terça-feira, 13 de março de 2012

Estudos mostram que doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson podem ser causadas por mecanismos semelhantes à ação da proteína 'príon'

Estudo poderá levar a maneiras de reverter a morte celular causada pelo príon, gerando abordagens terapêuticas inovadoras e o desenvolvimento de novas drogas

A proteína príon celular (PrPc) tem uma série de funções importantes no organismo, mas uma mutação no gene que a codifica gera o príon, uma molécula infectante que é capaz de modificar outras proteínas, reproduzindo-se e gerando doenças fatais como a encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como doença da vaca louca.

Nos últimos anos, no entanto, novos estudos têm mostrado que várias doenças neurodegenerativas muito mais comuns – como Alzheimer e Parkinson – podem ser causadas por mecanismos semelhantes à ação do príon, ampliando radicalmente os horizontes para as pesquisas na área.

De acordo com Neil Cashman, professor da Universidade de British Columbia (Canadá), o papel do príon na sinalização celular e a conexão da atividade celular semelhante à do príon com as doenças neurodegenerativas são, atualmente, os dois focos da pesquisa mundial na área.

Cashman, que é diretor científico da PrioNet Canada, rede de excelência na área de ciência de príons, estima que a concentração das pesquisas nessas duas vertentes, que tem aumentado nos últimos dez anos, poderá levar a maneiras de reverter a morte celular causada pelo príon, gerando abordagens terapêuticas inovadoras e o desenvolvimento de novas drogas.

Mas é preciso investir. Segundo Cashman, pelo caráter infeccioso do príon, os experimentos devem ser feitos em rígidos protocolos de biossegurança, de custo muito elevado.



Fonte: Exame
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