quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pastor Silas Malafaia diz que grupo gay é "intolerante"


O pastor evangélico Silas Malafaia não se intimidou com as ameaças do nudismo do Grupo Gay da Bahia (GGB), nem com o abaixo-assinado que está circulando nas redes sociais para a retirada do seu título de cidadão soteropolitano. "Eu não tenho medo deles e vou estar aí para receber meu título. Estou só esperando as eleições passarem.",  afirma. "Eu estou gostando dessa polêmica. Vai ficar provado quem são os verdadeiros intolerantes, quem é que não suporta crítica", provoca o pastor.

Malafaia nega ser homofóbico e acusa a comunidade gay de querer privilégios: "Não tenho preconceito contra homossexual, sou contra a prática. Você pode ser contra a prática evangélica e não ter preconceito contra as pessoas evangélicas. A comunidade gay é que é o grupo social mais intolerante da pós-modernidade. Eles querem ter direito de xingar e achincalhar, mas qualquer um que fale alguma coisa é logo tachado de homofóbico. Eu tenho uma opinião contrária e ela não pode ser cerceada". 

Por enquanto, a militância do GGB só recebeu o apoio do deputado federal Jean Willys  e da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil. A comissão se comprometeu a entrar com um requerimento junto à Câmara de Vereadores  por causa da falta de regimentalidade, alegando que Silas Malafaia não teria prestado relevantes serviços à cidade. Os artistas convocados por Luiz Mott a dar apoio à causa (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Preta Gil, Ney Matogrosso e Marina Lima) conforme publicado por  A TARDE na terça, 18, não se manifestaram.

Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia e mentor do protesto disse estar decepcionado com  a falta de apoio dos "intelectuais de cabeça feita" convocados por ele e com a falta de ação dos parlamentares LGBT e simpatizantes. "É lastimável que em 2010, quando o título foi concedido, as vereadoras Vânia Galvão, Olivia Santana e Marta Rodrigues, que defendem a nossa bandeira, não tenham protestado. Mais lastimável é que Léo Kret nunca tenha se posicionado a favor da classe a que pertence." 

Justificativa - O vereador Heber Santana, autor do projeto que concede o título ao líder evangélico, justificou a honraria pelo fato de ele ser um " líder cultural" da comunidade evangélica. "O pastor Silas tem sido porta-voz de um modelo de sociedade que respeita a família e  a vida.  Em 2009, ele organizou o evento Vida Vitoriosa que levou a palavra a várias pessoas", argumenta o vereador. E o próprio Silas emenda: "Estou há 30 anos na TV resgatando pessoas das drogas, da marginalidade. Eu fiz um dos maiores eventos públicos de Salvador. Devo receber o título em consideração a toda comunidade evangélica."
Santana defende a manutenção do título. "Alguns cidadãos gays já receberam títulos na Câmara e a bancada evangélica não gostou, mas não tentou impedir."



Fonte: Portal A Tarde
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