domingo, 30 de setembro de 2012

Pastor leva o Evangelho aos encarcerados das penitenciárias do Maranhão


'Ide e pregai o evangelho a todos os povos', o versículo bíblico dos quatro evangelhos determina que a Palavra de Deus seja levada a todas as pessoas, sem distinção de classe social, credo, raça, cor ou o fato de estarem livres ou presas. Sabendo disso, o pastor Edson Souza de Oliveira tem sido um instrumento de proclamação das 'Boas Novas' (significado da palavra evangelho) aos encarcerados das penitenciárias do Maranhão. Os cultos acontecem de segunda a sexta em diferentes estabelecimentos penais da capital. A reportagem presenciou um dia da celebração religiosa no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas.

Com uma equipe de oito pessoas, o pastor Edson, logo nas primeiras horas da manhã, estava na porta do estabelecimento carcerário para iniciar o culto. Antes de entrarem na unidade sempre é feita uma oração. As celebrações religiosas, que geralmente acontecem na área de banho de sol dos internos, são marcadas por momentos tocantes.

A dinâmica das celebrações sempre é a mesma. Antes da presença dos detentos no local, Edson e a equipe preparam o equipamento de som. O ambiente, que já tem algo em torno de 30 a 50 internos, é envolvido pelas canções do ministério de louvor. Estas são cantadas pela maioria dos internos. Depois disto, o pastor faz a pregação, que dura aproximadamente 30 minutos. Toda a celebração acontece em pouco mais de uma hora.

No CDP – O culto no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, que aconteceu esta semana, contou com mais ou menos 45 detentos no pátio do banho de sol daquele estabelecimento penal. Entretanto, a palavra ministrada pelo pastor pode ser ouvida nas dependências daquela unidade, alcançando, assim, outros internos.

Na ocasião, tiveram momentos que os detentos reagiam com aplausos às palavras do pastor e, em outros, choravam. 'O mover do Espírito Santo faz os internos chorarem, se arrependerem e, enfim, se converterem', contou Souza. Um dos momentos mais impactantes daquela celebração foi a qual todos se ajoelharam e de cabeça baixa oravam em silencio. 'Realmente foi muito bonito. O melhor foi que no final tivemos conversões', comentou orgulhoso o Edson.

Pastor há mais de 10 anos, Edson já vivenciou inúmeras situações nas unidades prisionais de São Luís. Motins, ameaças e, até rebeliões, são alguns dos fatos que fazem parte do currículo dele. O religioso disse que todos estes pontos negativos o motivam a continuar aquilo que o mesmo define como missão árdua, mas que vale a pena. 'Meu papel é fazer com que esses homens se vejam como tendo valor nesta sociedade. É uma missão que encaro com coragem e compromisso, pois, sei que valerá apena cada sacrifício', afirmou.

LEP – O trabalho de evangelização nas unidades carcerárias, na verdade, é uma exigência da Lei de Execução Penal (LEP) que, no artigo 24, fala da assistência religiosa, com liberdade de culto, aos apenados. A lei ainda diz que na unidade carcerária deve ter lugar apropriado para a realização de culto e que nenhum interno deve ser obrigado a participar das cerimônias.



Fonte: Jornal Pequeno
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