terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cúpula da Igreja Universal é indiciada por lavagem de dinheiro

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) está sendo investigada pela justiça de São Paulo, que pondera a possibilidade de pedir a colaboração das autoridades de outros países, entre os quais Portugal e algumas nações africanas, para reunir informações que possam ajudar no processo. O Ministério Público (MP) de São Paulo acusou o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à IURD por formação de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

"Estuda-se a possibilidade de um pedido formal de cooperação internacional para buscar novos elementos que possam contribuir na investigação", salientou o Ministério Público. Fonte do órgão informou que as investigações podem estender-se a todos os países "onde houver templos da Igreja Universal e indícios de emissão de recursos".

Isto aplica-se a Portugal, admitiu, e a África, onde a IURD está presente em praticamente todos os países. Só em Angola há 400 templos, segundo informações da própria Igreja Universal. É na África do Sul, em Soweto, que está o maior templo desta igreja no continente africano, com capacidade para oito mil pessoas sentadas - um investimento de 20 milhões de dólares. Atualmente, a Igreja Universal está presente em mais de 172 países e, só no Brasil, conta com cerca de 6500 templos.

As investigações do Ministério Público de São Paulo, iniciadas em 2007, apontam que a movimentação suspeita da Igreja Universal chega a 4000 milhões de reais, de 2003 a 2008. Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério brasileiro da Fazenda, revelam também que, somando transferências atípicas e depósitos bancários feitos por pessoas ligadas à Igreja, o volume financeiro da Universal do Reino de Deus, de Março de 2001 a Março de 2008, foi de 8000 milhões de reais.

Segundo os promotores que assinam a acusação, há um esquema envolvendo empresas de fachada, que remete para o estrangeiro o dinheiro de doações de fiéis. Depositado em paraísos fiscais, o dinheiro voltaria ao Brasil em forma de contratos utilizados para a aquisição de empresas. Somente em dízimos, a Igreja Universal arrecada no Brasil cerca de 1400 milhões de reais por ano. A acusação do MP afirma que "Edir Macedo e os demais acusados servem-se há cerca de dez anos da Igreja Universal do Reino de Deus para a prática de fraudes em detrimento da própria Igreja e de inúmeros fiéis".
Fonte: http://www.guiaglobal.com.br/