quinta-feira, 21 de março de 2013

Jorginho, técnico do Flamengo: ‘Nunca levei pastor para fazer palestra na Seleção’

Tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira e novo técnico do Flamengo, Jorginho teve momentos de muita tensão enquanto era auxiliar técnico de Dunga, na campanha para a Copa do Mundo de 2010. Uma das críticas era de que ele levava pastores para darem palestras para os jogadores. Durante o bate-papo com José Ilan e Renato Maurício Prado no Central FOX, Jorginho desmentiu as acusações e afirmou que jamais forçaria sua crença para ninguém.

“Não teve pastor fazendo palestra na Seleção (em 2010). O que acontecia era as reuniões dos próprios atletas, algo que existe desde 1986.  Nunca participei de oração com jogadores. Nós vivemos em um país com liberdade religiosa. Eu nunca vou negar em quem eu creio, mas você não pode enfiar goela abaixo as crenças que você tem. Eu não fui contratado pelo Flamengo porque eu sou evangélico”.

Depois que a convocação para a Copa do Mundo de 2010, Dunga e Jorginho foram alvos de críticas por não terem convocado Neymar e Paulo Henrique Ganso. Três anos depois, o novo técnico do Flamengo afirma que não mudou de ideia sobre a chamada dos dois naquela época

“Não teria levado o Neymar para Copa. Naquela oportunidade, a gente não pôde levar os dois para o amistoso de março, não tivemos chances de testá-los. O Ganso a gente chegou a discutir, entrou na lista dos 30, mas ficou de fora. Hoje o Neymar é um grande jogador, mas eu não o teria levado para Copa de 2010. Hoje o Neymar é outro jogador”, explicou Jorginho, que afirma ter se arrependido de discutir com um jornalista durante a convocação para a Copa do Mundo de 2010:

“Na (entrevista da) convocação, eu agiria de uma maneira diferente. Eu respondi com muita firmeza e pareceu nervoso. Eu não estava nervoso, estava convicto”, completou.

Parceria com Dunga

O cargo na Seleção Brasileira foi a primeira experiência de Dunga como treinador. Por conta disso, surgiram boatos de que quem comandava as partes táticas era Jorginho, na época como auxiliar técnico. O treinador do Flamengo, no entanto, negou veementemente o fato e afirmou que sempre respaldava as escolhas de Dunga.

“Não é verdade (que eu comandava a parte tática da Seleção). No início do trabalho, é natural que eu aplicasse mais treinamentos, no trabalho cotidiano. Mas o Dunga pegou isso muito rápido. Ele sempre entendeu muito de tática. Me dava uma liberdade que outros auxiliares não tinham. Sempre fui fiel ao Dunga, procurava estar junto com ele nas decisões”, explicou Jorginho, que preferiu não colocar nas costa de Felipe Melo, expulso contra a Holanda, a responsabilidade da eliminação na Copa do Mundo de 2010:

“Aquele primeiro tempo foi o melhor do Brasil na Copa. Por isso que o futebol é incrível. Naquele jogo, o Kaká poderia sair como o maior nome da Copa se tivesse feito aquele golaço. Mas nos desestabilizamos e não tivemos força para reagir, principalmente com um jogador a menos. Mas não pode jogar a culpa nas costas dele (Felipe Melo), nós éramos um grupo”.

Desafios no Flamengo

“O Flamengo está em um momento de transição com vários jovens. Eu preciso montar uma base nesse Carioca e dar continuidade, mas procurando um jeito de dar a minha cara”.

“O Flamengo mudou muito da minha época, então preciso conhecer todos os setores para conseguirmos ter um trabalho de sucesso”.

“Nós temos grandes promessas, como o Carlos Eduardo, mesmo que não esteja no seu ideal ainda. Nós não temos um Zico, tem que ser uma equipe, se doar ao máximo e dar tempo para esses jovens se tornarem grandes jogadores”.

“A gente teve uma avalanche de jovens subindo com a responsabilidade de salvar a equipe. Se eu não tivesse a convicção de que é possível ganhar o Carioca, eu nem teria vindo”.

“Nós temos apenas o Hernane como atacante. (contratar um atacante) É uma grande necessidade que nós temos. O meio-campo é o setor que está dando mais trabalho para organizar”.

Leonardo Moura

“O Léo Moura é um dos melhores laterais que o Flamengo já teve. Ele não tem mais a mesma força de antes, mas ele continua muito bem para um lateral de 34 anos. Por ser um capitão, o Léo tem que comandar a equipe, mas não tem como jogar todos os jogos. Mas já falei para ele que quando tiver jogos de quarta e domingo, ele será poupado”.

Mudança do mascote do América-RJ de diabo para águia

“Em 2005 eu tive uma reunião com o presidente do América-RJ. Cheguei à sala dele e ele me mostrou uma revista. Perguntei por que na capa da revista tinha uma águia e não do diabo, que é o mascote do clube. Ele disse que era porque não conseguia vender nada com a imagem do diabo na capa. Então eu falei para ele que eu tinha uma agência de publicidade, que já ia fazer toda a parte publicitária do América-RJ e que se a gente chegasse à final do Estadual, a gente mudava o mascote para águia, sele quisesse. E foi assim que eu fiquei marcado por essa história”.



Fonte: Fox Esportes
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