" é o termo para uma vida sem atividade sexual. Em princípio, padres celibatários são também continentes. A Igreja nunca ensinou que o celibato é necessário para o sacerdócio, mas a tradição diz que um sacerdote que realiza os sacramentos representa Jesus Cristo, que era solteiro. Esta ideia do sacerdote in persona Christi, ou na pessoa de Cristo, é também um dos principais motivos pelo qual mulheres não podem assumir o sacerdócio.
Além disso, segundo Sullins, acredita-se que "se um homem não é casado, ele é capaz de se dedicar mais completa e exclusivamente à sua paróquia”. Mas ele descobriu que padres casados são geralmente auxiliados e não prejudicados por suas esposas, que geralmente também são muito comprometidas com a paróquia. Ele acrescenta que os sacerdotes celibatários podem ser menos acessíveis do que os padres casados.
"A verdade é que os padres celibatários, muitas vezes têm maneiras de se isolar", diz Sullins. "Se você ligar para a reitoria de um padre celibatário no meio da noite, é provável que caia na caixa postal. Mas se você ligar para a reitoria de um padre casado no meio da noite, e ele não está muito inclinado a sair, vai receber um cutucão de sua companheira, dizendo: 'Ei, você se comprometeu com este trabalho.'"
Fonte: Ùltimo Segundo
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No primeiro dia do Ano Novo, o Vaticano anunciou a formação de um ordinariato - uma espécie de diocese sem fronteiras - para que os sacerdotes da Igreja Episcopal e suas congregações pudessem se juntar ao catolicismo romano. A grande novidade não é que alguns episcopais terão rápido acesso ao catolicismo, mas que em breve haverá ainda mais padres casados nos Estados Unidos.
E padres casados criam dúvidas provocadoras sobre os fundamentos da Igreja Católica, cuja escassez de clérigos vem piorando a cada dia.
A maioria dos americanos - talvez a maioria dos católicos americanos - não sabe que a Igreja permite que padres sejam casados. Sempre houve padres casados nos ritos não-latinos, como o catolicismo maronita ou o catolicismo ucraniano. Essas igrejas são totalmente católicas, obedientes ao papa, mas ordenam homens casados, embora eles permitam que padres solteiros se casem após terem assumido o sacerdócio.
Alguns padres do catolicismo romano também foram casados, pelo menos até o Primeiro Concílio de Latrão, em 1123, que proibiu a prática. Padres católicos casados puderam novamente ter esposas em 1980, quando a Igreja disse que os clérigos protestantes que se tornassem padres católicos poderiam permanecer casados.
Existem cerca de 80 padres católicos desse tipo nos Estados Unidos, diz o reverendo Paul D. Sullins, sociólogo da Universidade Católica em Washington. Ele, que foi um padre episcopal, agora ele é um padre católico casado.
Sullins já entrevistou mais de 70 padres casados e muitas de suas esposas para um livro que está escrevendo. Ele diz que a grande maioria dos sacerdotes são ex-episcopais, embora alguns tenham vinco de outras denominações protestantes.
O pequeno grupo de padres casados cria várias dúvidas. Primeiro, eles estão fazendo um trabalho tão bom quanto os outros padres? Se a igreja decidiu que o celibato confere certos dons aos sacerdotes, seria correto dizer que padres casados são menos capacitados para servir suas congregações? Além disso, será que os padres que adotaram o celibato não têm inveja dos padres que podem servir a Deus e também fazer sexo? Por outro lado, se os padres casados estão fazendo um bom trabalho e não provocam esta inveja, por que então manter a regra do celibato para os sacerdotes em geral?
Para responder à primeira pergunta, é importante compreender a razão para a regra do celibato. "O celibato" refere-se a uma vida sem casamento; "continência" é o termo para uma vida sem atividade sexual. Em princípio, padres celibatários são também continentes. A Igreja nunca ensinou que o celibato é necessário para o sacerdócio, mas a tradição diz que um sacerdote que realiza os sacramentos representa Jesus Cristo, que era solteiro. Esta ideia do sacerdote in persona Christi, ou na pessoa de Cristo, é também um dos principais motivos pelo qual mulheres não podem assumir o sacerdócio.
Além disso, segundo Sullins, acredita-se que "se um homem não é casado, ele é capaz de se dedicar mais completa e exclusivamente à sua paróquia”. Mas ele descobriu que padres casados são geralmente auxiliados e não prejudicados por suas esposas, que geralmente também são muito comprometidas com a paróquia. Ele acrescenta que os sacerdotes celibatários podem ser menos acessíveis do que os padres casados.
"A verdade é que os padres celibatários, muitas vezes têm maneiras de se isolar", diz Sullins. "Se você ligar para a reitoria de um padre celibatário no meio da noite, é provável que caia na caixa postal. Mas se você ligar para a reitoria de um padre casado no meio da noite, e ele não está muito inclinado a sair, vai receber um cutucão de sua companheira, dizendo: 'Ei, você se comprometeu com este trabalho.'"
Fonte: Ùltimo Segundo
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