terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando Deus responde “não”

Ao contrário do que muitos andam ensinando por aí, Deus nem sempre responde “sim” a todos os nossos pedidos.

Sabemos que muitas coisas podem impedir a eficácia de nossas orações, tais como: falta de fé (Tg 1:6-8), pecados não confessados (Is 59:1-2), distância do Senhor (Jo 15:7), e pedidos mal intencionados (Tg 4:3). Entretanto, Deus pode também, simplesmente responder “não” ao pedido de um filho seu, simplesmente por ser esta a sua vontade.

Foi o que aconteceu com Jesus no Getsêmani (Mc 14:36), com o apóstolo Paulo e seu espinho na carne (2Co 12:7-9), com a enfermidade de Timóteo (1Tm 5:23), com o rei Davi e a morte de seu filho (2Sm 12:15-20), e tantos outros. Nestes casos, não adianta repreender, profetizar, tomar posse ou determinar. A situação foge ao nosso controle, excede nosso entendimento e independe da nossa fé.

Quantas e quantas vezes oramos muito pela cura de uma enfermidade, pela conversão de um ente querido, ou pela solução de um determinado problema, até que um dia acontece o pior, e vemos que aquilo que tanto queríamos não aconteceu. Como aceitar o “não” de Deus se Ele mesmo, em sua Palavra, prometeu nos dar tudo o que pedíssemos?

Primeiramente é preciso lembrar que não podemos nos apegar a um versículo da Bíblia isoladamente. Se em Mateus 11:22 diz que receberemos tudo o que pedirmos com fé em oração, em 1 João 5:14-15 diz que Deus nos atende conforme a sua vontade. Mediante esta realidade, é preciso compreender alguns princípios importantes:

1. A vontade de Deus é sempre boa, agradável e perfeita (Rm 12:2 e 8:28). Nossa visão limitada e imediatista nem sempre consegue enxergar a bondade de Deus em algumas situações de tristeza e dor. Mas o justo vive pela fé, e não por vista. Deus é sempre bom e sempre deseja o melhor para cada um de nós. Mesmo que algumas coisas nos pareçam descabidas e absurdas, é preciso confiar e acreditar que Deus sabe o que faz.

2. Deus é o Senhor e nós os seus servos; Deus é o oleiro, e nós, barro em suas mãos (Is 45:9). Quando Jó questionou a Deus acerca do injusto castigo que lhe fora imposto, o Senhor simplesmente lhe com algumas perguntas que o fizeram lembrar de quem ele era (Jó 38 a 41). Deus é o rei soberano sobre todo o Universo e tem todo o “direito” de intervir (ou não) em cada situação. Não cabe a nós questionar ou discordar de suas decisões. Muitas perguntas continuarão sem resposta. São os mistérios reservados ao Pai (Dt 29:29).

3. A fé não desiste. Resiste. O médico Fernando Oliveira, em seu livro “Quando a bênção não vem”, conta-nos sua experiência de perder a esposa para o câncer após anos de lutas, e adverte: “Nunca devemos deixar de orar pela cura de uma enfermidade. Não podemos nos conformar com a situação, mas prosseguir até o fim, pedindo a intervenção de Deus, crendo que o Senhor dos impossíveis pode reverter aquela situação” (Sl 51:17). “Em Jesus está o amém, o assim seja, o cumpra-se de todas as promessas de Deus. Ele abriu aos homens a possibilidade de desfrutar de todas as promessas. Entretanto, ao Deus soberano está o distribuir dessas promessas, quando e como desejar”.

Conclusão: Não temos condições de entender como é administrar o mundo do ponto de vista de Deus, mas em Cristo é possível desfrutar das vitórias nos montes e superar as tribulações dos vales. Deus nunca nos deixa sós e enfrenta conosco o fogo da fornalha quando não nos livra dela (Dn 3). Quando Deus responde “não” e a tão desejada bênção não vem, o Senhor permanece conosco, nos consolando e ajudando a prosseguir pelo “vale da sombra da morte”. Nossa alegria provém do Senhor e não das circunstâncias (Hc 3:17-19). Ele é a nossa força e aquele que nos faz andar vitoriosamente em qualquer situação.



Fonte: Fernando F.M. Oliveira, em Quando a bênção não vem - Abba Press
Via Ser Igreja
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