terça-feira, 4 de setembro de 2012

Redimindo o fracasso

Michael Jordan é reconhecido como um dos maiores atletas de todos os tempos. No entanto, ouça o que ele disse sobre o seu sucesso como jogador de basquete: “Eu errei mais de 9 mil arremessos em minha carreira. Eu perdi quase 300 jogos. Em 26 oportunidades, recebi a responsabilidade de fazer o arremesso que venceria o jogo, e errei. Fracassei repetidas vezes na minha vida. E esta é exatamente a razão por que obtive sucesso”. Que discernimento!

A maneira como nós reagimos ao fracasso diz muito a nosso respeito. Algumas pessoas têm a capacidade de usar o fracasso como um catalisador, ao passo que outras se deixam esmagar por ele. Diante do fracasso, há uma pergunta importante a enfrentar: “Eu vou viver com medo de fracassar de novo e, por isso, vou ficar paralisado; ou vou permitir que esse fracasso se torne um instrumento nas mãos de Deus, para moldar a minha vida?”.

Essa é uma decisão que na vida nós temos sempre que tomar, não há como fugir. Por essas e por outras é que lemos tantas vezes na Bíblia a advertência divina: “Não temas”. O fato é que a vida é construída a partir de decisões e ações, onde tantas vezes elas se constituem de iniciativas arriscadas e, conseqüentemente, cheias de oportunidades de fracasso.

Mas quem decide o que constitui um fracasso? A sociedade, totalmente arbitrária, que vive julgando as nossas ações como um sucesso ou um fracasso? Será que é a igreja onde congregamos, cheia de pecadores, a começar de mim, que decide se somos bem ou mal sucedidos? Será a nossa família, afinal ali é um lugar seguro, onde todos supostamente nos amam, que dita o nosso sucesso ou fracasso? Ou será que cabe a nós mesmos, individualmente, decidir?

Quando olhamos para a Bíblia descobrimos que no final das contas não interessa como nós ou os outros estamos pensando sobre como as coisas estão. Da perspectiva bíblica a pergunta mais importante é essa: “Como Deus está, nesse momento, diante desses fatos, moldando o meu caráter à imagem de Jesus Cristo?”. Brennan Manning, em seu livro A Sabedoria da Ternura, expressou-se coerentemente bem quando falou sobre sucesso e fracasso da seguinte maneira: “É mais importante ser um cristão maduro do que ser um grande açougueiro, ou um bem sucedido padeiro, ou um empresário abastado; e se a única oportunidade de se conseguir a bênção da maturidade é através do fracasso na vocação, o fracasso terá valido a pena”.

Parece que o autor de Hebreus tinha isso em mente, quando escrevia as palavras que se seguem: “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes...” (Hb 12.11-13).

Caso você esteja lutando com sentimentos de fracasso, ou se sentindo derrotado por circunstâncias que acabaram mal, lembre-se de que Deus está trabalhando para o bem. Talvez uma parte importante do processo seja uma decisão que você pode tomar. Você vai reagir a esse fracasso encarando-o apenas como uma derrota e uma vergonha? Ou permitirá que Deus redima o seu fracasso, quebrando, quem sabe, o seu orgulho, a sua arrogância, ou tratando de outro pecado qualquer, convertendo-o em um tipo mais duradouro de sucesso: a sua santificação (sem a qual, ninguém verá o Senhor – Hb 12.14)?

Redima o seu fracasso, afinal, como disse Jesus: “que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt 16.26).



Fonte: Pr. Leandro B. Peixoto na Igreja Batista Central de Campinas
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