sexta-feira, 4 de maio de 2012

Jesus: o rei das expectativas não atendidas

Convenhamos: Cristo não satisfez as expectativas das pessoas. Ele deveria ser o salvador de Israel. Ele deveria ser o rei do mundo. Todavia, nasceu em uma cidade desconhecida, filho de pais desconhecidos, e levou uma vida bem desconhecida até que chegou aos trinta anos. Quando finalmente as coisas começaram a se encaminhar, não foi da forma como deveria ter sido. Pelo menos, não foi da forma que as pessoas achavam que deveria ir. Apesar de protestado por alguns, ele foi batizado por outra pessoa (João 3.14-15). Ele foi rejeitado em sua própria cidade natal (Mateus 13.57).

Quero dizer, quem pode culpá-los? “Ah, é apenas Jesus. Troquei as suas fraldas. Agora ele acha que é alguém especial? Quando ele veste as calças, coloca uma perna após a outra, como qualquer um de nós.” Ele escolheu um grupo de pescadores rudes e zé-ninguém para serem seus principais seguidores. Outros provavelmente caçoaram, “Isso é o melhor que ele consegue!” Ele foi rejeitado pela instituição religiosa da época. Os aristocratas não queriam nada com ele.

Toda vez que ele ameaçava começar algo, logo em seguida voltava. Após realizar vários milagres, ele começou a chamar a atenção das pessoas. “Talvez haja algo nesse Jesus. Talvez ele seja o escolhido. Talvez ele seja o rei que vai salvar essa nação.” Então ele dava meia volta e dizia algo louco como “todo aquele come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim” (Jo 6.56) e os assustava. Então, acima de tudo, ele vai e morre. Não, na verdade há mais. Ele vai e morre em um pedaço de madeira. “Porque qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus.” (Dt 21.23). Cristo era o rei de não atender as expectativas das pessoas. Ele era o rei de trazer experiências que nos confundem.

Cristo te deixou confuso? Deus te deixou confuso? Seus atos não estão atendendo as suas expectativas? O grito do primeiro século que levou Cristo para a cruz era “Nós não queremos que este homem reine sobre nós.” Ou seja: “Ele não atende às nossas expectativas.” Muitas vezes, damos o mesmo grito. Muitas vezes, eu dou esse mesmo grito. Quando descobrimos quem realmente Cristo é – quem realmente Deus é – nós muitas vezes mudamos a estação, em busca de novas esperanças, alguma que atenda as nossas expectativas. Quando a doença mata o nosso filho, quando as contas não estão pagas, quando está difícil arrumar trabalho, quando a depressão não vai embora, nós muitas vezes, silenciosamente, dizemos, “Eu não vou ter esse homem governando sobre mim.”

Esta é a situação que os Apóstolos enfrentaram quando todos os outros viraram as costas para Cristo:

Como resultado disso [isso é, quando Cristo não supriu as suas expectativas] muitos de Seus discípulos retiraram-se e não estavam mais seguindo Ele. Então, Jesus disse aos doze, “Vocês também não querem ir?” (João 6.66-67)

Eles responderam:

“Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (v. 69)

Resposta honesta. Não é como se eles não estivessem tão confusos quanto os outros. De fato, os Apóstolos tinham as mesmas expectativas não atendidas. Eles também estavam um pouco confusos. Contudo, sua resposta foi de total dependência e transparência: “Nós não temos nenhuma outra opção melhor. Por mais confuso que você seja, nós não temos nenhum outro lugar para ir. Você é Deus. Faremos o nosso melhor para ajustar as nossas expectativas”.

Deus, muitas vezes, não supre as nossas expectativas. A pergunta é: para onde mais iremos?

Deus, muitas vezes, não supre as nossas expectativas. A pergunta é: para onde mais iremos?



Tradução: Marianna Brandão no iPródigo
Fonte: C. Michael Patton em Reclaiming the mind
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