"Eu te amo e também sinto por você o mesmo que você sente por mim", foi essa frase, ouvida aos 14 anos, que fez Jeferson mudar alguns conceitos seus. "Eu me apaixonei pelo filho de um famoso e polêmico Pastor evangélico, temíamos bastante esse romance, porém foi muito especial o que descobrimos juntos e somos amigos até hoje", conta. "Atualmente ele está casado com uma cantora evangélica", revela o cantor.
A reação da Igreja que Jefferson frequentava, quando descobriu sua sexualidade, foi a pior possível. "Eu fui expulso de um jeito terrível, no meio de uma reunião dominical pelo microfone na frente todos os presentes:- Atenção todos os irmãos presentes, Jefferson de Morais Florentino é gay e por isso não é mais bem vindo em nossa Igreja, quero convidá-lo a se retirar de nosso meio pois este lugar é santo". Foram as palavras do pastor", lembra.
"Na verdade a Igreja só soube pois foi muito grande a repercussão no bairro após meu pai me jogar na rua sem roupas, sem documentos e completamente ferido pela agressão física feita por ele, isso aconteceu no dia do meu aniversário, no ano de 1998, eu tinha 17 anos. Na igreja as pessoas já desconfiavam ou até tinham certeza mas faziam vista grossa. Com este escândalo, meu calvário deu início. Sem lugar para dormir, sem emprego e sem os amigos, pois todos foram proibidos de qualquer tipo de relação comigo, fui excluído da Igreja, mesmo que lá todos soubessem que Deus é amor", continua Jeferson.
Após essa turbulência Jefferson passou por um período de busca e acabou descobrindo a Igreja Cristã Contemporânea, coordenada pelo Pr. Marcos Gladstone, onde os homossexuais são aceitos sem nenhum tipo de recriminação. Lá ele é aceito e pode praticar sua crença sem nenhum tipo de critica ou preconceito.
Jefferson ouviu falar que evangélicos iam às ruas da zona oeste do Rio de Janeiro levar alimento aos moradores de rua. Ele então resolveu fazer algo parecido, mas em outras paragens. Foi para as vielas da área do Castelo no centro do Rio de Janeiro e em toda região do Aterro do Flamengo no horário de mais atuação dos garotos de programas e das travestis. Munido de um kit contendo camisinhas, trechos bíblicos em folhetos, endereços de igrejas inclusivas e telefones de emergências. Ele transita sorrindo, falando no que acredita de forma coerente e dinâmica aos que estão perto do alcance de sua calma e voz educada. "É muito fácil vender CDS em lojas, falar bonito nas rádios, fazer tardes de autógrafos e se auto-titular evangelista, ministro, adorador entre outros nomes e não sair atrás das pessoas que não são alcançadas por esta estratégia de venda imposta pelas gravadoras e depois dizerem que a violência é grande neste tipo de evangelismo."
Hoje, vive com um rapaz a 3 anos e o ajuda a criar um filho do primeiro casamento.
Fonte: www.news.noticiascristas.com
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