sábado, 22 de setembro de 2012

Apoio a candidatos por parte de pastores pode custar até R$ 3 mil


Pastor José João, da Aliança Cristã Evangélica do Brasil, vê abuso em determinadas condutas de igrejas evangélicas (Euzivaldo Queiroz)

Pastores evangélicos e um padre assumem posição contra o que chamam de partidarização das igrejas nestas eleições, criticam o uso desses espaços como currais eleitorais e defendem a garantia do direito ao voto livre, responsável e consciente.

A utilização das igrejas pelos ministros religiosos como “cabresto eleitoral” e a manipulação dos fiéis como massa de manobra, foram criticadas por líderes religiosos evangélicos e católicos, ouvidos por A CRÍTICA.

Para o pastor presbiteriano, membro do Conselho de Referência da Aliança Cristã Evangélica do Brasil, José João Mesquita, o papel da religião no período eleitoral é orientar para que os  membros exerçam a cidadania votando de forma consciente, livre e responsável, mas sem a imposição de uma ideologia político-partidária.

O pastor José João disse que  há alguns anos algumas igrejas evangélicas vêm abusando no apoio a candidatos, em fazer campanhas internas até à proibição pela Justiça Eleitoral. Mesmo assim, existem igrejas que estão transgredindo a lei sorrateiramente. 

O pastor afirmou, sem citar nomes, que “igrejas e  denominações religiosas, estão se comportando hipocritamente fazendo campanha política.”

“Na política do Brasil, está aí o escândalo do mensalão. Fala-se na cidade que estão correndo valores que são milhões que algumas igrejas estão recebendo para apoiar a pessoa que representa o grupo que tem mais poder e dinheiro. Um pastor me confidenciou que foi procurado por uma pessoa ligada a esse grupo com um pacote de dinheiro R$ 3 mil e que ele estaria numa relação de 120 pessoas que eu chamo do ‘mensalinho’ evangélico de Manaus. Vieram procurá-lo porque ele tem uma igreja com 800 pessoas. Ele recusou. Estão corrompendo pastores e o pior é que o nome dele foi indicado por um pastor dessa cidade”, denunciou pastor José João.


Fonte: A Crítica
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