segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Religioso islâmico é preso por falsificação de provas no caso de menina paquistanesa acusada de blasfêmia

Testemunha disse que imame falsificou provas contra a menina.
Garota foi presa após ser acusada de queimar folhas do Alcorão.

A polícia paquistanesa deteve um imame (autoridade religiosa islâmica) vinculado ao caso da menina cristã presa por blasfêmia após supostamente queimar folhas do Alcorão, informou neste domingo (2) o canal de televisão "Geo".

A detenção aconteceu porque uma testemunha, Hafiz Muhammad Zubair, declarou no sábado que o imame, Khalid Jadoon, falsificou provas contra a menina, Rimsha Masih, ao acrescentar folhas do livro sagrado do Islã às quais supostamente a menor tinha queimado.

A detenção dá uma reviravolta inesperada no caso, depois que o tribunal que julga a suposta blasfêmia adiou para segunda-feira (3) uma possível decisão de libertá-la após o pedido da família da menor de mudar a defesa da acusada.

Risha se encontra presa desde que no dia 18 de agosto saiu para buscar papel para usar como combustível em sua casa e segundo testemunhas recolheu por erro escritos do Alcorão em um exemplar do Qaida Nurani, um método para aprender a ler o livro sagrado muçulmano.

Desde então permanece na prisão de Adiala, em Rawalpindi, apesar dos protestos de grupos de direitos humanos e organizações religiosas moderadas, e os duros castigos estipulados nas leis antiblasfêmia no Paquistão.

Esses grupos denunciam que as leis antiblasfêmia são com frequência utilizados para resolver querelas pessoais e que a menina, de 14 anos, sofre além disso de uma deficiência mental que a impede de ser plenamente responsável por seus atos.

O caso elevou a tensão entre a maioria muçulmana e a minoria cristã no subúrbio de Mehrabadi, em Islamabad, onde a menor mora e da qual centenas de famílias cristãs fugiram por medo de represálias de radicais islâmicos.



Fonte: G1
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