quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Comece a pregar em casa...

O evangelho começa no lar. Se o evangelho não atua no lar, não funcionará em lugar algum. A mais bela expressão do evangelho é o lar feliz, no qual os pais entendem e têm tempo para seus filhos e estes, cercados de amor, crescem no conhecimento de Deus.

O último livro do Velho Testamento, Malaquias, encerra sua profecia falando da conversão dos pais aos filhos e da conversão dos filhos aos pais (Ml 4.6).

Características dos pais convertidos aos filhos:

1) São pais que dão mais valor aos filhos que às coisas materiais.

Estamos vivendo uma inversão de valores em nossa sociedade. Esquecemo-nos de Deus, amamos as coisas e usamos as pessoas, quando deveríamos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. Há pais que correm loucamente atrás de bens materiais e se esquecem dos filhos. Substituem o relacionamento familiar por conquistas financeiras. Muitos homens chegam ao topo do sucesso e fracassam dentro do lar. Os filhos não precisam tanto de presentes, mas de presença. A nossa herança não é o dinheiro, nem casas, nem carros ou bens, mas sim os filhos (Sl 127.3).

É a história do menino que pedia todas as noites ao pai para brincarem juntos, e ajudá-lo a montar seu quebra-cabeça. O pai sempre dava uma desculpa e esquivava-se para seus afazeres de adulto. Um certo dia, o menino sofreu um grave acidente e, no leito de morte, antes de sucumbir os ferimentos, sussurrou: “Papai, o senhor não me ajudou a montar meu quebra-cabeça”. O pai aflito e perturbado disse que daria tudo para voltar o passado e começar tudo de novo em seu relacionamento com o filho. Mas era tarde demais.

2) São pais que ensinam os filhos no caminho em que devem andar.

Temos visto uma crise de integridade atingindo a família. Nosso mundo está confuso e entregue às filosofias humanistas. Os pais estão confusos e os jovens, perdidos numa cultura que promove os excessos, escarnecem da virtude e os leva para a vala da mediocridade. Os pais estão perdendo o controle dos filhos. Não sabem mais para onde vão, o que fazem, com quem andam e a que horas chegam em casa. No Brasil, cerca de 25% dos filhos dormem com as namoradas dentro da casa dos pais e com o consentimento destes. Muitos jovens passam a noite inteira em boates, sob o tom alucinante de músicas agitadas, embaladas por bebidas alcoólicas e até mesmo drogas nocivas à saúde física, mental e espiritual.

Precisamos fazer uma grande cruzada em favor da família. O homem foi constituído por Deus como cabeça da família. Ele precisa ocupar o seu posto de honra. Deve ser o líder espiritual da família. Os filhos precisam de modelos e não de discursos, de exemplos e não de palavras, de paradigmas e não de imposições.

3) São pais que amam seus filhos incondicionalmente.

Muitos pais amam a si mesmos e não aos filhos. Amam o sucesso dos filhos e não a eles. Há aqueles que vêem os filhos apenas como troféus de sua própria vaidade. É preciso amar os filhos de forma incondicional, amá-los mesmo quando tropeçam e caem, mesmo quando fracassam, ou não correspondem às expectativas paternas. Amar incondicionalmente, entretanto, não é um amor irresponsável, mas um amor sacrificial.

O filho pródigo havia desperdiçado os bens de seu pai e vivido de forma dissoluta. No fundo do poço, caiu em si e resolveu voltar para a casa do pai. Sabia que não merecia o status de filho. Queria ser apenas um jornaleiro. Porém, seu pai o recebeu com honras. Nem mesmo lhe permitiu terminar o discurso de desculpas. Abraçou-o, beijou-o, vestiu-lhe com a melhor roupa, colocou-lhe sandálias nos pés e um anel no dedo. Matou um bezerro e começou a festejar. Esse é o amor incondicional! É assim, também, o amor de Deus por nós. Amou-nos quando éramos pecadores, quando éramos seus inimigos. Buscou-nos quando não o buscávamos. Amou-nos a ponto de dar seu Filho, para morrer em nosso lugar.

4) São pais que perdoam seus filhos.

Não existem pais nem filhos perfeitos. Não existem cônjuges nem casamentos perfeitos. Há falhas na família. Nós decepcionamos as pessoas e elas nos decepcionam. Não há relacionamentos saudáveis sem o exercício do perdão. Todavia, há pais, que são duros demais com os filhos, tratando-os com rigidez e insensibilidade. Estão sempre cobrando, mas nunca elogiam; estão sempre disciplinando, mas nunca dão carinho; sempre apontando os erros, mas nunca destacam os acertos. Filhos que crescem em clima de violência verbal e truculência nas atitudes serão inseguros e revoltados; obedecem aos pais não por respeito, mas por temor. Esses pais exercem uma autoridade abusiva, não uma autoridade adquirida. Os filhos erram, algumas vezes deliberadamente; outras, inadvertidamente. Em ambas as circunstâncias, é necessário perdoar. O perdão tem como propósito restaurar o faltoso e dar-lhe a oportunidade de recomeçar uma nova caminhada e reescrever sua história.
O perdão torna a pessoa livre. O perdão quebra as correntes da escravidão, faz uma faxina na mente, uma assepsia na alma e uma cura das memórias. O relacionamento de Absalão com seu pai terminou em tragédia porque Davi falhou em perdoá-lo.