sábado, 10 de março de 2012

Túmulo de Herodes reabre um velho debate em Israel

Especialistas decidirão em maio prós e contras do futuro do túmulo do autor da matança dos meninos de Belem.

O túmulo do rei Herodes reabriu em Israel o velho debate sobre se os restos da antiguidade devem ser reconstruidos com fins turísticos ou, pelo contrário, preservados nas condições nas que foram encontrados como testemunho da história. De momento, se criou uma comissão de especialistas que se reunirá em maio para estudar todos os argumentos a favor e contra.

A polêmica desatou um plano da Autoridade Nacional de Parques e Reservas Naturais de Israel e do Conselho Regional do assentamento de Gush Etzión para reconstruir o túmulo do histórico monarca da Judéia, que se encontra atualmente em território palestino ocupado.

O projeto consiste na recuperação do mausoléu que faz dois mil anos se aumentou sobre o lugar de repouso de Herodes o Grande (73 a.C.-4.d.C.), em um depósito arqueológico conhecido como Herodium.

"Tem muita gente que não entende a força que teve a civilização antiga, as pessoas não tem a capacidade de imaginar o que havia quando vê um montão de pedras e muito menos uma torre de 15 ou 20 metros. Eu creio que podemos oferecer essa visão", argumenta Shaul Goldstein, um de seus promotores.

Em troca Haim Goldfus, da Universidade Ben Gurión do Negev, apelou à decisão ao considerar 'improcedente', porque a reconstrução, "por muito confiável que se faça, somente distrairá ao visitante do verdadeiramente autêntico".

O rei Herodes, o da matança dos meninos inocentes, reinou de 37 a.C. até sua morte no ano 4 d.C., foi um dos principais arquitetos da região. Grandes palácios como o de Masada, cidades como a de Cesaréia Marítima, monumentos e centros públicos são algumas das iniciativas que tirou adiante junto a sua obra mestre: o segundo templo de Jerusalém.

NÃO TEM RESPOSTA ATÉ MAIO

Goldstein, chefe da Direção de Parques e Reservas Naturais de Israel, quer recrear o túmulo a seu tamanho original de 25 metros de alto com materiais -disse- 'separável', em lugar da tradicional pedra bege típica de Jerusalém que se utilizou a dois milênios e hoje visível na maioria dos edifícios da cidade . "Seria de gesso e metal, desmontável em um só dia", disse ao defender o projeto, objeto de duras críticas pelos arqueólogos.

"A pergunta de preservar ou reconstruir não tem uma resposta clara e indiscutível entre todos os arqueólogos, porém no caso particular do Herodium creio que tem suficientes restos como para não agregar coisas", sustenta Haim Goldfus.

Só depois de que se reúna a comissão de especialistas em maio, a Direção de Parques resolverá se o túmulo, a grande piscina a seus pés e a fortaleza a suas costas, se converterão em um centro turístico incorporado ao itinerário das grandes construções do monarca.


Fonte: Protestante Digital
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