sábado, 8 de setembro de 2012

Família de taxista morto é evangélica e diz que perdoa assassinos

A esposa do taxista, Sueli Silveira, (com a garrafa na mão) é amparada pelos filhos. Em velório, parentes disseram que gostariam de encontrar os menores que cometeram o crime

A família do taxista morto por dois menores na noite de quinta-feira disse que perdoa os assassinos, e que gostaria de encontrá-los, afirmaram parentes da vítima no velório, realizado na manhã deste sábado.

- Sinto muita tristeza, mas espero que mais do que a justiça dos homens, eles encontrem a Cristo – disse emocionada a viúva Sueli Silveira, de 49 anos, que trabalha como voluntária em hospitais.

A família, evangélica, contou que Ércole era pastor e uma pessoa tranquila, que nunca havia se envolvido em qualquer tipo de confusão.

- Ele era o animador da família. Vamos sentir muita falta dele, mas não temos ódio.

A lei que existir. Os adolescentes foram levados para a Delegacia de Proteção ao Menor, mas quem precisa de proteção somos nós – desabafou o cunhado de Ércole, Ebenézer de Oliveira Rodrigues, de 40 anos,

O presidente da cooperativa onde a vítima trabalhava, Lauro César Miranda, pediu a solução do caso:

- É inexplicável acontecer um crime tão bárbaro. Atuo na praça há 31 anos e nunca vi algo assim. É incrível que ninguém na via expressa não tenha visto nada
Taxista foi morto por dois menores, que estão detidos

O taxista Ercule Castro Silveira foi assassinado por estrangulamento na noite de quinta-feira na Linha Amarela, na Zona Oeste. O crime aconteceu na pista sentido Barra da Tijuca, nas proximidades da Cidade de Deus. O motorista foi atacado por um casal menor de idade e que havia embarcado no táxi perto da Rodoviária Novo Rio.

A dupla ia comprar drogas na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. De acordo com o delegado Ginilton Lages, da Divisão de Homicídios (DH), o adolescente afirmou em depoimento que não tinha dinheiro suficiente para pagar o táxi e planejou fugir quando estivesse próximo à comunidade. O rapaz pediu para o taxista parar o veículo para que ele pudesse urinar, e, quando o motorista percebeu que o jovem tentava fugir com uma bolsa, segurou a mulher pelas pernas. O casal então começou a agredir Ercole, que morreu em decorrência do espancamento, asfixiado pelo próprio sangue.

Na sexta-feira, o tio da adolescente de 16 anos envolvida no assassinato pediu perdão à família da vítima. O diretor de escola, que se identificou apenas como Gilberto, de 50 anos, esteve na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), na tarde desta sexta-feira.

— Se eu pudesse dizer alguma coisa para a família desse taxista, eu pediria perdão. Não tem mais o que dizer. Foi uma fatalidade - ressaltou, emocionado, o tio da jovem.


Fonte: O Globo
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